terça-feira, 9 de dezembro de 2008



Dietrich von Hildebrand
Rudolf Otto desenvolveu este ponto claramente, em seu famoso estudo "A Ideia do Santo". Kierkegaard também chama a atenção para o papel essencial da reverência no acto religioso, no encontro com Deus. Não tremeram os judeus de medo profundo quando o sacerdote trouxe o sacrifício no sancta sanctorum? Não foi Isaías golpeado com o medo piedoso quando viu o Senhor no templo e exclamou, " a desventura está comigo, estou condenado! porque sou um homem de lábios sujos …mas ainda mais porque meus olhos viram o Rei "?

Acaso as palavras de S. Pedro após a pesca milagrosa, " afasta-te de mim, ó Senhor, porque sou um pecador" não declaram que, quando a realidade de Deus força a entrada em nós nos toca com temor e reverência? O Cardeal Newman demonstrou em um sermão que o homem que não tem medo e não reverencia não conheceu a realidade de Deus.
Quando São Boaventura escreve no Itinerium Mentis ad Deum que apenas um homem de desejo (como Daniel) pode entender a Deus, ele querdizer que uma certa atitude da alma deve ser alcançada a fim de compreender o mundo de Deus, no qual Ele quer conduzir-nos.

Este conselho é especialmente aplicável à liturgia da Igreja. O sursum corda - elevemos os nossos corações - é o primeiro exigência para uma verdadeira participação na missa. Nada poderia dificultar mais o encontro do homem com Deus do que a noção de que « vamos ao altar de Deus", da mesma forma que vamos para um encontro social agradável e relaxante. Esta é o motivo pelo qual uma missa latina com canto gregoriano que nos levanta até uma atmosfera sagrada, é imensamente superior a uma Missa vernácula com canções populares, que nos deixa em uma atmosfera profana simplesmente natural.