sexta-feira, 12 de dezembro de 2008


Cardeal Dario Castrillon

Deus pede-vos, a vós sacerdotes diocesanos, missionários e religiosos, que vos prodigalizeis com entusiasmo neste ministério sagrado, em vista de redescobrir, especialmente na Eucaristia, a beleza da vossa vocação sacerdotal. Cada um se torne educador de vocações, sem ter medo de propor opções radicais na santidade.
Como afirmava o Santo Cura d'Ars, conscientes de que "o sacerdote é o amor do Coração de Jesus" (Esprit du Curé d'Ars, Maria Vianney dans ses catéchismes, ses homélies et sa conversation, Edition de Téqui, Paris, 1935, pág. 117), como deixar de recordar aqui que nada é mais exaltante do que um testemunho apaixonado da nossa própria vocação? "O Sacerdote dizia ainda São João Maria Vianney é algo tão imenso que, se ele mesmo o compreendesse, morreria" (Esprit du Curé d'Ars..., op. cit., pág. 113).
Como sentinelas da Casa de Deus, que é a Igreja, velemos a fim de que em toda a vida eclesial das nossas paróquias se reviva o encontro com Cristo crucificado e ressuscitado. Evitemos os recifes do activismo onde, por vezes, naufragaram os melhores projectos apostólicos e pastorais, e onde se tornaram infecundas muitas vidas comprometidas num serviço não adequadamente irrigado pela Palavra de Deus e pela sua presença na Eucaristia. Com as palavras do Santo Padre, repitamos: "Nos sinais humildes do pão e do vinho transubstanciados no seu corpo e sangue, Cristo caminha connosco, como nossa força e nosso viático, e torna-nos testemunhas de esperança para todos" (João Paulo II, Carta Encíclica Ecclesia de Eucharistia, 62).
Façamos com que os fiéis cristãos consigam reviver a experiência do Cenáculo que foi, num certo sentido, o primeiro Curso formativo dos Apóstolos. No Cenáculo o Mestre, depois de ter instruído os Doze, lavou-lhes os pés e, antecipando o Sacrifício cruento da Cruz, entregou-se a si mesmo inteiramente e para sempre, nos sinais do pão e do vinho.