sexta-feira, 12 de dezembro de 2008


Cardeal Dario Castrillon
Trata-se de um convite a vivificar a nossa plena confiança em Cristo. Ele repete também a nós a exortação que dirigiu aos navegantes: "Coragem, sou Eu, não tenhais medo" (Mt 14, 27)! Não nos deixemos amedrontar pelas dificuldades, tenhamos confiança nele! A vocação sacerdotal, implantada com eficácia por Cristo em vós e por vós acolhida com humildade generosa, como terra fecunda, sem dúvida dará frutos abundantes.

Como Pedro, vamos também nós ao encontro de Jesus Salvador, fixando o nosso olhar no seu Rosto misericordioso: somente o olhar do Crucificado e Ressuscitado, contemplado na nossa oração e no recurso à Confissão sacramental, pode superar a força de gravidade da nossa pequenez, dos nossos limites e dos nossos pecados. São João Crisóstomo, comentando este trecho do Evangelho, recorda-o afirmando: "Quando falta a nossa cooperação, também a ajuda da parte de Deus deixa de subsistir" (Comentário ao Evangelho de São Mateus, n. 50).

Especialmente na Eucaristia, descobrimos de novo a verdade e a eficácia das palavras e da acção de Jesus Cristo: "Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro e disse-lhe: "Homem de pouca fé, por que duvidaste?"" (Mt 14, 31). O braço de Deus sustém-nos e as águas obscuras, agitadas pela nossa soberba e pelo demónio, perderão o seu poder.
É da Eucaristia que nós havemos de haurir a força da caridade de Jesus Cristo. A este propósito, na Carta Encíclica sobre a Eucaristia, o Santo Padre escreveu: "Cada esforço de santidade, cada iniciativa para realizar a missão da Igreja, cada aplicação dos planos pastorais deve extrair a força de que necessita do mistério eucarístico e orientar-se para ele como o seu ponto culminante" (João Paulo II, Carta Encíclica Ecclesia de Eucharistia, 17 de Abril de 2003, n. 60).