- E senti o espírito inundado por um mistério de luz que é Deus e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora! - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu! (escreve a irmã Lúcia a 3 de janeiro de 1944, em "O Meu Caminho," I, p. 158 – 160 – Carmelo de Coimbra)
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Bento XVI presidiu, esta manhã, na Basílica Vaticana, à Santa Missa do Crisma
Cidade do Vaticano, 09 abr (RV) – Quinta-feira Santa. Bento XVI presidiu, esta manhã, na Basílica Vaticana, à Santa Missa do Crisma, concelebrada por cardeais, bispos e presbíteros (religiosos e diocesanos), sinal da íntima comunhão entre o Sumo Pontífice e os irmãos no sacerdócio ministerial.
Em sua homilia, o papa disse que “no Cenáculo, na noite anterior à sua paixão, o Senhor rezou pelos discípulos, reunidos ao seu redor, estendendo ao mesmo tempo o olhar para a comunidade dos discípulos de todos os séculos.
Na sua oração pelos discípulos de todos os tempos todos nós estamos incluídos. Por isso, ele rezou por nós. O Senhor pede pela nossa santificação na verdade e nos envia a continuar a sua missão.
“Somente agora podemos compreender o profundo significado da oração que o Senhor apresentou ao Pai pelos discípulos, por nós. Ele os consagrou na verdade, isto é, integrou os apóstolos no sacerdócio de Cristo: uma instituição do sacerdócio novo para a comunidade dos fiéis de todos os tempos”.
Ele os consagrou na verdade. Eis a verdadeira oração de consagração dos Apóstolos, a fim de que, a partir de Cristo, pudessem desempenhar o serviço sacerdotal no mundo. Por conseguinte os discípulos são atraídos para o íntimo de Deus por meio da sua imersão na Palavra de Deus. A Palavra de Deus é, por assim dizer, a ablução que os purifica e transforma em Deus:
“Consagra-os na verdade. A tua palavra é a verdade! Esta palavra da integração no sacerdócio ilumina a nossa vida e convida-nos a tornar-nos, sem cessar, discípulos daquela verdade que se manifesta na Palavra de Deus”.
De fato, há apenas um único sacerdote da Nova Aliança: o próprio Jesus Cristo. Por conseguinte, o sacerdócio dos discípulos é participação no sacerdócio de Jesus. Assim, o nosso sacerdócio nada mais é que um novo modo de unir-nos a Cristo. A união com Cristo supõe renúncia.
“No ‘sim’ da Ordenação sacerdotal, fizemos a renúncia fundamental à autonomia, à auto-realização. No entanto, é preciso, dia após dia, cumprir este grande ‘sim’ entre os demais ‘sins’ e nas pequenas renúncias. Se cultivarmos uma verdadeira familiaridade com Cristo, então poderemos experimentar a alegria da sua amizade”.
Deste processo, disse o pontífice, faz parte a oração, com a qual nos exercitamos na amizade com Cristo e aprendemos a conhecê-Lo: o seu modo de ser, de pensar, de agir. Rezar é progredir na comunhão pessoal com Cristo, expondo-lhe a nossa vida diária, nossos sucessos e falências, nossas fadigas e alegrias. É apresentar-nos, simplesmente, diante d’Ele.
Enfim, Bento XVI recordou que é importante rezar com a Igreja, celebrar a Eucaristia que é oração. Como sacerdotes, mediante a celebração Eucarística, encaminhamos os fiéis à oração.
Se nos tornamos um com Cristo, aprenderemos a reconhecê-Lo de modo especial nos doentes, nos pobres, nos pequenos deste mundo; tornar-nos-emos pessoas que servem os irmãos.Queridos amigos, concluiu o papa, nesta hora da renovação das promessas, queremos pedir ao Senhor que nos torne homens de verdade, homens de amor, homens de Deus. Peçamos-Lhe que nos torne verdadeiramente sacerdotes da Nova Aliança.
Ao término da sua homilia, Bento XVI dirigiu seu pensamento a Dom Giuseppe Molinari, arcebispo de L’Aquila, que, por causa dos gravíssimos prejuízos causados pelo terremoto na catedral, não poderá reunir, hoje, seu presbitério diocesano, para a celebração da Missa do Crisma.
Portanto, o pontífice manda ao arcebispo de L’Aquila os santos óleos, em sinal de profunda comunhão e solidariedade espiritual. “Que estes santos óleos, disse o papa, possam acompanhar o tempo de renascimento e de reconstrução, sarando as feridas e sustentando a esperança”.
A propósito, ao aceitar o pedido das autoridades civis e religiosas, o Santo Padre encarregou o Secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone, para presidir, amanhã, em L’Aquila, ao rito de sufrágio pelas vítimas do terremoto, que abalou a capital de Abruzzo e as regiões circunstantes.
Devido à excepcionalidade do acontecimento, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, concedeu o indulto para a celebração de uma Santa Missa de sufrágio, amanhã em L’Aquila, não obstante a liturgia de Sexta-feira Santa não preveja nenhum rito ou celebração Eucarística, a não ser aqueles concernentes à “Paixão do Senhor”.
Como sinal de sua participação pessoal com os que sofrem por causa do terremoto, o Santo Padre enviará também à celebração seu Secretário particular, Mons. Georg Gänswein.