- E senti o espírito inundado por um mistério de luz que é Deus e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora! - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu! (escreve a irmã Lúcia a 3 de janeiro de 1944, em "O Meu Caminho," I, p. 158 – 160 – Carmelo de Coimbra)
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
CELEBRAR VIRADOS PARA ORIENTE
Missa Tridentina Cantada em Fátima e celebrada por don Manuel Folgar , na Igreja do Anjo de Portugal ,pertencente às Irmãs de Santa Cruz , no sábado passado .Don Manuel Folgar veio como peregrino a Fátima acompanhado por vários membros da fraternidade de Cristo Sacerdote e Maria Reina de que é Fundador. As irmãs de Santa Cruz e outros fieis presentes na Igreja apreciaram muito este dom da Santa Missa Tridentina ,para muitos dos presentes foi a primeira vez que tiveram tal privilégio, esperemos que se repita muitas vezes mais para Glória de Deus e alegria de todos os homens de boa vontade como cantaram os Anjos aos pastores. Don Manuel celebrou outra mIssa Tridentina no domingo na Capela do Solar de Santa Marta em Fátima de que apresentaremos a reportagem fotográfica em breve
Oriente
Joaquin Jaubert. 9 janeiro. Nem todas as notícias que vêm do oriente são boas. Infelizmente, em muitos casos, negativas. Contudo, na Sagrada Escritura é bom de lembrar e ressaltar que este foi o ponto cardeal preferido porque, entre outras razões, era um símbolo da alegria, prosperidade e até mesmo do próprio Deus (Lc 1,78
No início da Igreja, e durante séculos até algumas décadas atrás, era a direcção sagrada para onde se orientava a oração e celebração da Santa Missa. Essa significação litúrgica conduz-nos à ideia de que todos os que participamos na Missa olhamos para Deus. Versus orientem e ad orientem convertem -se em ad Dominum, versus Deum e Coram Deo.
Neste sentido em que foco o artigo , quero aproveitar o final da temporada litúrgica do Natal, a Festa da Epifania para reler um par de textos que, precisamente, enchem de alegria aos bons cristãos e que ,como se pode apreciar, nos recordam que, não nos desorientarmos, temos de olhar sempre para a única fonte de permanente alegria em nossa vida, nosso Senhor Jesus.
A pergunta dos Magos "Onde está o rei dos judeus recém-nascido? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-Lo "(Mateus 2:2), encontra a resposta exacta a caminho de Belém pois" eis que a estrela que tinham visto no Oriente ia diante deles, até que chegou e parou sobre o lugar onde estava o menino. " (Mat. 2:9).
A cara de felicidade dos três Reis Magos devia responder à contemplação do que o profeta Baruch anunciou à cidade santa "Jerusalém, olha para oriente e contempla a alegria que te vem de Deus" (Ba. 4,36) ou àquilo que está escrito em Ezequiel , “e de repente chegou do Oriente a Glória do Deus de Israel, com um ruído semelhante aos grandes rios; a terra iluminou-se com a sua Glória" (eż. 43,2). Isto leva-nos à segunda vinda de Jesus Cristo na qual "como o relâmpago surge do Oriente e brilha até ao Ocidente, assim ocorrerá e com a vinda do Filho do homem" (Mt 24, 27).
Além disso, a expressão Coram Deo implica viver a presença de Deus pois estamos ante os olhos de Deus. A postura litúrgica simboliza estar na presença de Deus o único que pode produzir uma vida perfeita e irrepreensível. Noutras palavras, explicita-se a relação entre o que se celebra com o que se há-de viver, além de acreditar. São Paulo exortava os Coríntios a viver " olhando a cara descoberta como num espelho a glória do Senhor" (2 Cor. 3,18). A Igreja peregrina manifesta-se caminhando todos na mesma direcção para Deus, uno e trino.
Não admira que, desterrado o arqueologismo, que quase nos levou a abolir a celebração da Santa Missa com sacerdote e fiéis olhando ao mesmo tempo para Deus, por parte de muitos liturgistas se queira recuperar a direcção sacra comum a todos .
Um conhecido teólogo, Ratzinger, hoje Bento XVI, no longinquo ano de1966, disse em Bamberg "Não podemos negar por mais tempo que sobre este tema se insinuaram muitos exageros e até aberrações, ao ponto de resultarem aborrecidas e indecentes. Por exemplo, deverão celebrar -se todas as missas de cara para o povo? É tão absolutamente importante olhar para o rosto do padre que celebra a Eucaristia? Ou, não será muitas vezes saudável pensar que também ele é um cristão e tem todos os motivos para dirigir-se a Deus na companhia de seus irmãos reunidos em assembleia, e recitar com eles o Pai Nosso ? "