- E senti o espírito inundado por um mistério de luz que é Deus e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora! - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu! (escreve a irmã Lúcia a 3 de janeiro de 1944, em "O Meu Caminho," I, p. 158 – 160 – Carmelo de Coimbra)
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Cardeal Dario Castrillon
Jesus Cristo está presente na Igreja não só porque continua a atrair a si todos os fiéis junto daquele Trono de graça e de glória, que é a sua Cruz redentora (cf. Cl 1, 20), formando com todos os homens, de todos os tempos, um só Corpo, mas também porque Ele está sempre presente no tempo e de forma eminente como Chefe e Pastor que ensina, santifica e governa constantemente o seu Povo. E esta presença realiza-se através do Sacerdócio ministerial que Ele desejou instituir no seio da sua Igreja. Por isso, cada sacerdote pode repetir que foi escolhido, consagrado e enviado para fazer emergir a contemporaneidade de Jesus Cristo, de quem se torna um autêntico representante e mensageiro (cf. Congregação para o Clero, Directório para o ministério e a vida dos Presbíteros, Tota Ecclesia, de 31 de Janeiro de 1974, n. 1).
A vida de Cristo, de Quem somos portadores, Christo foroi, é como a água que corre no meio dos precipícios rochosos e da terra árida, tornando-a fecunda. Com a vinda de Jesus Cristo ao tempo e ao espaço do homem, a história deixou de ser uma terra estéril, como era antes da Encarnação, para assumir um significado e um valor de esperança universal.
Nós "não podemos permitir-nos dar ao mundo a imagem de terra árida escrevia o Santo Padre, há pouco mais de quatro anos, na Bula de Proclamação do Grande Jubileu do Ano 2000 depois de termos recebido a Palavra de Deus como chuva descida do céu; nem jamais poderemos pretender tornar-nos um único pão, se impedirmos à farinha de se amalgamar pela água, que foi derramada sobre nós (cf. Santo Ireneu, Contra as heresias, III, 17: PG 7, 930)" (João Paulo II, Incarnationis mysterium, 4).
2. Com o Coração de Cristo
Aquilo que é necessário para alcançar a felicidade não é uma vida cómoda, mas um coração apaixonado, como o de Jesus Cristo. O Coração sacratíssimos e misericordioso de Jesus, traspassado por uma lança na Cruz, em sinal de entrega total de si mesmo, constitui uma fonte inesgotável da paz verdadeira, é uma manifestação integral daquele amor oblativo e salvífico com que Ele "nos amou até ao fim" (Jo 13, 1), lançando o fundamento da amizade de Deus com os homens.