quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

A IGREJA NÃO TOLERA A NEGAÇÃO DO HOLOCAUSTO


Vaticano responde a Angela Merkel: a Igreja não tolera a negação do Holocausto e a posição do Papa a esse propósito não podia ser mais clara

4/2/2009) Com uma declaração entregue aos jornalistas, o Director da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, respondeu à chanceler alemã, Angela Merkel, afirmando que a Igreja não tolera a negação do Holocausto e que a readmissão na comunhão da Igreja de D. Richard Williamson foi um ‘gesto de misericórdia paterna’.
Horas antes, Ângela Merkel pedira ao Vaticano que expressasse a sua real posição sobre o ‘negacionismo’, a conduta de negar o massacre de judeus no período do ‘Holocausto’.

“A condenação das declarações ‘negacionistas’ do Holocausto, por parte do Papa, ‘não podia ser mais clara’, e é evidente que se referiam seja à opinião de D. Richard Williamson como a posições análogas” – afirmou Padre Lombardi, no seu comunicado.

D. Williamson, que afirmou que as câmaras de gás não existiram e que os judeus não foram vítimas dos nazistas, é um dos quatro bispos integrantes da Fraternidade Sacerdotal São Pio X que tiveram a excomunhão revogada por Bento XVI no mês passado.

“O pensamento do Papa sobre o tema do Holocausto foi expresso com muita clareza na Sinagoga de Colónia , a 19 de Agosto de 2005, no campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, a 28 de Maio de 2006, na audiência geral de 31 de Maio de 2006 no Vaticano e na audiência de 28 de Janeiro passado, com palavras inequívocas” – disse Padre Lombardi, recordando apenas algumas delas:

“Enquanto renovo com afecto a minha plena e indiscutível solidariedade para com nossos irmãos judeus, auspicio que a memória da Shoah induza a humanidade a reflectir sobre a imprevisível potência do mal quando conquista o coração do homem” - destacou.
“A Shoah deve ser para todos uma advertência contra o esquecimento, contra a negação e contra o reducionismo” - acrescentou o Papa, naquela ocasião.