sexta-feira, 12 de dezembro de 2008


CARTA DO CARDEAL DARÍO CASTRILLON HOYOS POR OCASIÃO DO DIA MUNDIAL PARA A SANTIFICAÇÃO DOS SACERDOTES

"A Eucaristia: fonte de santidade no ministério sacerdotal"
Sexta-feira 18 de Junho de 2004

Solenidade do Sagrado Coração de Jesus

Estimados amigos sacerdotes
O Dia Mundial para a Santificação dos Sacerdotes, que será celebrado no clima jubiloso da próxima Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, oferece-me a ocasião para reflectir juntamente convosco sobre o dom do nosso ministério sacerdotal, compartilhando a vossa solicitude pastoral para com todos os fiéis e toda a humanidade, e de maneira particular para com a porção do Povo de Deus, confiado aos vossos respectivos Ordinários, de quem vós sois os colaboradores solícitos e generosos.
O tema que desejo propor-vos no corrente ano coloca-se em sintonia com a Carta Encíclica Ecclesia de Eucharistia, que o Santo Padre João Paulo II quis entregar-nos na Quinta-Feira Santa do ano passado, na circunstância do vigésimo quinto aniversário do seu Pontificado e do Ano do Rosário: "A Eucaristia: fonte e ápice de santidade no ministério sacerdotal".

1. Criados para amar

"Sede santos, porque Eu, o Senhor vosso Deus, sou santo" (Lv 19, 2). O Livro do Levítico recorda-nos a graça e a finalidade de todo o fiel e, de modo particular, de cada ministro ordenado: a santidade, que é a intimidade com Deus, amor sem reservas pela Igreja e por todas as almas. A vocação ao sacerdócio "é essencialmente uma vocação à santidade, na forma que brota do sacramento da Ordem" (João Paulo II, Exortação Apostólica Pastores dabo vobis, 33). Nas circunstâncias que lhe são próprias, lá onde Deus o colocou, o sacerdote é chamado a encontrar, a conhecer e a amar Jesus Cristo no exercício do seu próprio ministério e a identificar-se cada vez mais com Ele.

Se, na iminente solenidade do Sagrado Coração de Jesus, mantivermos o nosso olhar voltado para o Senhor, para o seu único, sumo e eterno Sacerdócio, os nossos horizontes alargar-se-ão para além dos confins da nossa vida quotidiana e a nossa existência enriquecer-se-á com uma dimensão mais universal e missionária.
"Eis que vos digo: erguei o vosso olhar e contemplai os campos: eles já estão dourados para a colheita" (Jo 4, 35). Estas palavras do Senhor ressoam, mesmo nos dias de hoje, no nosso coração e mostram o imenso horizonte da missão de amor do Verbo encarnado, missão esta que se faz nossa: Ela entrega-a como herança a toda a Igreja e, de maneira específica, no seu interior, a nós que somos os seus ministros ordenados. É verdadeiramente grande o mistério de amor, de que nós, sacerdotes, somos feitos ministros!

Os Actos dos Apóstolos recordam-nos que aquele mesmo Jesus com que os Apóstolos tinham vivido, com quem haviam comido, compartilhando o cansaço de cada dia, agora continua a estar presente também na sua Igreja.