- E senti o espírito inundado por um mistério de luz que é Deus e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora! - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu! (escreve a irmã Lúcia a 3 de janeiro de 1944, em "O Meu Caminho," I, p. 158 – 160 – Carmelo de Coimbra)
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Bento XVI:" Fundamental para a nossa fé e para o nosso testemunho cristão proclamar a ressurreição de Jesus como acontecimento real, histórico"
“É fundamental para a nossa fé e para o nosso testemunho cristão que se proclame a ressurreição de Jesus de Nazaré como um acontecimento real, histórico, atestado por numerosas testemunhas que se tornaram autoridade”: em plena semana pascal – prolongamento do grande Domingo da Ressurreição, foi naturalmente este o tema da catequese de Bento XVI, na audiência geral desta quarta, numa praça de São Pedro ainda decorada de flores e repleta de peregrinos, sob um esplêndido sol primaveril.
O Papa, que se encontra toda esta semana na residência de Castelgandolfo, nos arredores de Roma, deslocou-se expressamente, de helicóptero, ao Vaticano, só para a audiência. Será em Castelgandolfo que Bento XVI celebrará, nesta quinta-feira, 16 de Abril, os seus 82 anos. Ali também receberá, sábado, em audiência, uns três mil Franciscanos, que celebram nestes dias o oitavo centenário da aprovação da respectiva Regra. Domingo, quarto aniversário da sua eleição como sucessor de Pedro, será ainda no pátio da residência estiva que Bento XVI acolherá, ao meio-dia, os peregrinos para a recitação da antífona mariana do tempo pascal, Regina Coeli.
Na audiência desta quarta-feira, como dizíamos, Bento XVI sublinhou uma vez mais uma elemento fundamental da nossa fé: a verdade histórica da ressurreição de Jesus. “É fundamental para a nossa fé e para o nosso testemunho cristão que se proclame a ressurreição de Jesus de Nazaré como um acontecimento real, histórico, atestado por numerosas testemunhas que se tornaram autoridade”, sublinhou. “Também nos nossos tempos (prosseguiu), não falta quem procure negar a sua historicidade, ao reduzir o relato evangélico a um mito”. O Papa diz que muitos “retomam e apresentam velhas teorias, já gastas, como novas e científicas”.
“A ressurreição não foi para Jesus um simples regresso à sua vida terrena precedente, mas foi a passagem a uma dimensão profundamente nova da vida, que também diz respeito a nós, que toca toda a família humana, a história e o universo”. “A novidade surpreendente da ressurreição é tão importante que a Igreja não deixa de proclamá-la, prolongando a sua recordação, especialmente no Domingo, que é o dia do Senhor e a Páscoa semanal do povo de Deus”. “Este evento mudou a vida das testemunhas oculares e, ao longo dos séculos, gerações inteiras de homens acolherem-no com fé e testemunharam-no até chegar mesmo ao martírio”, precisou o Papa.
Já na sua mensagem «Urbi et Orbi», no Domingo de Páscoa, o Papa sublinhara que a fé na ressurreição “não se funda sobre “simples raciocínios humanos”, mas sobre “um dado histórico de fé”. Afirmou então, textualmente, Bento XVI: “A ressurreição não é uma teoria, mas uma realidade histórica revelada pelo Homem Jesus Cristo por meio da sua «páscoa», da sua «passagem», que abriu um «caminho novo» entre a terra e o Céu. Não é um mito nem um sonho, não é uma visão nem uma utopia, não é uma fábula, mas um acontecimento único e irrepetível: Jesus de Nazaré, filho de Maria, que ao pôr do sol de Sexta-feira foi descido da cruz e sepultado, deixou vitorioso o túmulo”.
Entre as dezenas de milhares de peregrinos presentes na Praça de São Pedro encontravam-se também peregrinos portugueses, nomeadamente de Lamego e do Seminário Maior de Coimbra, que o Papa saudou na nossa língua:
“Amados peregrinos de língua portuguesa, alegrai-vos e exultai comigo, porque o Senhor Jesus ressuscitou. A ressurreição de Cristo é a nossa esperança! Este pregão pascal ressoa por toda a terra: ressoa no coração dos brasileiros e dos portugueses de Lamego e da diocese de Coimbra! Com alegria, saúdo a comunidade do seu Seminário Maior que, há 250 anos, facilita esta passagem do testemunho da ressurreição, com a formação de novos arautos e servidores. Sobre todos, desça a minha Bênção. Ad multos annos!”