- E senti o espírito inundado por um mistério de luz que é Deus e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora! - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu! (escreve a irmã Lúcia a 3 de janeiro de 1944, em "O Meu Caminho," I, p. 158 – 160 – Carmelo de Coimbra)
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
O Papa Bento XVI convida a “rezar pelo fim do conflito na Faixa de Gaza, implorando justiça e paz para a sua terra”. Foi a seguir à recitação do Angelus, no domingo 4 de janeiro, na Praça de São Pedro, que Bento XVI fez seu este apelo dos líderes cristãs da Terra Santa, recordando “as vítimas, os feridos, os que têm o coração despedaçado, os que vivem na angústia e no medo, para que Deus os conforte com a sua consolação, com a paciência e a paz que d’Ele vêm”.
“As dramáticas notícias que provêm de Gaza mostram como a recusa do diálogo leva a situações que pesam gravemente, de modo indizível, sobre as populações mais uma vez vítimas do ódio e da guerra. A guerra e o ódio não são a solução dos problemas. Confirma-o também a história mais recente.
Bento XVI
Rezemos, portanto, para que o Menino na manjedoura … inspire as autoridades e os responsáveis de ambas as frontes, israelita e palestiniano, a uma acção imediata para pôr termo à actual trágica situação”.
Também na saudação em língua inglesa, o Papa exortou a rezar para “que a paz proclamada pelos Anjos em Belém se radique cada vez mais nos corações humanos, pondo de lado a discórdia e a violência e inspirando a família humana a viver em harmonia e solidariedade”.
Bento XVI
Na costumada alocução antes das Ave Marias, o Papa comentou o Prólogo de São João que a Igreja propõe neste domingo como Evangelho do dia. “A Igreja de novo nos convida a contemplar o mistério do Natal de Cristo, para captar ainda mais o seu significado profundo e a sua importância para a nossa vida. Trata-se de um texto admirável, que oferece uma síntese vertiginosa de toda a fé cristã”. Partindo do alto –
Bento XVI
“No princípio era o Verbo e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus” – o apóstolo apresenta “a verdade inaudita e humanamente inconcebível”: “O Verbo fez-se carne e veio habitar no meio de nós”.
“Não é uma figura retórica, mas sim uma experiência vivida! Quem a refere é João, testemunha ocular: Nós contemplámos a sua glória, glória como do Filho unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade!”
Bento XVI
“Não é a palavra douta de um rabino ou de um doutor da lei . É o testemunho apaixonado de um humilde pescador que, tendo sido atraído, jovem, por Jesus de Nazaré, nos três anos de vida comum com Ele e com os outros apóstolos, experimentou o seu amor (ao ponto de se definir como “o discípulo que Jesus amava”) e o viu morrer na cruz e aparecer ressuscitado e depois recebeu com os outros o seu Espírito.
Bento XVI
De toda esta experiência, meditada no seu coração, João captou uma íntima certeza: Jesus é a Sapiência de Deus incarnada, é a sua Palavra eterna, que se fez homem mortal. Para um verdadeiro Israelita, que conhece as sagradas Escrituras, isto não é um contra-senso, mais ainda, é o cumprimento de todo a antiga Aliança: em Jesus Cristo tem lugar a plenitude do mistério de um Deus que fala aos homens como a amigos, que se revela a Moisés na Lei, aos sapientes e aos profetas”.
Bento XVI
“Conhecendo Jesus, estando com Ele, escutando a sua pregação e vendo os sinais que Ele realizava, os discípulos reconheceram que n’Ele se realizavam todas as Escrituras”. Como afirmará depois Hugo de São Vítor, um autor cristão: “Toda a Escritura divina constitui um só livro e este único livro é Cristo, fala de Cristo e encontra em Cristo o seu cumprimento”.
“A primeira a abrir o coração e a contemplar ‘o Verbo de Deus que se faz carne’ foi Maria, a Mãe de Jesus” – observou o Papa. “Uma humilde jovem da Galileia que se tornou assim a ‘sede da Sabedoria’!” “Como o apóstolo João, cada um de nós é convidado a “acolhê-la consigo”, para conhecer profundamente Jesus e experimentar o seu amor fiel e inexaurível” – concluiu Bento XVI.