- E senti o espírito inundado por um mistério de luz que é Deus e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora! - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu! (escreve a irmã Lúcia a 3 de janeiro de 1944, em "O Meu Caminho," I, p. 158 – 160 – Carmelo de Coimbra)
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
ENTREVISTA A MONS. FELLAY (CONT.)
Fotos de don Fellay nas ordenações sacerdotais na Argentina em 2006
Eis o que coloca um problema muito sério. V. Excia estaria segura de que esse discurso constitui a linha mestra deste pontificado?
O próprio Motu Proprio afirma essa continuidade, dizendo que as duas duas Missas são uma só, porquehá uma só fé. E como só pode haver uma expressão da única Fé, então há uma só Missa, mas sob duas formas, ordináiria e extraordinária..
Nos dias seguintes à publicação do Motu Proprio, a Congregação para a Doutrina da Fé publicou um documento intitulado Respostas a Questões Concernentes a Certos Aspectos da Doutrina da Igreja. De fato, era tartado nele o probema do “subsistit in”. E eis como!
À questão “O Concílio Vaticano II mudou a doutrina anterior sobre a Igreja?” A resposta é: “O Concílio não quis mudar, e, de fato, não mudou a doutrina em questão. Ele quis antes desenvolvê-la, formulá-la de modo mais adequado, e aprofundar a sua compreensão”
A segunda questão é mais precisa: «Como deve ser compreendida a afirmação segundo a qual a Igreja de Cristo subsiste na Igreja Católica ? ».
Ao que respondem os teólogos romanos que, no n° 8 da Lumen Gentium, « subsistir » significa bem a perpétua continuidade histórica e a permanência de todos os elementos instituidos por Cristo na Igreja católica, na qual se encontra concretamente a Igreja de Cristo, nesta terra.
Mas para logo acrescentar que, «segundo a doutrina católica, é correto afirmar que a Igreja de Cristo está presente e atuando nas Igrejas e comunidades eclesiais que ainda não estão em plena comunhão com a Igreja católica, graças aos elementos de santificação e de verdade que ai se acham». E ousa-se nos dizer que é isso o que a Igreja sempre ensinou. Esses teólogos não tem medo da contradição.
A terceira questão tem o mérito da clareza: « Por que se uilisa a expressão R16;subsiste emR17; e não simplesmente o verbo R16;éR17; ? ».
Resposta : «O uso dessa expressão que indica a plena identidade da Igreja de Cristo com a Igreja católica não muda em nada a doutrina sobre a Igreja, mas tem por razão de ser significar mais claramente que fora de suas estruturas acham-se numerosos elementos de santificação e de verdade, que pertencendo propriamente ao dom de Deus à Igreja de Cristo, apelam por eles mesmos à unidade católica». Dito de outro modo, essas comunidades eclesiais estão fora da Igreja, mas elas têm elementos que apelam para a unidade.
Para bem compreender esse documento, é útil reportar-se às declarações do Cardeal Kasper, o responsável romano do diálogo ecumênico.
Numa conferência sobre os fundamentos do ecumenismo, ele explicava que a palavra subsiste foi introduzida em lugar da palavra é - constantemente empregada até a encíclica Mystici Corporis de Pio XII -, para tornar possível o ecumenismo na Igreja católica. Assim pois, para ele, essa palavra subsiste é o fundamento do ecumenismo na Igreja católica. Se for supressa essa palavra, e se for recolocado o é acabou o ecumenismo. E a Congregação para a Doutrina da Fe quer nos persuadirr que subsiste equivale a é!
O problema é que se trata de um texto oficial que emana de Roma. Seus autores nos dizem que eles pretendem esclarecer a posição romana, mas se poderá ler o texto três vezes, cinco vezes, dez vezes, se se quiser, nele não se entende mais nada. É perturbante, mas não é talvez senão um caso particular que não seria preciso generalisar ?
Não, não é um caso único. Tomemos o documento romano, mais recente, que se intitula, Notas Doutrinais sobre Certos Aspetos da Evangelização. Depois de ter afirmado que a evangelização é muito importante e que é preciso que todo cristão tenha esse cuidado com a evangelização, chega-se ao ecumenismo: « A missão da Igreja é universal. Ela não se limita a regiões determinadas da terra.
Todas as vezes, que a evangelização se realiza diversamente segundo as diferentes situações nas quais ela se opera». E lá se distingue a missão no sentido próprio, a missio ad gentes que se dirige àqueles que não conhecem Cristo, e a evangelização em sentido largo para os cristãos que não estão mais na Igreja «a evangelização tem lugar também nos países onde vivem cristãos não católicos, sobretudp nos países de velha tradição e de antiga cultura cristã.
Aqui se requer um verdadeiro respeito por suas tradições e para suas riquezas espirituais, e um sincero espírito de cooperação ».
Será isso mesmo a evangelização ? Não se trata mais de conversão! No quadro da missio ad gentes, é preciso tentar converter os pagãos, mas com os demais, coopera-se. E se houver conversão ao catolicismo por parte desses cristãos, isso será feito em nome da liberdade religiosa !
Não estou inventando nada: «Convém notar que se um cristão não católico, por razões de consciência e estando convicto da verdade católica, pede para entrar na plena comunhão da Igreja Católica, será preciso respeitar seu pedido como como obra do Espírito Santo e como expressão da liberdade de consciência e de religião».
A propósito de conversão, que pensa V. Excia. da oração da Sexta Feira Santa pelos judeus que acaba de ser reformada?
O Cardeal Kasper que é também responsável das relações com os judeus, fez um comentário autorisado dessa nova oração, ao microfone da Rádio do Vaticano, em 7 de Fevereiro, em perfeito acordo com o Cardeal Bertone, Secretário de Estado da Santa Sé. Ambos explicam que a missão se dirigia ad gentes, mas não ad Judeos.
Em outros termos, a Igreja por essa nova oração, mesmo se não é dito explicitamente, ela não vai procurar converter os judeus. Foi feita uma montagem muito hábil. Essa oração tem duas partes. Na primeira, não se fala mais de trevas, mas de iluminar, - normalmente, entretanto, se dá luz aos que estão nas trevas.
Mas é preciso apesar de tudo reconhecer Cristo porque, como disse São Pedro, não há nenhum outro nome dado sob o céu pelo qual se possa ser salvo, excepto o Nome de Jesus. Se, pois, se quer que os judeus sejam salvos, é preciso de todo modo que eles reconheçam Nosso Senhor. Em troca, na segunda parte dessa oração, tudo foi mudado. E essa novidade é tomada da Epístola aos Romanos, que não se pode suspeitar de heterodoxia, mas o versículo citado é fora de propósito.
Pede-se que, no final dos tempos, quando todas as nações tiverem sido reunidas, Israel se salvará. É uma oração escatológica que se realizará de todo modo, pois que a Sagrada Escritura nos anuncia que no final dos tempos, os judeus se converterão. ,
Mas não se pede mais a conversão dos Judeus de hoje.. Com isso, penso que não preciso dizer que oração se reza na Fraternidade São- Pio X, na Sexta Feira Santa.