51. Essa indulgência e o perdão dos pecados nos são concedidos no sacramento da penitência, obra-prima da bondade de Deus, para nos socorrer em nossa fragilidade. Nunca suceda, diletos filhos, que exatamente o ministro desse sacramento de reconciliação dele se abstenha. Como o sabeis, nesta matéria dispõe a Igreja: "Vigiem os ordinários por que todos os clérigos purifiquem freqüentemente pelo sacramento da penitência as manchas da própria consciência".(20) Ainda que ministros de Cristo, somos contudo débeis e miseráveis; como poderemos, pois, subir ao altar e tratar os sagrados mistérios, se não nos procuramos purificar o mais freqüentemente possível? A confissão freqüente "aumenta o conhecimento próprio, desenvolve a humildade cristã, desarraiga os maus costumes, combate a negligência e tibieza espiritual, purifica a consciência, fortifica a vontade, presta-se a direção espiritual e por virtude do mesmo sacramento aumenta a graça".(21)
A direção espiritual
52. Outra recomendação se torna aqui oportuna: que ao arrostar e enveredar pela via espiritual não confieis em vós mesmos, mas com simplicidade e docilidade peçais e aceiteis o auxilio de quem possa guiar vossa alma com esclarecida direção, indicar-vos os perigos, sugerir-vos os remédios idôneos, e em todas as dificuldades internas ou externas vos possa dirigir retamente e levar-vos a uma perfeição cada vez maior, segundo o exemplo dos santos e os ensinamentos da ascética cristã. Sem essa prudente guia da consciência, é assaz difícil, pelas vias ordinárias, secundar convenientemente os impulsos do Espírito Santo e da graça divina.
Os exercícios espirituais
53. Desejamos ardentemente, enfim, a todos recomendar a prática dos exercícios espirituais. Quando por alguns dias nos segregamos das habituais ocupações e do ambiente habitual e nos retiramos à solidão e ao silêncio, então prestamos mais ouvidos a voz de Deus e esta penetra mais profundamente em nossa alma. Os exercícios, enquanto nos compelem a uma mais diligente execução dos deveres do nosso ministério, com a contemplação dos mistérios do Redentor reforçam nossa vontade, a fim de que "O sirvamos sem temor, em santidade e justiça diante dele, por todos os nossos dias" (Lc 1,74.75).
Este estudo é baseado no artigo "Mitos Litúrgicos", que escrevi e foi revisado por Sua Excelência Reverendíssima Antonio Carlos Rossi Keller, Bispo da Diocese de Frederico Westphalen (RS). O artigo lista 32 idéias equivocadas sobre a Sagrada Liturgia e contra-argumento com a palavra oficial da Santa Igreja. Foi publicado em Fevereiro de 2009 e pode ser lido na íntegra em:
Nesta décima oitava postagem, postamos o Mito 18, juntamente com um comentário atual arespeito, aprofundando o assunto.
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Mito 18: "O sacerdote usar casula é algo ultrapassado"
Não é.
A casula é o paramento sacerdotal próprio para o Santo Sacrifício da Missa. É o mais solene, varia de cor conforme a prescrição para a celebração em específicoe vai sobre a alva e estola.
Infelizmente, tem se tornado moda em muitos lugaresque muitos sacerdotes celebrem usando apenas a alva e a estola, enquanto ascasulas mofam nos armários.
A Instrução Geral do Missal Romano (n. 119) determina que o sacerdote utilize: amito, alva, estola, cíngulo e casula (amito e cíngulo podem ser dispensáveis,conforme o formato da alva).
A Instrução Redemptinis Sacramentum determina ainda que, sendo possível, inclusive os sacerdotes concelebrantes utilizem a casula (n. 124-126):
"No Missal Romano é facultativo que os sacerdotes que concelebram na Missa,exceto o celebrante principal (que sempre deve levar a casula da cor prescrita),possam omitir «a casula ou planeta, mas sempre usar a estola sobre a alva»,quando haja uma justa causa, por exemplo o grande número de concelebrantes e afalta de ornamentos. Sem dúvida, no caso de que esta necessidade se possaprever, na medida do possível, providencie-se as referidas vestes. Os concelebrantes, a exceção do celebrante principal, podem também levar a casulade cor branca, em caso de necessidade. (...) Seja reprovado o abuso de que os sagrados ministros realizem a santa Missa, inclusive com a participação de só umassistente, sem usar as vestes sagradas ou só com a estola sobre a roupa monástica, ou o hábito comum dos religiosos, ou a roupa comum, contra oprescrito nos livros litúrgicos. Os Ordinários cuidem de que este tipo de abusossejam corrigidos rapidamente e haja, em todas as igrejas e oratórios de suajurisdição, um número adequado de vestes litúrgicos, confeccionadas de acordo com as normas."
Embora haja para o Brasil a concessão de o sacerdote celebrar apenas utilizando alva e estola quando houver razões pastorais (ver comentário do Pe. JesúsHortal, SJ, à respeito do cânon 929, no Código de Direito Canônico editado pela Loyola), de forma alguma pode-se dizer que o uso da casula é ultrapassado, como foi demonstrado acima.
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"No meio dos candelabros, alguém semelhante ao Filho do Homem, vestindo longa túnica até os pés, cingido o peito por um cinto de ouro." (Apocalipse 1,13)
"Está vestido com um manto tinto de Sangue, e Seu Nome é Verbo de Deus. Seguiam-no em cavalos brancos os exércitos celestes, vestidos de linho, fino e de uma brancura imaculada." (Apocalipse 19, 13-14)
Comentário sobre este Mito (03/09):
O Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI, em seu fabuloso livro "Introdução ao Espírito da Liturgia", faz uma reflexão muito profunda a respeito do significado espiritual da casula.
Entre outras coisas, ele escreve:
"A veste litúrgica usada pelo sacerdote durante a celebração da Sagrada Eucaristia deve, em primeiro lugar, demonstrar que ele não se encontra lá em privado, mas que está lá no lugar de alguém - de Cristo. O seu privado e individual devem desaparecer, a fim de conceder espaço a Cristo. - essas palavras pronunciadas por São Paulo após a sua própria experiência com Cristo, como expressão do novo que sente a pessoa batizada (Gl 2,20), são de uma importância específica para o sacerdote celebrante. Não é ele o importante, pois quem ele transmite é Cristo e não a sua própria pessoa. Ele deve fazer de si o instrumento de Cristo, que não age por si, mas sim como mensageiro de outra pessoa - in Persona Christi, como diz a tradição litúrgica."
Pois é através do Sacerdote, que atua "in Persona Christi" (na Pessoa de Jesus Cristo, por graça participando ministerialmente do Seu Sacerdócio; ver Catecismo n. 1667-1673), que Nosso Senhor Jesus Cristo se oferece e se faz presente de forma real e substanciual no Santíssimo Sacramento do Altar, em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, nas aparências do pão e do vinho, como afirma o Catecismo da Igreja Católica (Cat.), nos números 1374-1377. Isso se dá durante a Santa Missa, que é a renovação do Seu Único e Eterno Sacrifício, consumado de uma vez por todas na cruz e tornado presente no altar, pelas mãos do sacerdote (Cat. 1362-1372; 1411).
No mesmo livro citado, o Papa faz uma retrospectiva histórica a respeito do significado da veste litúrgica:
"Pensa-se que a imagem de se revestir de Cristo foi formada nas consagrações dos cultos místicos, em analogia com o culto de vestir máscaras das respectivas divindades. Paulo não fala nem de máscaras nem de ritos, antes de um processo de transformação interior, que tem por objetivo tanto a renovação interior do homem à imagem de Deus como a união dos homens. Tal superação seria a superação das barreiras que crescem e sempre crescerão na história do pecado dos homens. Daí que a imagem de revestir-se de Cristo seja uma imagem dinâmica, que aspira à transformação dos homens e do mundo - ou seja, à nova humanidade. A veste litúrgica evoca o tornar-se como Cristo e a comunidade nova que nasce daí. Ela desafia o sacerdote a pôr-se no caminho para sair da sua própria existência, a fim de se tornar novo com Cristo. Isso lembro os participantes do caminho novo que se iniciou no Batismo e que conitnua na Eucaristia runo ao mundo novo, devendo delinear-se no nosso quotidiano mediante o Sacramento."
Continua o Papa:
"A veste litúrgica indica para além do significado das vestes exteriores - ela é a antecipação do vestido novo, do Corpo Ressuscitado de Jesus Cristo, a caminho do novo que nos espera depois da destruição e que será a nossa morada eterna."
E completa:
"Para os Padres, a história do Filho Pródigo regressado era a história da queda de Adão, da falência do homem (Gn 2,7). Eles entenderam a parábola de Jesus como a mensagem do regresso a casa e da reconciliação dos homens entre si: aquele que regressou a casa em Fé recebe de volta a veste primordial e será revestido da Piedade e do Amor de Deus, que constinuem a verdadeira beleza."
E nós, o que vamos fazer diante deste maravilhoso significado espiritual e litúrgica da casula?
Desvalorizá-la como se fosse algo qualquer?
Deixar de usá-la para se "prender ao essencial"? Mas...ela aponta para o essencial, como vimos nas palavras do Papa!
Pelo contrário: é preciso que mergulhemos no significado litúrgico da casula, e da própria valorização que a Sagrada Liturgia dá aos sinais externos.
Negar isso implicaria colocar-se em contraposição com grandes parte das normas litúrgicas da Santa Igreja, bem como com os diversos sinais e símbolos litúrgicos (paramentos, velas, flores, incenso, gestos do corpo, etc), que partem da necessidade de se manifestar com sinais externos a fé católica a respeito do que acontece no Santo Sacrifício da Missa, bem como manifestar externamente a honra devida a Deus. A atitude interna é fundamental, mas desprezar as atitudes externas é um erro.
O Papa liga ainda o uso da casula ao que ele chama de "verdadeira beleza", que é a "Piedade e o Amor de Deus".
Esta questão da "beleza litúrgica", que se faz tão presente no uso da casula, ele mesmo abordou na sua fabulosa Encílica Sacramentum Caritatis (n 35), onde o Papa diz:
"A relação entre mistério acreditado e mistério celebrado manifesta-se, de modo peculiar, no valor teológico e litúrgico da beleza. De facto, a liturgia, como aliás a revelação cristã, tem uma ligação intrínseca com a beleza: é esplendor da verdade (veritatis splendor). (...) Jesus Cristo mostra-nos como a verdade do amor sabe transfigurar inclusive o mistério sombrio da morte na luz radiante da ressurreição. Aqui o esplendor da glória de Deus supera toda a beleza do mundo. A verdadeira beleza é o amor de Deus que nos foi definitivamente revelado no mistério pascal. A beleza da liturgia pertence a este mistério; é expressão excelsa da glória de Deus e, de certa forma, constitui o céu que desce à terra."
E completa o Papa (n.35):
"Concluindo, a beleza NÃO É UM FATOR DECORATIVO da acção litúrgica, mas seu ELEMENTO CONSTITUTIVO, enquanto atributo do próprio Deus e da sua revelação. Tudo isto nos há-de tornar conscientes da atenção que se deve prestar à acção litúrgica para que brilhe segundo a sua própria natureza."
Eu particularmente considero a casulas, juntamente a capa-magna (paramento que sacerdote ou diácono utilizam em exposição do Santíssimo Sacramento abaixo do véu-umeral, e se assemelha a capa de um rei), comos paramentos mais belos e esplendorosos que temos na Sagrada Liturgia.
As minhas casulas praferidas são as azuis (nos locais onde há a concessão para usá-las em certas datas marianas), as douradas (esplendorosas!) e as com figuras de flores, que são muito tradicionais - vejo também, nas casulas com flores, algo de "celeste" e de "presença mariana" que envolvem totalmente o Cristo Sacerdote.
Toda essa questão dos materiais nobres nos vasos sagrados que falamos em postagem anterior, do uso da casula que falamos aqui, e da qualidade artística dos demais materiais litúrgicos, fazem parte do dar o melhor para Deus.
No caso da casula, muitas vezes não se utiliza porque não se quer (e ela mofa no armário). Mas tenho visto que, outras vezes, principalmente em eventos (por exemplo, encontros deevangelização, encontros de jovens, retiros...) fora de paróquias, não se usa porque não se tem casula ali. E porque não se tem? Talvez porque não haja uma atenção especial para este ponto, e penso que é um ponto que em muitos lugares podemos avançar.
Tenho participado com certa frequência de equipes que servem na Liturgia em encontros como esses, e vejo que muitas vezes as pessoas se surpreendem em ver certo tipo de preocupação litúrigica nossa com coisas muitas vezes vistas como "desnecessárias": providenciar um "altar de qualidade" quando o Santo Sacrifício da Missa é fora de lugar sagrado, providenciar (e carregar para o local!) materias litúrgicos da melhor qualidade possível, desde paramentos até castiçais e flores para ornamentar altar...
O raciocínio que faço é muito simples. Nesses eventos, se costuma dedicar-se tanto para: oferecer uma comida de qualidade nas refeições; limpar o lugar do encontro; decorar o lugar do encontro; conseguir os melhorese quipamentos de som (mesmo que custe dinheiro), levar os melhores instrumentos,ensair as músicas e invertir tempo nisso (quem é músico sabe!), ter um cuidado todo especial na afinação dos intrumentos...e tudo isso é importante, claro! Mas porque uma equipe que cuida da Liturgia não dedicar-se também em fazer o melhor possível para preparar o Culto Divino? Inclusive no tempo investido, nos materiais preparados e carregados?
Dei essa volta toda para ilustrar o ponto que quero chegar: que nesta questão da casula e da qualidade dos materiais litúrgicos, que tanto temos falado nestas postagens, ao prepararmos o Culto Divino, sejamos movidos pelo verdadeiro "espírito da Liturgia" (termo do título do livro do Santo Padre), e NÃO pelo desleixo, que leva a "dessacralização" (tratar o sagrado como se não fosse sagrado), termo que o saudoso Papa João Paulo II usou na carta Dominicae Cenae (n.8).
Um caminho leva para a dessacralização. O outro caminho, para a Sacralidade, como fala o Papa João Paulo Paulo (Dominicae Cenae, n.8).
E aí vemos a riqueza dos sinais litúrgicos:
- algo de especial que acontece (a Presença Real e Substancial de Nosso Senhor na Hóstia Consagrada, a Renovação do Santo Sacrifício de Nosso Senhor na Missa!)
- celebrado por alguém que, por Misericórdia de Deus, recebeu uma graça especial (o Sacramento da Ordem) e é "Persona Christi"
- celebrado em um lugar especial (nas igrejas, capelas e oratórios, que são a Casa de Deus...)
- preparado de uma forma especial (a ornamentação do altar e do local, as velas, as flores...)
- utilizando-se uma veste especial (a casula no caso dos sacerdotes, a batina e sobrepeliz dos acólitos, o véu das mulheres que reverentemente optam em usá-lo por amor...)
E que tudo isso, é claro, seja acompanhado pelo nosso amor a Deus!
Que as velas que se consomem no altar sejam nossa vida consumindo-se por amor a Nosso Senhor! Que o incenso seja o perfume da nossa adoração que sobe ao céu!
Que o "ouro" dos cálices e cibórios seja o "ouro" de um coração que adora a Deus!
Que o vestir as casulas, alvas, batinas, sobrepelizes, capas, véus, seja a nossa atitude de querer revestir-se do Espírito Santo...
Uma objeção que muitas vezes se coloca ao uso da casula é a questão da humildade... "não vou usar, porque preciso ser humilde."
Ora, essa objeção não se sustenta. Se há uma vaidade no "estou usando a casula", também há uma vaidade no "estou me despojando e não usando".
Como colocamos acima, com as citações dos gigantes Bento XVI e João Paulo II, a casula e toda a beleza litúrgica precisa apontar para Deus, e não para nós. É uma questão de mudança de percepção. E como filhos e filhas da Santa Igreja, é ato de humildade agirmos como nossa Santa Mãe Igreja deseja e a tem em sua tradição litúrgica.
Aliás, esse pensamento de "não usar casula para de despojar" parece ser o mesmo tipo da tentação de: "Vou deixar de rezar o Rosário para não me envaidecer" ou "Deus me deu o dom de pregar, mas não vou pregar para não me envaidecer".
Ora, se há uma vaidade no rezar o Rosário ou no pregar a Palavra de Deus, também há vaidade no "estou me despojando e não fazendo isso".
Somos homens e não anjos, temos concupiscência (a tendência ao pecado que é consequência do pecado original), e há algo de vaidade ou outro tipo de desordem em absolutamente tudo o que fazemos, mesmo que tenhamos as melhores intensões, como afirmam os santos autores espirituais. São Luis Maria Montfort (Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem, n.78), por exemplo, diz que "nossa melhores ações são ordinariamente manchadas e corrompidas pelo fundo de maldade que há em nós." O que precisamos é não deixar que essa maldade, sempre presente, domine o que fazemos; e sim, que nosso Amor a Deus domine.
Tais tentações são um artifício em que o Demônio usa dos nossos escrúpulos para impedir que façamos a Vontade de Deus: rezando o Santo Rosário, talvez pregando a Palavra de Deus, valorizando o esplendor da Sagrada Liturgia...
Por último, retomamos um alerta:
Existe uma Revolução Cultural Anticristã, em processo em nossa sociedade, quer abolir na sociedade as justas desigualdades e hierarquias (Cat., n. 874-896), e a teologia modernista quer abolir o Sacerdócio, igualando a figura do sacerdote a qualquer outro leigo.
Muitos liturgistas adeptos da teologia modernista, ou influenciados por ela, e que com as suas novas interpretações litúrgicas pretendem negar ou ofuscar os Mistérios da Presença Real e Substancial de Nosso Senhor na Hóstia Consagrada, da Santa Missa como Renovação do Sacrifício de Nosso Senhor e do Sacerdócio Ministerial.
Nestes casos, é ignorada a essência mística do Sacerdócio, e o sacerdote é rebaixado a ser, simplesmente, alguém que ocupa um cargo à frente de uma comunidade. Neste aspecto, é o mesmo igualitarismo revolucionário que no séc. XVI os protestantes fizeram, atentando contra a hierarquia da Santa Igreja, instituída por Nosso Senhor.Há destes liturgistas que conhecem bem o poder dos símbolos e da linguagem para a alma humana, e o utilizam em suas estratégias.
Muitos vezes, são exemplos disso (nos limitamos aqui aos exemplos estritamente relacionados à forma de vestir dos sacerdotes dentro e fora das celebrações):
- os sacerdotes andarem "vestidos de leigos" – não usarem nem batina nem clergyman (ou hábito religioso, no caso dos sacerdotes religiosos). Em tempo: o Código de Direito Canônico determinada que os cléricos usem veste clerical (cânon 284).
- os sacerdotes usarem cada vez menos paramentos na Santa Missa, deixando de usar a casula, que é o paramento próprio para a Santa Missa, e usando apenas somente alva e estola (e por vezes nem isso!) – enquanto os leigos usam cada vez mais "vestes litúrgicas" – e estranhamente, em vários lugares, "vestes de leitor" que parecem casulas.
Ocorrem dois processos similares e igualitaristas: a laicização do clero e a clericalização do leigo.
É preciso percebermos este perigoso movimento cultural, teológico e litúrgico, e reagirmos.
Nas aparições da Santíssima Virgem em Fátima (Portugal, 1917), oficialmente reconhecidas pela Santa Igreja, quando o Anjo apareceu para as crianças, antes da Virgem aparecer, ele trazia consigo uma Hóstia Consagrada. Prostrando-se por terra, ensinou a elas a seguinte oração:
"Meu Deus: eu creio, adoro, espero-vos e amo-vos. Peço-vos perdão por aqueles que não crêem, não adoram, não esperam e não vos amam."
Que a Grande Mãe de Deus, Mãe da Eucaristia e Mãe dos Sacerdotes, pela Sua Poderosa Intercessão, nos conceda a graça de crer, adorar, amar e zelar pelo Santíssimo Corpo do Deus-Amor Sacramentado, pelo Santo Sacrifício do Altar e pelo Sacerdócio...
"No meio dos candelabros, alguém semelhante ao Filho do Homem, vestindo longa túnica até os pés, cingido o peito por um cinto de ouro." (Apocalipse 1,13)
"Está vestido com um manto tinto de Sangue, e Seu Nome é Verbo de Deus. Seguiam-no em cavalos brancos os exércitos celestes, vestidos de linho, fino e de uma brancura imaculada." (Apocalipse 19, 13-14)
fonte:Publicación semanal del Instituto del Buen Pastor Sede de Colombia
15o Domingo después de Pentecostés
Con este Domingo suele coincidir en los maitines la lectura del libro
sagrado de Job de aquel venerable patriarca, piadoso y rico, de la
tierra de Idumea, a quien Satanás
quiso tentar, con ánimo dañado de
ver si realmente servía a Dios con
desinterés, o bien porque le había
colmado de honores y de
hacienda. Satanás, que nunca está
ocioso y tiene ordenadas todas sus
huestes para tentar a los pobres
mortales, se presenta a Dios cierto
día y le pide permiso para tentar a
Job y privarle de sus riquezas, de la
consideración y fama que tenía y
de su m isma salud corporal, y así
sucedió. En poco tiempo, Job lo
fué perdiendo todo, y vióse
precisado a limpiarse sus
purulentas llagas, desnudo sobre
un inmundo basurero. También la
Iglesia pide hoy que nos veamos
continuamente defendidos contra los asaltos rabiosos del demonio , de
ese eterno homicida, que nos sorbería la sangre si posible le fuese y
acabaría en un solo día con todos los hombres. La tentación vendrá
también para nosotros, pues el ángel de Satanás azotó al mismo S.
Pablo. Pero en medio de todo saldremos triunfadores por la esperanza
firme que tenemos en la poderosa ayuda de Aquél que nos amó, de
Aquél de quien el santo Job decía: "Yo bien sé que mi Redentor vive, y
que en el último día he de resucitar de la tierra, y que estos mismos
ojos le contemplarán. Un día también oiré la voz de Dios, el cual
alargará su diestra al que es obra de sus manos. Pasada la prueba, en
la cual fué hallado fiel servidor, Job recibió por duplicado todo lo que
antes había poseído. Pues bien, la Iglesia, representada en Job, pide
hoy a Dios que la purifique, ampare, salve y gobierne. Con el Salmista
exclama: "Inclina, Señor, tus oídos y óyeme, porque soy pobre e
indigente . Luego con el Salmo del Ofertorio, y haciéndose eco del
santo Job, dice también: "He esperado al Señor, y al fin me ha mirado
y ha oído mi oración, y ha puesto en mis labios un cántico nuevo, el
cántico de las almas cristianas resucitadas a la vida de la gracia. Por lo
cual justo y " bueno es alabar al Señor y pregonar sus misericordias" .
Él es verdaderamente un Dios grande y Rey grande sobre toda la
tierra. La Epístola refiérese enteramente a la vida sobrenatural, que el
Espíritu Santo dió a las almas en las fiestas de Pentecostés. "Si vivimos
a impulsos del Espíritu Santo, obremos como movidos por Él ", siendo
por lo mismo humildes, mansos y caritativos con los que pecan,
máxime al considerar que nosotros mismos somos flacos, y tal vez más
que ellos; razón por la cual S. Felipe Neri decía todos los días al Señor:
" Señor, tenedme de vuestra mano; porque si no, capaz soy de haceros
traición". Repasemos esa Epístola, porque en ella se encierran muchas
y muy prácticas y saludabilísimas enseñanzas, análogas a las del
Evangelio, que es hoy el de la resurrección del hijo de la viuda de
Naín. Esa viuda representa a la santa Iglesia que llora también a tantos
hijos suyos muertos, muertos a la vida de la gracia por el pecado. Pero
viene el Verbo divino, viene Jesús, y adivinando sus ruegos, los
resucita mediante la confesión sacramental; y para que no vuelvan a
morir eternamente, deposita en sus mismos cuerpos mortales un
germen, una medicina de inmortalidad que les permita resucitar en el
día postrero
Workshop: “Restaurando o Sagrado com a Santa Missa Tradicional” – Fátima 08 a 11 de Setembro de 2010
As conferências explanarão as rubricas da Missa Tradicional, assim como a sua antiquíssima história, desvelando o tesouro oferecido a toda a Igreja, pela pastoral solicitude do Sumo Pontífice Bento XVI , através do Motu Proprio Summorum Pontificum cura. Serão apresentados o riquíssimo simbolismo e sacralidade do cerimonial da Santa Missa na forma extraordinária do Rito Romano e a Hermenêutica da Continuidade, tão desejada pelo nosso Sumo Pontífice. Abordaremos ainda o Rito Bracarense, rito das liturgias ocidentais, que se formou em Portugal ligado à Arquidiocese Primaz de Braga. Serão palestrantes o Rev.º C. Frank Phillips, CR, Fundador e Superior dos Cónegos de S. João de Câncio; Rev.º Scott A. Haynes, SJC; Rev. Joseph Santos, Diocese de Braga Portugal. Todas as conferências serão proferidas em português e inglês, das quais haverá tradução. Serão no auditório do Hotel Fátima.
Como já foi referido, durante o Workshop, a Santa Missa será oferecida de acordo com o Missale Romanum de 1962. No dia 08 e 11 a Santa Missa será em Rito Romano, no dia 09 será em Rito Bracarense – sempre na capela do Opus Angelorum. No dia 10 será oferecida Missa Solemnis no Altar-mor da Basílica de Nossa Senhora Rainha do Sacratíssimo Rosário de Fátima.
Todos são convidados a participar neste Workshop que decorrerá dos dias 08 a 11 de Setembro em Fátima. As conferências são gratuitas no entanto é necessário efectuar a inscrição, para o email sanctamissa.portugal@gmail.com até à data limite de 15 de Agosto.
O programa poderá consultá-lo nesta mesma página (aqui).
Rezemos por este Apostolado.
Graças à generosidade e oração de muitos, queremos comunicar o alargamento do prazo de inscrições até ao dia 15 de Agosto e também a supressão dos honorários. Assim todos os que estiverem inscritos, participarão no Workshop de forma gratuita! Pedimos, pois, que divulguem, por todos os meios, com a ousadia evangélica que vos é conhecida, o Workshop! Este é um serviço à Igreja e por isso para a salvação de muitos! Continuemos a rezar por este apostolado tão desprezado. Temos recebido de muitos a preocupação e receio de participar neste workshop, confiamo-los também às vossas orações, para que à semelhança dos Apóstolos sejam audazes na fidelidade à Igreja. Contacte-nos pelo nosso e-mail sanctamissa.portugal@gmail.com.
Respondamos com generosidade de ânimo ao apelo deixado pelo Santo Padre no Discurso que proferiu na Cerimónia de despedida no dia 14 de Maio “O meu desejo é que a minha visita se torne incentivo para um renovado impulso espiritual e apostólico.”
Queremos apresentar mais algumas novidades relativamente ao Workshop Restaurando o Sagrado com a Santa Missa Tradicionalque irá decorrer em Fátima, do dia 08 ao dia 11 de Setembro deste ano.
As conferências serão realizadas no Hotel Fátima, conforme a indicação no horário (disponível no final deste post). A Santa Missa será oficiada na Capela do Opus Angelorum (Mosteiro de Santa Cruz, Rua S. João Eudes, 22; 2495-651 Fátima) todos os dias, excepto no dia 10 em que será oferecida no Altar da Basílica de Nossa Senhora de Fátima. Todo o Workshop é gratuito, sendo apenas necessária inscrever-se para o e-mail sanctamissa.portugal.gmail.com até ao dia 15 de Agosto. O alojamento e refeições serão da responsabilidade dos participantes que poderão encontrar várias casas ou hotéis disponíveis em Fátima. Não obstante deixamos o contacto do serviço de alojamento do Santuário de Fátima (seal@fatima.pt) pois poderá revelar-se útil.
Deste modo, quem desejar participar deve formalizar a inscrição (através do e-mail sanctamissa.portugal@gmail.com) com os seguintes dados:
Nome completo
Diocese (e para os Religiosos, indicar também Congregação)
Estado (leigo, seminarista, religioso(a) diácono, sacerdote)
Contacto telefónico
Disponíveis para eventuais dúvidas.
Novamente apelamos à sua oração e à ajuda na divulgação do mesmo.
_________________________________________ PROGRAMA Quarta-feira, 8 Setembro 2010
17h30 – 19h00 Missa Solemnis in Forma Extraordinaria (1962 Missale Romanum)
Local: Capela do Opus Angelorum, Fátima
19h30 – 20h30 Pausa para Jantar
20h00 – 20h45 Abertura do Secretariado
21h00 – 22h30 Conferência de Abertura
Local: Hotel Fátima Quinta-feira, 9 Setembro 2010
09h00 – 09h45 Abertura do Secretariado
Local: Hotel Fátima
10h00 – 11h20 Conferência
Local: Hotel Fátima
11h30 – 12h50 Conferência
Local: Hotel Fátima
13h00 – 15h00 Pausa para Almoço
15h00 – 16h30 Conferência
Local: Hotel Fátima
17h30 – 19h00 Missa Cantata (Rito Bracarense)
Local: Capela do Opus Angelorum, Fátima
19h30 – 20h30 Pausa para Jantar
21h00 – 22h20 Conferência
Local: Hotel Fátima Sexta-feira, 10 Setembro 2010
09h00 – 09h45 Abertura do Secretariado
Local: Hotel Fátima
10h00 – 11h20 Conferência
Local: Hotel Fátima
11h30 – 12h50 Conferência
Local: Hotel Fátima
13h00 – 15h30 Pausa para Almoço
16h00 – 17h30 Conferência
Local: Hotel Fátima
18h00 – 19h00 Pausa para Jantar
20h00 – 22h00 Missa Solemnis in Forma Extraordinaria (1962 Missale Romanum)
Local: Basílica de Nossa Senhora de Fátima Sábado, 11 Setembro 2010
09h00 – 10h15 Conferência de encerramento
Local: Hotel Fátima
10h45 – 12h00 Missa Solemnis in Forma Extraordinaria (1962 Missale Romanum)
Local: Capela do Opus Angelorum, Fátima
A Santa Missa durante o Workshop, a realizar entre os dias 08 e 11 de Setembro, em Fátima será oferecida de acordo com o Missale Romanum de 1962. Serão oficiadas diariamente na Capela do Opus Angelorum, sendo no dia 10 oferecida Missa Solemnis no Altar-mor da Basílica da Rainha do Sacratíssimo Rosário de Fátima.
Ogni cuore veramente cristiano e cattolico (non si può essere pienamente cristiani, se non si è cattolici) è attaccato alla tradizione apostolica fondata sulla roccia di Pietro per volere di Cristo, il quale a Simone disse: « Tu es Petrus et super hanc petram aedificabo ecclesiam meam ». Noi innamorati (non per merito nostro, ma per grazia di Dio, giacché la fede è una grazia del Signore), noi innamorati della tradizione della Chiesa apostolica romana, con gioia celebriamo oggi la festa di san Pio X, un papa difensore della soprannaturalità della fede. Pio X, come abbiamo letto nella lettera di san Paolo ai Tessalonicesi, non adulò mai nessuno, non cercò mai la gloria dagli uomini, labia sua non prohibuit, non tenne chiusa la sua bocca, ma con franchezza annunciò il Vangelo di Dio. Questo fece quel papa semplice e buono, ma nel contempo severo e forte nella difesa delle anime dei fedeli. Quanti sono i suoi insegnamenti! Si potrebbe fare un lungo panegirico di un santo così attuale come Pio X. Cercheremo di concentrarci su alcuni punti-chiave del suo pontificato e della sua vita santa. Spesso l’odio dei malvagi rivela la bontà e la virtù dei santi. Mi ricordo che, quando studiavo teologia, imperversava il modernismo. Udii tante battute poco caritatevoli e rispettose nei riguardi di Pio X, uomo — si diceva — di scarsa intelligenza (quasi a voler dire: « Noi teologi ne sappiamo ben più dei papi e dei santi »).
Egli fu un essere semplice, un vero povero in spirito nel senso più bello della parola, un uomo d’intelligenza acuta e di buon senso contadino. La povertà in spirito non significa mancanza d’intelligenza, bensì intelligenza accompagnata da umiltà. « Ti benedico, Padre, » dice Gesù « perché hai tenuto nascoste queste cose ai sapienti e agl’intelligenti e le hai rivelate ai piccoli » (Mt 11, 25). “Ai piccoli” non vuol dire agli uomini poco intelligenti, ma a coloro che sanno abbinare l’intelligenza e l’umiltà. Solo un’intelligenza umile può essere illuminata dalla luce soprannaturale dell’amore.
San Pio X, l’ultimo papa canonizzato, può essere da noi amanti della tradizione considerato come il nostro patrono, poiché ha fulminato l’evoluzionismo modernista. Fu un sacerdote santo, un cuore apostolico, un uomo che voleva una sola cosa: condurre le anime a Gesù. Per tutta la sua vita egli cercò la salus animarum per doctrinam et praedicationem, la salvezza delle anime tramite una predicazione dottrinale della fede. Mi piace celebrare la S. Messa presso la tomba di un’anima apostolica, quale fu quella del nostro padre San Domenico. Autorevole e dottrinale fu san Pio X, pur nella sua semplicità e bontà. Anzi, proprio a causa della sua semplicità e bontà fu autorevole, ben sapendo che l’autorità deriva da “augere”, aumentare, accrescere la vita delle anime, autorità deriva da una vita intemerata, non da discorsi intellettuali, pieni di dubbio e di scetticismo (che oggi piacciono tanto al mondo pseudointellettuale: più dubbi si hanno, più sembra che la mente sia acuta). Magari bastasse dubitare di tutto per essere una persona intelligente! Invece no, cari fratelli: un dubbio può essere intelligente solo se è fondato su certezze. Ogni vita intellettuale si fonda su certezze. Sarebbe troppo facile dubitare di tutto per essere una persona intelligente. E invece non è così. Un dubbio è intelligente solo se è fondato su certezze. Esistono certezze circa le quali è stolto dubitare. In questo senso San Agostino diceva: “Dubito ergo sum”: anche se dubitassi di tutto, una cosa resta certa, cioè che il dubitare è un cogitare e se cogito, esisto, perché se non ci fossi, non potrei pensare.
Animato da amore delle anime fin da quando era un semplice sacerdote, continuò su quella linea anche quando fu vescovo di Mantova (1884), patriarca di Venezia (1893) e infine pastore della Chiesa universale (1903). Egli fu fermamente convinto di una cosa che, ahimè, non tutti hanno ben chiara al giorno d’oggi e cioè che la santificazione delle anime non può avvenire se non tramite un clero santo e soprattutto ortodosso. Non lo dico per diminuire l’importanza della santità, ma per sottolineare l’attualità di quello che disse Santa Teresa d’Avila. La quale, interrogata se preferisse un confessore dotto o un confessore santo, diede questa risposta: « Naturalmente preferirei un padre spirituale che fosse santo e dotto nel contempo ». Però, costretta dai suoi interlocutori a scegliere fra i due, Santa Teresa senza battere ciglio disse: « Preferisco un confessore dotto ». Scandalo! Perché una Santa voleva un confessore dotto anche se poco edificante nella condotta di vita? Teresa replicò che un confessore dotto ma poco santo forse avrebbe subìto le pene dell’inferno, però, tramite una dottrina obiettivamente valida, avrebbe portato tante anime in cielo.
Quindi a livello apostolico bisogna mostrare verso il prossimo non solo carità, ma anche giustizia. I fedeli hanno diritto a una dottrina vera, ineccepibile, canonica, che sia regola sicura di vita. Veritas liberabit vos (Gv 8, 32) dice chiaramente Gesù, che identifica sé stesso con la verità (Gv 14, 6: Ego sum via et veritas et vita). Non si giunge alla vita se non per quella via che è Gesù.
Le preoccupazioni principali di Pio X furono d’ordine religioso: emanò nuove costituzioni per i seminari onde favorire la santificazione del clero e non si stancò mai di raccomandare la Comunione frequente. Voi sapete che all’inizio del XX secolo si faceva la comunione molto raramente. Solo con il permesso del confessore qualche anima privilegiata poteva fare la comunione quotidiana. Era una concessione del tutto eccezionale. Invece Pio X capì il vantaggio spirituale che le anime traevano dalla mensa eucaristica. Abbassò anche l’età per la prima Comunione. È noto l’episodio di quel bambino che aveva una grande fame eucaristica. Il papa, vedendolo affamato di Gesù, gli fece una sola domanda: « Dimmi: chi c’è nell’Eucaristia? ». Quel fanciullo gli seppe rispondere: « Il nostro Signore e Salvatore Gesù Cristo, con la sua divinità e con la sua umanità ». Il papa capì che quel bambino aveva una fede che molti teologi non avevano.
San Pio X modificò la recita del Breviario e ripristinò il canto gregoriano. Questa fu davvero una bella riforma a differenza di tante altre più recenti, che sono state palesemente irrispettose della tradizione (non faccio allusioni). Il ritorno alla musica sacra gregoriana fu una riforma non solo rispettosa, ma anche promotrice della tradizione, di una tradizione di bellezza, di semplicità e di essenziale solennità.
Ma il merito maggiore — l’abbiamo letto nella colletta — fu la sua energica lotta ad tuendam catholicam fidem, per difendere la fede cattolica. Per questo il Signore lo chiamò al pontificato. Già il suo illustre predecessore Leone XIII (Gioachino Pecci, 1878-1903) s’era reso conto che la teologia settecentesca e in parte anche quella ottocentesca erano alquanto disastrate, poiché prendevano sincretisticamente un po’ di qua, un po’ di là. Che cosa fece papa Leone XIII? Scrisse l’enciclica Aeterni Patris (1879) che ristabiliva nelle scuole ecclesiastiche lo studio di san Tommaso d’Aquino come base della filosofia cristiana; a tale scopo promosse l’edizione critica delle opere dell’Aquinate, essendosi reso conto di quanto grande, perfetta e umile nel contempo fosse la sintesi tomista di fede e ragione. Questo è il privilegio di Tommaso, senza diminuire la gloria di altri dottori della Chiesa: aver saputo sposare perfettamente nel suo sistema ragione e fede. Generalmente si tende a essere o troppo razionalisti o troppo fideisti. Invece la dottrina tomista, grazie alla sua limpidezza sul piano sia filosofico che teologico, costituisce un esempio di perfetto equilibrio fra le sue sfere.
San Pio X, accusato di essere un retrogrado, aveva capito benissimo la differenza tra laicità e laicismo. Una certa laicità, una certa autonomia dei valori terreni è cosa santa e vera. Omne verum a quocumque dicatur a Spiritu sancto est dice sant’Ambrogio ( o un detto a lui attribuito, poco importa”). Tommaso spesso cita questa frase, cioè « ogni verità da chiunque sia detta viene dallo Spirito santo ». San Pio X si rendeva conto che il mondo moderno aspirava giustamente a una certa laicità dei valori naturali, una laicità che però non fosse divorzio dalla fede e dalla vita di grazia, come invece hanno miseramente preteso molti tentativi di laicizzazione. Già Leone XIII aveva promosso gli studi tomistici, ben sapendo che per San Tommaso l’amore per Gesù Cristo redentore e alla grazia dello Spirito Santo presuppone l’amore per il creato, in armonia con l’amore soprannaturale, tanto è vero che Chesterton diceva che se San Tommaso fosse stato un carmelitano avrebbe potuto chiamarsi “Tomas a Creatore”, tanto egli stimava i valori naturali e razionali, oggetto della filosofia. Miei cari, la crisi del mondo odierno è una crisi di pensiero prima ancora che di fede, è una crisi di filosofia prima ancora che di teologia. Come S. Tommaso d’Aquino battezzò Aristotele, come i padri della Chiesa battezzarono Platone, così noi battezziamo Heidegger (c’è ancora di peggio, purtroppo...), insomma battezziamo un po’ di tutto.
I padri e i dottori della Chiesa scelsero un filosofo anziché un altro non per un gusto personale, ma perché il suo sistema di pensiero si apriva alla realtà delle cose. San Tommaso capì che una dottrina rispettosa di Dio è anzitutto una dottrina rispettosa della realtà, limpida e umile sottomissione intellettuale alla realtà delle cose, non tanto dettar legge alla realtà. Kant (1724-1804), fin dall’inizio della sua Critica della ragion pura pretende di dettar legge alla natura. Invece l’atteggiamento di ogni sano pensatore cristiano è esattamente il contrario: è l’Essere che detta legge al nostro pensiero.
San Pio X non disse: « Solo l’Aquinate ha ragione », ma disse: « approviamo le tesi tomiste, sono tesi buone e sicure, i teologi ne faranno quello che potranno », senza escludere la validità di altre scuole (la scuola scotista, per esempio, quella agostiniana e via dicendo). Vi era allora rispetto per il pluralismo. Egli promosse gli studi tomisti senza imporre nulla agli altri teologi che, nell’ortodossia, seguivano strade diverse. Suo scopo fu quello di illuminare la Chiesa con una dottrina che sapesse limpidamente abbinare ragione e fede. San Pio X non si limitò a raccomandare le tesi filosofiche dell’Aquinate (le famose XXIV tesi) per aiutare i teologi nelle loro ricerche, ma scrisse due documenti stupendi, uno suo, uno del S. Uffizio (ma approvato da lui). Cari fratelli, provate a chiedere se esistono ancora in commercio. Vale la pena leggerli. Sono l’enciclica Pascendi dominici gregis (1907) e il decreto del S. Uffizio dal significativo titolo Lamentorum (è l’elenco dei deplorevoli errori del modernismo).
Che cosa s’intende per modernismo? San Pio X, grazie alla sua intelligenza scolasticamente formata, riesce a portare chiarezza in mezzo a una confusione intellettuale piuttosto notevole. Nella Pascendi si leggono queste parole: ut in abstrusiore re ordinate procedamus (per procedere con ordine in una materia alquanto astrusa). Da qui si coglie nel papa la volontà di ordine anche nel caos e nella confusione. Quali sono le caratteristiche del modernismo e qual è la sua pericolosità? Jacques Maritain ebbe a dire in una sua opera parole molo attuali: « Il modernismo giustamente fulminato da san Pio X all’inizio del XX secolo sta al neomodernismo attuale [allusione a una corrente di pensiero degli anni Sessanta] come un innocente raffreddore sta a una polmonite letale ». Questo ci dà l’idea della perniciosità del modernismo. Dobbiamo dire che Pio X è stato un profeta, perché ha saputo prevedere con la sua chiaroveggenza soprannaturale i tempi dell’anticristo, della confusione diabolica di oggi, anche se gli effetti devastanti del movimento erano solo all’inizio e la “polmonite letale” dei nostri giorni era ancora di là da venire.
Da che cosa è caratterizzato il modernismo? Solo per sommi capi, si tratta di una tendenza di pensiero soggettivista fenomenista. Grosso modo, si può dire che i modernisti, non contenti delle filosofie del passato, per una malintesa modernità, aspirano al cambiamento ad ogni costo, anche a costo di uscire dal sentiero della verità. Una falsa idea di progresso, dove non si sa in che direzione progredire, un po’ come il cieco del quale parla il Vangelo, che cade nella fossa. Ciò vuol dire che nella vita spirituale occorre fare attenzione a dove si mettono i piedi, si deve progredire, certo, ma nella vera fede.
Alcuni di questi progressisti ad oltranza, irrispettosi dell’eternità del vero, che cosa dicono? Assumiamo la “fenomenologia dello spirito di Hegel”, quella che noi potremmo meglio chiamare “patologia dello spirito. Cari fratelli, assumere questi atteggiamenti soggettivistici con superbo “non serviam!” Gen. 2-20, nei confronti di Dio Creatore porta poi ad una simile ribellione a Dio Redentore. Se uno non ama la creazione non può essere cristiano, è uno gnostico, la cui fede è solo un atto di superbia, con il quale pretende di regolare la realtà sul suo pensiero e di scrutare empiamente gli imperscrutabili misteri della fede. Vedete la modestia dei modernisti? Far dipendere l’essere dalle loro idee. Diverse sono le forme di soggettivismo. Più intelligente è quello di Kant, più superficiale è quello dei suoi seguaci.
Se la religione è un fenomeno puramente soggettivo, è evidente che non esiste una rivelazione soprannaturale. Se non c’è nulla al di fuori del nostro io che pensa i suoi pensieri (che umiltà!), allora anche la pretesa rivelazione non è altro che la voce del proprio io che parla a sé stesso. Questo è un soliloquio che l’io conduce con sé stesso, al di qua della rivelazione soprannaturale. Mentre a livello filosofico il modernismo è anzitutto fenomenismo e soggettivismo, a livello teologico è naturalismo e razionalismo, cioè negazione dell’obiettività del soprannaturale.
Se poi si ritiene la propria mente il vertice del sapere, è chiaro che si finisce con il cadere nel progressismo evoluzionista, per cui si considerano gli apostoli come menti rozze, immerse nella mitologia È mancanza di umiltà ritenere che gli apostoli non sapessero come orientarsi nella fede, mentre noi uomini maturi, noi sì che sappiamo che cosa è la fede cattolica! Secondo la mentalità modernista, in origine c’era una fede immatura, arcaica, piena di miti; poi, poco alla volta, con lo sviluppo della cultura sono venuti fuori dei contenuti sempre nuovi. Le novità vanno sempre rispettate, anche se sono in contraddizione con quanto si credeva prima. Pensate quale è il programma modernista!
Tutti questi errori (fenomenismo, naturalismo ed evoluzionismo storicistico) furono fulminati dal supremo magistero di Pio X. Cari fratelli, che dire? Come orientarci? Pio X rimane un faro sulla strada di ogni buon cattolico. Quando mi si obietta: « Pio X, vissuto un’ottantina d’anni fa, ha detto cose che andavano bene all’inizio del secolo », rispondo che la fede, se è veramente tale, non cangia nel tempo. Bisogna decidersi: la verità o discende dall’alto (e allora viene da Dio ed è eterna), o viene dalle nostre meschine elucubrazioni (e allora è soggetta alle vicissitudini della storia). Facciamo la nostra scelta! Non lasciamoci impressionare da quelli che dicono che siamo all’antica, che non abbiamo capito nulla, che non siamo aggiornati, che siamo reazionari. Pensiamo piuttosto alla lettera di san Paolo che dice: « Predichiamo il vangelo cercando di piacere non agli uomini, ma a Dio, che prova i nostri cuori. Mai infatti abbiamo pronunciato parole di adulazione [...] e neppure abbiamo cercato la gloria umana né da voi né da altri » (1Ts 2, 4-6). Non c’è gloria maggiore che quella di portare a Dio le anime dei fratelli, nell’unica, vera, cattolica fede. Così sia.
Reseña: Nació en la aldea de Riese, situada en la región véneta, el año 1835. Primero ejerció santamente como presbítero, más tarde fue obispo de Mantua y luego patriarca de Venecia. El año 1903 fue elegido papa. Adoptó como lema de su pontificado: «Instaurare omnia in Christo», consigna por la que trabajó intensamente con sencillez de espíritu, pobreza y fortaleza, dando así un nuevo incremento a la vida de la Iglesia. Tuvo que luchar también contra los errores doctrinales que en ella se filtraban. Murió el día 20 de agosto del año 1914.
"Era uno de esos hombres elegidos, de los que hay pocos, con una personalidad irresistible. Todos tenían que sentirse conmovidos por su absoluta sencillez y su bondad angelical. Sin embargo, era algo más lo que le hacía entrar en todos los corazones; ese "algo" se puede definir mejor al observar que todo aquél que fue admitido a su presencia salió con la profunda convicción de haber estado frente a un santo. Y, entre más se sabe sobre él, mayor fuerza adquiere esta convicción".
-Baron von Pastor, historiador, sobre el Papa Pío X:
Nuestro Papa nació en 1835 con el nombre de Giuseppe (José) Sarto, hijo de un humilde cartero, en la ciudad de Riese, en el Veneto. Fue el segundo de diez hijos de la pobre familia. Asistió a la escuela elemental de Riese y, gracias a las instancias del cura párroco, pasó a la escuela superior de Castelfranco, a una distancia de ocho kilómetros, que el chico recorría a pié dos veces al día. Más tarde, en virtud de una beca que se obtuvo para él, pudo asistir al seminario de Padua. Por dispensa especial, se le ordenó sacerdote a la edad de veintitrés años y, desde aquel momento, se entregó completamente al ministerio pastoral; al cabo de dieciséis años, ascendió a canónigo en Treviso, donde prosiguió con mayor ahínco su dura y generosa tarea sacerdotal.
En 1884, fue consagrado obispo de Mántua, diócesis que se hallaba en bajas condiciones morales, debido a su clero negligente hasta el extremo de haber provocado un cisma en dos poblaciones. Fue tan limpio y brillante el triunfo que obtuvo el obispo en el desempeño de aquel cargo plagado de dificultades que, en 1892, el Papa León XIII consagró a Mons. Sarto como cardenal sacerdote de San Bernardo de los Baños y, casi inmediatamente, lo elevó a la sede metropolitana de Venecia, que comprende el título honorífico de patriarca. Ahí se transformó en un verdadero apóstol para toda la región del Veneto y puso de manifiesto el valor de su sencillez y su rectitud, en una sede que se ufanaba de su magnificencia y de su pompa.
A la muerte de León XIII, en 1903, era creencia general que habría de sucederle en la cátedra de San Pedro el cardenal Rampolla del Tíndaro; las tres primeras votaciones del cónclave indicaron que la opinión general estaba en lo cierto; pero entonces, el cardenal Puzyna, arzobispo de Cracovia, comunicó a la asamblea de electores que el emperador Francisco José de Austria imponía el veto formal contra la elección de Rampolla. El anuncio causó una profunda conmoción; los cardenales protestaron con energía por la intervención del emperador y las cosas llegaron al punto de efervescencia, cuando Rampolla, con mucha dignidad, retiró su candidatura. (Actualmente se afirma que Rampolla no habría sido elegido de ningún modo).
Al cabo de otras cuatro votaciones, resultó elegido el cardenal Giuseppe Sarto. Así llegó a la cátedra de Pedro un hombre de humilde cuna, sin relevantes dotes intelectuales, sin experiencia en las diplomacias eclesiásticas, pero con un corazón tan grande que no le cabía en el pecho, y tan bueno que parecía irradiar gracias: "un hombre de Dios que conocía los infortunios del mundo y las penurias de la existencia y, en la grandeza de su corazón, solo quería arreglarlo todo y consolar a todos".
Uno de los primeros actos del nuevo Papa fue el de recurrir a la constitución "Commissum nobis", a fin de terminar, de una vez por todas, con cualquier supuesto derecho de cualquier poder civil para interferir en una elección papal, por el veto u otro procedimiento. Más adelante, dio un paso cauteloso pero definitivo hacia la reconciliación entre la Iglesia y el Estado, en Italia, al levantar prácticamente el "Non Expedit". Su manera de hacer frente a la muy crítica situación que no tardó en presentarse en Francia fue directa y tan efectiva como cualquiera de los medios diplomáticos en uso. En 1905, luego de numerosos incidentes, el gobierno francés denunció el concordato de 1801, decretó la separación de la Iglesia y el Estado y emprendió una campaña agresiva contra la Iglesia. El gobierno propuso crear una organización para que se preocupara de las propiedades eclesiásticas, bajo el nombre de "associations cultuelles", a la que muchos de los prominentes personajes católicos de Francia deseaban someterse por vías de ensayo; pero, tras una serie de consultas con los obispos franceses, el Papa Pío X emitió un par de declaraciones enérgicas y dignas, por las que condenaba la ley de separación y calificaba la "asociación" de anticanónica. A los que se quejaban de que había sacrificado todas las posesiones de la Iglesia en Francia, les respondió: "Aquellos se preocupaban demasiado por los bienes materiales y muy poco por los espirituales". La separación ofreció la ventaja de que, a partir de entonces, la Santa Sede pudo nombrar directamente a los obispos franceses, sin la nominación previa de los poderes civiles.
El obispo de Nevers, Mons.Gauthey dijo del Papa: "Pío X, nos emancipó de la esclavitud al costo del sacrificio de nuestras propiedades. Que Dios le bendiga por siempre, por no haber titubeado en imponernos ese sacrificio". La severa actitud del Papa causó tantos trastornos y dificultades al gobierno francés que, veinte años más tarde, se avino a concertar un nuevo acuerdo, dentro de los cánones, para la administración de las propiedades de la Iglesia.
Contra el Modernismo
El nombre de Pío X se vincula generalmente y con toda razón, al movimiento que purgó a la Iglesia de ese "resumen de todas las herejías", al que alguno tuvo la ocurrencia de llamar "Modernismo". Un decreto del Santo Oficio fechado en 1907, condenó a ciertos escritores y ciertas ideas; muy pronto le siguió la carta encíclica "Pascendi dominici gregis", en la que se indicaban peligrosas tendencias de alcance imprevisible, se señalaban y condenaban las manifestaciones del modernismo en todos los campos. Pero también se adoptaron medidas enérgicas y, a pesar de que hubo furiosas oposiciones, el modernismo en la Iglesia fue desenmascarado. Ya había conquistado bastante terreno entre los católicos y, sin embargo, no fueron pocos quienes opinaron que la condena del Papa había sido excesiva y obscurantista.
Cinco años después, en 1910, la encíclica del Papa sobre San Carlos Borromeo fue mal interpretada y se ofendieron los protestantes en Alemania. Pío X publicó la explicación oficial del párrafo mal interpretado en el Osservatore Romano y ahí mismo recomendó a los obispos alemanes que no hiciesen más comentarios ni publicidad en torno a la encíclica, en el púlpito o en la prensa.
Renovarlo todo en Cristo: Eucaristía y Palabra
En su primera encíclica Pío X anunciaba que su meta primordial era la de "renovarlo todo en Cristo" y, sin duda que con ese propósito en mente, redactó y aprobó sus decretos sobre el sacramento de la Eucaristía. Por ellos, recomendaba y encomiaba la comunión diaria, si fuese posible; que los niños se acercaran a recibirla al llegar a la edad de la razón, y que se facilitara el suministro de la comunión a los enfermos. (En la Edad Media y, posteriormente en la época del jansenismo, los fieles católicos comulgaban rarísima vez. La comunión diaria o muy frecuente se consideraba como algo extraordinario y aun indebido.)
También el Papa se preocupó por la Palabra, puesto que instaba a la diaria lectura de la Biblia, aunque en este caso las recomendaciones del Papa no fueron tan ampliamente aceptadas. Desde 1903, y con el objeto de aumentar el fervor en el culto divino, emitió motu proprio una serie de instrucciones sobre la música sacra, destinadas a terminar con los abusos al respecto y a restablecer el uso del canto llano en la Iglesia. Dio alientos a los trabajos de la comisión para la codificación de las leyes canónicas y fue él quien llevó a cabo la completa reorganización de los tribunales, oficinas y congregaciones de la Santa Sede. También estableció Pío X una comisión correctora y revisora del texto Vulgata de la Biblia (este trabajo les fue encomendado a los monjes benedictinos) y, en 1909, fundó el Instituto Bíblico para el estudio de las Escrituras y lo dejó a cargo de la Compañía de Jesús.
A favor de los Pobres
Siempre consagró sus preocupaciones y actividades a los débiles y los oprimidos. Con inusitada energía, denunció los malos tratos a que eran sometidos los indígenas en las plantaciones de caucho del Perú. Creó y organizó una comisión de ayuda a los damnificados, tras el desastroso terremoto de Messina y, por cuenta propia, acogió a numerosos refugiados en el hospicio de Santa Marta, junto a San Pedro. Sus caridades, en todas las partes del mundo donde se necesitaban socorros, eran tan abundantes y frecuentes, que las gentes de Roma y de toda Italia se preguntaban de dónde saldría tanto dinero. La sencillez de sus hábitos personales y la santidad de su carácter se ponían de manifiesto en su costumbre de visitar cada domingo, alguno de los patios, rinconadas o plazuelas del Vaticano, para predicar, explicar y comentar el Evangelio de aquel día, a todo el que acudiera a escucharle. Era evidente que Pío X se sentía desconcertado y tal vez un poco escandalizado, ante la pompa y la magnificencia del ceremonial en la corte pontificia. Cuando era patriarca de Venecia, prescindió de una buena parte de la servidumbre y no toleró que nadie, fuera de sus hermanas, le preparase la comida; como Pontífice, eliminó la costumbre de conferir títulos de nobleza a sus familiares. "Por disposición de Dios, solía decir, mis hermanas son hermanas del Papa. Eso debe bastarles". En una ocasión, antes de cierta ceremonia, exclamó ante un viejo amigo suyo: "¡Mira cómo me han vestido!" y se echó a llorar. A otro de sus amigos, le confesó: "No cabe duda de que es una penitencia verse obligado a aceptar todas estas prácticas. ¡Me condujeron entre soldados, como a Jesús cuando le apresaron en Getsemaní!".
Estas anécdotas describen la grandeza de corazón y la sencillez de la bondad de Pío X. A un joven inglés, protestante convertido al catolicismo y que deseaba ser monje, pero sentía el escrúpulo de haber estudiado muy poco, le dijo el Papa: "Para alabar a Dios bien, no se necesita ser sabio". Un escritor de Mántua publicó un libro de carácter sensacionalista en el que lanzaba infames acusaciones contra Pío X; éste no quiso emprender ninguna acción legal, pero, en cuanto supo que el calumniador se hallaba en bancarrota, el Papa le envió ayuda: "Un hombre tan desdichado, comentó, necesita oraciones más que castigos".
Aún durante su vida, Dios utilizó al Papa Pío X como instrumento de sus milagros y, hasta en esos casos sobrenaturales, se puso de manifiesto su perfecta modestia y sencillez. Durante una audiencia pública, uno de los asistentes mostró su brazo paralizado al tiempo que decía: "¡Cúrame, Santo Padre!" El Papa se acercó sonriente, tocó el brazo tumefacto y dijo amablemente: "Si, sí". Y, el hombre quedó curado. En otra audiencia privada, una niña de once años que estaba paralítica, pidió lo mismo. "¡Quiera Dios concederte lo que deseas!", dijo el Pontífice. La niña se levantó y anduvo por sí misma. Una monja que sufría de una tuberculosis muy avanzada, le pidió la salud. "Sí", fue todo lo que repuso Pío X, mientras ponía las manos sobre la cabeza de la religiosa. Aquella tarde, el médico declaró que estaba completamente sana.
Primera Guerra Mundial
El 24 de junio de 1914, la Santa Sede firmó un concordato con Servia; cuatro días más tarde, el archiduque Francisco de Austria y su esposa fueron asesinados en Sarajevo; a la medianoche del 4 de agosto, Alemania, Francia, Austria, Rusia, Gran Bretaña, Servia y Bélgica estaban en guerra. Era el undécimo aniversario de la elección del Papa. Pío X no solo había vaticinado aquella guerra europea, como otros muchos, sino que profetizó que estallaría definitivamente para el verano de 1914. Aquel conflicto fue para el Papa un golpe fatal. "Esta será la última aflicción que me mande el Señor. Con gusto daría mi vida para salvar a mis pobres hijos de esta terrible calamidad". Pocos días más tarde sufrió una bronquitis; al día siguiente, 20 de agosto, murió. Fue, en verdad, víctima de la Guerra.
"Nací pobre, he vivido en la pobreza y quiero morir pobre", dijo en su testamento. Demostró la verdad de aquellas palabras: su pobreza era tanta que hasta la prensa anticlerical quedó admirada.
Después del funeral en la basílica de San Pedro, Mons. Cascioli, escribió lo siguiente: "No tengo la menor duda de que este rincón de la cripta se convertirá, muy pronto, en un santuario, un centro de peregrinación . . . Dios glorificará ante el mundo a este Papa cuya triple corona fue la pobreza, la humildad y la bondad". Y así fue por cierto. El Pontificado de Pío X no fue tranquilo y el Papa mostró resolución en su política. Hubo muchos que le criticaron, lo mismo dentro que fuera de la Iglesia. Pero, al morir, todas las voces fueron una; desde todas partes, desde todas las clases surgió un llamado para que se reconociera la santidad de Pío X, el que fuera Giuseppe Sarto, hijo del cartero.
En 1923, los cardenales de la curia decretaron que se había abierto su causa, firmada por veintiocho prelados. En 1954, el Papa Pío XII canonizó solemnemente a su predecesor ante una enorme multitud que llenaba la Plaza de San Pedro, en Roma. Aquel fue el primer Papa al que se canonizaba desde Pío V, en 1672.