sábado, 14 de agosto de 2010

VENERÁVEL PIO XII : O sacerdote tem como campo de sua própria aCtividade tudo o que se refere à vida sobrenatural, e é o órgão de comunicação e de incremento da mesma vida no corpo místico de Cristo. É necessário, por isso, que ele renuncie a "tudo quanto é do mundo", para cuidar somente daquilo "que é de Deus". E é exactamente porque deve estar livre das preocupações do mundo, para se dedicar todo ao serviço divino, que a Igreja estabeleceu a lei do celibato, a fim de que ficasse sempre manifesto a todos que o sacerdote é ministro de Deus e pai das almas. Com a lei do celibato, o sacerdote, ao invés de perder o dom e o encargo da paternidade, aumenta-o ao infinito, pois se não gera filhos para esta vida terrena e caduca, gera-os para a celeste e eterna.

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EXORTAÇÃO APOSTÓLICA DO PAPA PIO XII

MENTI NOSTRAE

AO CLERO DO MUNDO CATÓLICO
SOBRE A SANTIDADE DA VIDA SACERDOTAL

A todo o clero,
em paz e comunhão com a Sé Apostólica

A renúncia do celibato
20. O sacerdote tem como campo de sua própria aCtividade tudo o que se refere à vida sobrenatural, e é o órgão de comunicação e de incremento da mesma vida no corpo místico de Cristo. É necessário, por isso, que ele renuncie a "tudo quanto é do mundo", para cuidar somente daquilo "que é de Deus" (lCor 7, 32.33). E é exactamente porque deve estar livre das preocupações do mundo, para se dedicar todo ao serviço divino, que a Igreja estabeleceu a lei do celibato, a fim de que ficasse sempre manifesto a todos que o sacerdote é ministro de Deus e pai das almas. Com a lei do celibato, o sacerdote, ao invés de perder o dom e o encargo da paternidade, aumenta-o ao infinito, pois se não gera filhos para esta vida terrena e caduca, gera-os para a celeste e eterna.

21. Quanto mais refulge a castidade sacerdotal, tanto mais unido se torna o sacerdote com Cristo, "hóstia pura, hóstia santa, hóstia imaculada".(8)

22. Para guardar integérrima, como inestimável tesouro, a pureza sacerdotal, é necessário ater-se fielmente àquela exortação do príncipe dos apóstolos, que diariamente repetimos no ofício divino: "Sede sóbrios e vigiai" (1Pd 5,8).

Vigilância e oração, sentinelas da castidade
23. Sim, diletos filhos, vigiai, porque a castidade sacerdotal está exposta a muitos perigos, seja pela dissolução dos costumes públicos, seja pelas atrações do vício, tão freqüentes e insidiosas, seja, afinal, pela excessiva liberdade que cada vez mais se introduz nas relações entre os dois sexos e também tenta penetrar no exercício do sagrado ministério. "Vigiai e orai" (Mc 14,38), sempre lembrados de que vossas mãos tocam as coisas mais santas e estais consagrados a Deus e a ele só deveis servir. O próprio hábito que vestis vos adverte de que não deveis viver para o mundo, mas para Deus. Esforçai-vos, pois, com ardor e alegria, confiando na proteção da Virgem Mãe de Deus, para conservar-vos sempre "alvos, limpos, puros, castos, como convém a ministros de Cristo e dispenseiros dos mistérios de Deus".(9)

Evitar familiaridades
24. A esse propósito vos endereçamos uma particular exortação, a fim de que, dirigindo associações e sodalícios femininos, vos mostreis como convém a sacerdotes; evitai toda familiaridade; quando se fizer mister prestar a vossa assistência, prestai-a como ministros sagrados. Na direção, portanto, dessas associações, vossa tarefa se limite ao estritamente prescrito ao vosso sagrado ministério.