- E senti o espírito inundado por um mistério de luz que é Deus e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora! - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu! (escreve a irmã Lúcia a 3 de janeiro de 1944, em "O Meu Caminho," I, p. 158 – 160 – Carmelo de Coimbra)
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Dietrich von Hildebrand
Rudolf Otto desenvolveu este ponto claramente, em seu famoso estudo "A Ideia do Santo". Kierkegaard também chama a atenção para o papel essencial da reverência no acto religioso, no encontro com Deus. Não tremeram os judeus de medo profundo quando o sacerdote trouxe o sacrifício no sancta sanctorum? Não foi Isaías golpeado com o medo piedoso quando viu o Senhor no templo e exclamou, " a desventura está comigo, estou condenado! porque sou um homem de lábios sujos …mas ainda mais porque meus olhos viram o Rei "?
Acaso as palavras de S. Pedro após a pesca milagrosa, " afasta-te de mim, ó Senhor, porque sou um pecador" não declaram que, quando a realidade de Deus força a entrada em nós nos toca com temor e reverência? O Cardeal Newman demonstrou em um sermão que o homem que não tem medo e não reverencia não conheceu a realidade de Deus.
Quando São Boaventura escreve no Itinerium Mentis ad Deum que apenas um homem de desejo (como Daniel) pode entender a Deus, ele querdizer que uma certa atitude da alma deve ser alcançada a fim de compreender o mundo de Deus, no qual Ele quer conduzir-nos.
Este conselho é especialmente aplicável à liturgia da Igreja. O sursum corda - elevemos os nossos corações - é o primeiro exigência para uma verdadeira participação na missa. Nada poderia dificultar mais o encontro do homem com Deus do que a noção de que « vamos ao altar de Deus", da mesma forma que vamos para um encontro social agradável e relaxante. Esta é o motivo pelo qual uma missa latina com canto gregoriano que nos levanta até uma atmosfera sagrada, é imensamente superior a uma Missa vernácula com canções populares, que nos deixa em uma atmosfera profana simplesmente natural.