sexta-feira, 12 de dezembro de 2008


Cardeal Dario Castrillon

Jesus Cristo está presente na Igreja não só porque continua a atrair a si todos os fiéis junto daquele Trono de graça e de glória, que é a sua Cruz redentora (cf. Cl 1, 20), formando com todos os homens, de todos os tempos, um só Corpo, mas também porque Ele está sempre presente no tempo e de forma eminente como Chefe e Pastor que ensina, santifica e governa constantemente o seu Povo. E esta presença realiza-se através do Sacerdócio ministerial que Ele desejou instituir no seio da sua Igreja. Por isso, cada sacerdote pode repetir que foi escolhido, consagrado e enviado para fazer emergir a contemporaneidade de Jesus Cristo, de quem se torna um autêntico representante e mensageiro (cf. Congregação para o Clero, Directório para o ministério e a vida dos Presbíteros, Tota Ecclesia, de 31 de Janeiro de 1974, n. 1).

A vida de Cristo, de Quem somos portadores, Christo foroi, é como a água que corre no meio dos precipícios rochosos e da terra árida, tornando-a fecunda. Com a vinda de Jesus Cristo ao tempo e ao espaço do homem, a história deixou de ser uma terra estéril, como era antes da Encarnação, para assumir um significado e um valor de esperança universal.
Nós "não podemos permitir-nos dar ao mundo a imagem de terra árida escrevia o Santo Padre, há pouco mais de quatro anos, na Bula de Proclamação do Grande Jubileu do Ano 2000 depois de termos recebido a Palavra de Deus como chuva descida do céu; nem jamais poderemos pretender tornar-nos um único pão, se impedirmos à farinha de se amalgamar pela água, que foi derramada sobre nós (cf. Santo Ireneu, Contra as heresias, III, 17: PG 7, 930)" (João Paulo II, Incarnationis mysterium, 4).

2. Com o Coração de Cristo

Aquilo que é necessário para alcançar a felicidade não é uma vida cómoda, mas um coração apaixonado, como o de Jesus Cristo. O Coração sacratíssimos e misericordioso de Jesus, traspassado por uma lança na Cruz, em sinal de entrega total de si mesmo, constitui uma fonte inesgotável da paz verdadeira, é uma manifestação integral daquele amor oblativo e salvífico com que Ele "nos amou até ao fim" (Jo 13, 1), lançando o fundamento da amizade de Deus com os homens.