sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Cardeal Burke: Fico feliz por ser chamado de “fundamentalista” se isso significa defender os pilares da Fé. Padre Sinodal: certas propostas foram “concebidas artificialmente para destruir a família”.


Por Life Site News | Tradução: Teresa Maria Freixinho – FratresInUnum.com: Se ser “fundamentalista” significa defender os pilares da Fé Católica, então, o Cardeal Raymond Burke fica feliz por ser chamado assim.
“Se fundamentalista significa alguém que insiste nas coisas fundamentais, sou um fundamentalista,” ele disse ao jornal italiano Il Foglio na semana passada.
O Cardeal, ex-prefeito da Assinatura Apostólica, o supremo tribunal do Vaticano, atual patrono da Soberana Ordem Militar de Malta, foi indagado sobre o rótulo que recebeu por sua oposição explícita a mudanças na prática pastoral em relação às pessoas em “uniões irregulares,” como parte da discussão em curso no Vaticano durante o Sínodo Extraordinário da Família.
Em meio ao controverso Sínodo, que está acontecendo em Roma, Burke contou ao LifeSiteNews que acha engraçado ser chamado dessa maneira.
Ao mesmo tempo, ele não tem papas na língua quando se trata do papel da Igreja no mundo e da parte que ele desempenha como um de seus príncipes. O Cardeal afirma que ele não ensina ou age por si, mas por Deus.
“Pertenço a Cristo,” ele disse ao Il Foglio. “Ajo em Sua pessoa. Ensino somente o que Ele ensina em Sua Igreja, porque essa doutrina irá nos salvar.”
O Cardeal Burke rejeitou o uso de rótulos, porque, segundo ele, rotular uma pessoa é desprezar a verdade que essa pessoa apresenta, mas deixou claro o rótulo que efetivamente aceita. “Sou Católico Romano,” afirmou. “Espero sempre sê-lo.” Ele também espera que ao final de sua vida digam que ele morreu nos braços da Igreja.
O Cardeal Burke tem falado com franqueza, tanto no Sínodo do ano passado quanto no deste ano, sobre a importância de preservar a fé na doutrina da Igreja.
Ambas as sessões do Sínodo têm envolvido debates sobre a maneira de ajudar os católicos que se encontram em situações de pecado, como, por exemplo, os divorciados e recasados no civil e os homossexuais. Os prelados liberais no Sínodo defendem a permissão da Comunhão às pessoas nessas situações, enquanto os bispos mais ortodoxos têm defendido a preservação dos princípios da Igreja, segundo os quais a Eucaristia deve ser reservada às pessoas que não se encontram em pecado grave.
O Cardeal Burke participou do Sínodo do ano passado como membro da Cúria Romana, mas, posteriormente, foi destituído pelo Papa Francisco de seu cargo como chefe da Assinatura Apostólica.
Uma tentativa primária por parte daqueles que promovem um desvio do preceito da Igreja acerca da recepção da Comunhão tornou-se conhecida pelo nome de “Proposta Kasper,” por ter sido apresentada pelo cardeal alemão Walter Kasper há algum tempo. Essa proposta visa permitir a Comunhão aos católicos divorciados e recasados sem que precisem renunciar ao pecado.
A proposta suscita uma reação característica do Cardeal Burke – a clareza pastoral. “A posição do Cardeal Walter Kasper não é compatível com a doutrina da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimônio e a sagrada comunhão”, ele disse. “Certamente, o Santíssimo Sacramento é para os pecadores – que somos todos nós – mas para pecadores arrependidos.”
A discussão acerca da proposta de Kasper no Sínodo tem criado grande confusão, diz o Cardeal Burke. Agora as pessoas estão supondo que a Igreja mudou sua doutrina, ou que alguns bispos simplesmente estão permitindo que católicos que não estão em estado de graça recebam a Comunhão.
“Não há dúvida de que a confusão já é grande,” ele disse, “e a Igreja, pelo bem das almas e por seu testemunho fiel de Cristo no mundo, deveria afirmar claramente sua doutrina perene sobre a indissolubilidade do matrimônio e a Sagrada Comunhão.”
Autor de um livro dedicado ao Sacramento da Eucaristia Divine Love Made Flesh: The Holy Eucharist as the Sacrament of Charity, o Cardeal Burke diz que a Igreja deve renovar sua catequese sobre a verdade da Eucaristia como pilar da Fé Católica. Ela também deve ensinar a verdade sobre o matrimônio.
“Por sua paixão, morte, ressurreição e ascensão, Cristo também elevou o sacramento natural, como participação do sacramento divino e sobrenatural, conferindo aos casados a graça de viverem fielmente até o fim a verdade do estado conjugal,” ele afirmou. “Se a Igreja mudasse a doutrina sobre a indissolubilidade do matrimônio sacramental, ela atacaria o sacramento do matrimônio como natural, matrimônio como Deus o criou desde o início.”
O Cardeal Burke não se perturba com qualquer crítica que insinue que ele é um fundamentalista, dizendo que de modo algum ele está fechado para o mundo e a crise que ele enfrenta.
“Ele (o mundo) está confuso e equivocado a respeito da verdade mais fundamental: a inviolabilidade da vida humana, a integridade do matrimônio e seu fruto incomparável, a família, assim como a respeito da liberdade religiosa como expressão da relação insubstituível com Deus. Por essa razão, olho para o mundo com compaixão verdadeira, que oferece ao mundo a verdade no amor.”
Os padres da Igreja devem falar a verdade aos seus rebanhos, ele disse. “Um padre que – ao se deparar com a situação da cultura contemporânea – não anuncia a verdade claramente, não pratica a caridade pastoral,” disse o Cardeal Burke, “e está deixando de dar o testemunho inerente ao seu cargo.”

Padre Sinodal: certas propostas foram “concebidas artificialmente para destruir a família”.

“Esses são exatamente os assuntos promovidos por diversas organizações internacionais”
Por Ryan Fitzgerald  – ChurchMilitant.com, Cidade do Vaticano, 22 de outubro de 2015 | Tradução: Teresa Maria Freixinho – FratresinUnum.com:  É triste ver o Sínodo sobre a Família concentrar-se tanto em assuntos que foram “concebidos artificialmente para destruir a família” – disse Dom Krzysztof Białasik ontem, no site oficial da Conferência dos Bispos Poloneses.
“Na minha opinião, é triste perceber que tenhamos consumido tanto tempo em questões que o Sínodo não deveria ter abordado, porque essas questões são de natureza diferente”, observou. “Surpreendi-me com a existência de um grupo particular de cardeais que nem sempre falam de maneira apropriada sobre questões da família, interpondo temas que deveriam ser considerados em outra oportunidade.”
Em outras palavras, Dom Białasik ficou surpreso ao ver propostas contrárias à família — “especialmente a Comunhão aos divorciados e o homossexualismo” — exercendo tanta influência sobre um determinado grupo de Padres Sinodais, que, supostamente, deveriam estar promovendo o conceito verdadeiro e tradicional de família.
Ele prosseguiu observando, “Esses são exatamente os assuntos promovidos pelas diversas organizações internacionais, primeiramente, dos EUA e da Europa Ocidental.”
“Porém,” acrescentou, “é surpreendente que eles também exerçam influência sobre determinados bispos.”
Dom Białasik está curioso ao perceber que pessoas ou organizações particulares estejam exercendo um efeito tão sinistro sobre a Santa Madre Igreja.
“Não sei o que está por trás disso tudo; porém, se existe um grupo de cardeais e bispos, e existe, isso significa que alguma coisa está por trás,” ele insistiu. “A possibilidade de existirem pessoas assim dentre os bispos é o que me causa mais dor.”
Há evidências de que dois grupos ocidentais pró-LGBT, Fastenopfer e a Fundação Arcus, têm tentado — com muito dinheiro — promover decisões pró-LGBT no Sínodo, porém, não há ligação definitiva com qualquer prelado individualmente.
Dom Białasik, um bispo boliviano de ascendência polonesa, proferiu esses comentários não muito tempo depois de contar em uma entrevista à Rádio Vaticana que ele nutria esperanças de que o Sínodo sobre a família confrontasse questões candentes, como, por exemplo, o “holocausto” do aborto e a ideologia de gênero, ambos os quais ele considera como parte da crescente “cultura da morte”.