- E senti o espírito inundado por um mistério de luz que é Deus e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora! - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu! (escreve a irmã Lúcia a 3 de janeiro de 1944, em "O Meu Caminho," I, p. 158 – 160 – Carmelo de Coimbra)
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Liturgia da Santa Missa
As partes principais da santa Missa são: Ofertório, Consagração e Comunhão. Ao lado destas partes ainda há muitas outras orações e cerimônias. O conjunto de todas estas orações e cerimônias constitui a liturgia ou rito da santa Missa. As cerimônias e orações do santo sacrifício da Missa vêm de tempos antiquíssimos e muitas delas, dos Apóstolos, e o seu sentido sublime e misterioso deve encher de devoção e respeito os nossos corações. As mais importantes são as seguintes:
Do começo até o Ofertório
(Ante-Missa)
I. - O sacerdote, chegando ao altar, desdobra um pano ( o corporal) e coloca o cálice sobre o mesmo. Seguem-se as orações ao pé do altar, que o sacerdote reza, alternando com os coroinhas que representam o povo. Estas orações constam:
a) do Salmo 42, no qual se exprime o desejo da celebração do santo Sacrifício e a confiança no auxílio divino;
b) da confissão geral (Confiteor), que o sacerdote e o povo fazem para se purificarem dos pecados veniais que podem impedir o chegar com confiança e regozijo ao santo altar;
c) de orações que imploram a misericórdia divina.
II. - Feitas as orações ao pé do altar, o sacerdote sobe ao altar e beija-o em sinal de respeito. Dirige-se, depois, ao lado direito, onde reza o Introito, que geralmente contém trechos da Sagrada Escritura e refere-se à festa do dia.
III. - Depois o sacerdote volta ao meio do altar e reza, alternando com o coroinha o Kyrie eleison (Senhor, tende piedade de nós). São nove súplicas de piedade, sendo três dirigidas ao Pai, três ao Filho e três ao Espírito Santo. Ao Kyrie, segue-se ordinariamente o Glória ou canto dos anjos: Glória a Deus nas alturas.
IV. - Depois do Glória (ou depois do Kyrie, quando não há Glória), o sacerdote volta-se para o povo dizendo: "Dominus vobiscum" (O Senhor seja convosco). Desejando a mesma benção ao sacerdote, o povo, ou , o coroinha em nome do povo responde: "Et cum spiritu tuo" (E com vosso espírito). Esta piedosa saudação repete-se várias vezes na Santa Missa, entre o sacerdote e o povo, como que para se animarem mutuamente a perseverar no fervor. Depois o celebrante vai ao lado direito do altar e reza, em nome de todos os presentes, uma ou várias orações para as intenções gerais.
V. - Segue-se a leitura da Epístola (carta) tirada da Sagrada Escritura; geralmente é um trecho de uma epístola dos Apóstolos.
À Epístola, segue-se o Gradual, ordinariamente tirado dos Salmos. Em determinadas Missas, à Epístola segue-se a Seqüência. Depois do Gradual ou da Seqüência, o celebrante dirige-se ao outro lado do altar e inicia a leitura do Evangelho. Este consta de um trecho de um dos quatro Evangelhos. O sacerdote, para ler o Evangelho, dirige-se ao outro lado do altar, para significar que o Evangelho (doutrina de Jesus), rejeitado pelos judeus, passou para os pagãos. Durante o Evangelho, os fiéis ficam de pé, para dar a entender que estão prontos a obedecer à voz de Jesus Cristo, que nos fala no Evangelho, e para mostrar respeito pelas verdades nele contidas.
VI. - Todos os domingos do ano, como também nas festas de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Santíssima Virgem, dos Apóstolos e Doutores da Igreja, diz-se, depois do Evangelho, o Credo.
Assim termina a Ante-Missa ou Missa dos catecúmenos, assim chamada porque, nos primeiros tempos do Cristianismo, os catecúmenos e penitentes públicos eram despedidos pelo diácono depois do Evangelho.
Primeira parte principal: o Ofertório
I. - O sacerdote toma pão e vinho e os oferece ao Altíssimo. Por meio desta oferta, o pão e o vinho são antecipadamente santificados, para depois serem transformados no preciosíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, em que consiste essencialmente o santo sacrifício.
II. - A seguir o sacerdote lava as mãos - Lavabo - em sinal de que a alma deve estar purificada de todo pecado, e até das menores faltas para oferecer o santo Sacrifício. Depois, o sacerdote volta para os assistentes e os exorta a se unirem com ele na oração, dizendo: Orate frates! (Orai, irmãos!) Pede a Deus que aceite benignamente o sacrifício oferecido no que concerne a ele e aos assistentes. É com a mesma intenção que ele continua a rezar, em voz baixa, as Secretas, uma, duas ou três, conforme o número de orações rezadas.
Segunda parte principal: a Consagração
I. - Esta parte é preparada pelo Prefácio, solene oração de louvor e agradecimento. Como introdução, o sacerdote diz: "Sursum corda!" (Elevai os corações!) Por fim, une-se aos coros dos Anjos, dizendo: Santo, Santo, Santo, etc.
II. - As orações, depois do Sanctus, são ditas em voz baixa, daí o nome de Missa Secreta. Dá-se o nome de Cánon à parte da santa Missa que vai do Sanctus até o Pater Noster porque estas orações não variam. Nas orações que precedem à consagração, reza-se de um modo especial pela Santa Igreja, pelo Papa, pelos Bispos, e por todos os fiéis, principalmente por todos os presentes e por aqueles pelos quais o sacerdote oferece a Santa Missa ou que ele quer recomendar a Deus de um modo especial. Depois que o sacerdote pede por toda a Igreja militante, ele faz a comemoração dos Santos para que Deus, em atenção a seus méritos e sua intercessão, nos proteja sempre com o auxílio de sua graça.
III. - Um sinal da campainha anuncia que se aproxima o momento mais santo da Missa. O celebrante toma o pão em suas mãos e diz sobre o mesmo as palavras prodigiosas da Consagração, pelas quais o pão se transforma no preciosíssimo Corpo de Jesus Cristo. Então o sacerdote faz uma genuflexão e adora a santa Hóstia; logo depois mostra-a ao povo, para que também adore a seu Deus e Salvador presente no altar. - O mesmo sucede com o cálice, depois que o vinho foi transformado no preciosíssimo Sangue de Jesus Cristo.
IV. - Depois da Consagração, o sacerdote pede, novamente, a Deus afim de que aceite benignamente este sacrifício para a salvação do povo; reza, então, pelos defuntos e lembra-se de novo dos Santos, pedindo admissão à comunhão dos mesmos.
Terceira parte principal: a Comunhão
I. - Como introdução a esta parte, o sacerdote reza em voz alta o Pater Noster que é o resumo de todas as petições.
II. - O sacerdote parte a sagrada Hóstia, como também Jesus fez na última ceia quando partiu o pão.
III. - Em seguida, o sacerdote diz, três vezes, o Agnus Dei... (Cordeiro de Deus...), ao qual se seguem as orações preparatórias para a santa comunhão, as quais finalizam com o Domine, non sum dignus (3 vezes).
IV. - O celebrante comunga, recebendo, primeiramente, a sagrada Hóstia, e, depois, o preciosíssimo Sangue de Jesus. Enquanto isso, os fiéis devem fazer uma Comunhão espiritual, caso não comungarem realmente.
V. - Depois da santa Comunhão, seguem-se: a Ação de graças, a bênção do sacerdote (esta é omitida nas Missas para defuntos), e, por fim, geralmente, a narração do início do Evangelho de S. João, que nos anuncia a Incarnação do Filho de Deus.
Texto retirado do Grande Catecismo Católico, Pe. José Deharbes. Edições Paulinas, Imprimatur de 1945.