sábado, 24 de agosto de 2013

PELA GRAÇA SANTIFICANTE CONCRETIZA-SE EM NÓS UMA PRESENÇA NOVA E MAIS ÍNTIMA DE DEUS.

 

PELA GRAÇA SANTIFICANTE CONCRETIZA-SE EM NÓS UMA PRESENÇA NOVA E MAIS ÍNTIMA DE DEUS


Teologia Experimental




São João da Cruz mostra-nos a que grau pode chegar a divinização da alma humana aqui na terra, na união mística transformante, se deixarmos a graça santificante livremente exercer sua ação santificadora, sem opor-lhe embargos:
“Deus comunica à alma o seu ser, de tal sorte que ela parece ser Deus mesmo: parece que ela possui tudo o que Deus possui… poder-se-ia dizer que a alma mais parece ser Deus do que alma” (Subida 2,5).
“É uma transformação total em seu bem-amado… É uma união tal que a alma é feita divina e feita Deus por participação, quanto se pode nesta vida” (Cântico 22,1).
“Vive a mesma vida com Deus” (Cântico 22,2).
“Seu entendimento é o entendimento de Deus. Sua vontade é a vontade de Deus e seu amor é o amor de Deus, aquele amor como qual Ele se amava a si mesmo” (Cântico 38,1).
“Torna pois, a alma deiforme e Deus por participação” (Cântico 39,1). Portanto, “ama a Deus por Deus mesmo” (Llama 3,6).
“Brilha-me na alma uma luz espiritual cheia de amor,pela qual conheço plenamente o mistério da união dessa nossa carne com Deus” (Ângela de Foligno).
“Senti-me penetrada pela glória de Deus, que me introduziu no conhecimento, pelo qual ele mesmo se conhece, e no amor, no qual ele mesmo se ama. Percebi… que as três pessoas da Santíssima. Trindade renovaram tudo em mim e fizeram comigo uma aliança de amor e misericórdia”.
“Tornei-me uma coisa com Deus… fiquei repleta do conhecimento de Deus em seu próprio entendimento” (Ana Madalena Remuzat)
“Senti como a minha alma foi investida pela Santíssima Trindade. Quantas vezes ouvi as palavras: não são graças que te dou; mas o próprio autor da graça… Retribui o que me deves, em amor” (Maria da Conceição, 1920)
MORADA DE DEUS
“Estar na graça de Deus, lamenta Pe. PLUS, significa para muitos cristãos não ter pecado, i. é., não ter nada. Já no capítulo anterior vimos quão rico tesouro é a graça santificante. A graça “diviniza-nos” e traz consigo mais uma conseqüência maravilhosa: a presença da Santíssima Trindade em nossa alma, uma verdade esquecida,uma letra morta, um espaço branco na folhinha de numerosos cristãos.
“De todas as nossas aptidões, a mais singular é saber passar ao lado de maravilhas sem dar por elas. Somos mestres na arte de não nos dar conta das esplêndidas realidades que nos cercam” (Deus em nós, 11).
A palavra de São Paulo, no areópago de Atenas (At 17,28), válidas na filosofia pagã, realiza-se no cristão de um modo superior: “Nele vivemos, nos movemos e existimos”.
Pela graça santificante concretiza-se em nós uma presença nova e mais íntima de Deus; e por sinal, do Deus Trino, das três pessoas da Santíssima. Trindade.
No sermão da despedida, Jesus anuncia aos seus discípulos: “Um dia” compreendereis que eu estou em vós e que vós estais em Mim” (Jo 14, 20). Pois “quem me ama,guarda minha palavra. Meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos nossa morada (Jo 14,23).
Eis a grandiosa promessa do Filho de Deus para nós seus irmãos menores, que ainda peregrinamos no exílio, longe da pátria. Quanta alegria devia infundir-nos esta promessa. Amando a Deus, com nosso amor mesquinho e pobre, toda a Santíssima. Trindade desce do céu e vem fixar morada em nós.

ELE MORA NO CENTRO DA ALMA COMO UM SACRÁRIO ONDE QUER SER ADORADO


Contato divino



Esse contato íntimo abre-se ao amor. Quem ama recebe a visita divina, repete Jesus. Enérgico, incisivo é o texto de 1Jo 4,8: “Quem não ama, não chegou a conhecer (ver) Deus; porque Deus é amor”. Para tantos cristãos repete-se o caso de Jacó, na visão da escada do céu.
Realmente esse lugar é sagrado e eu não sabia” (Gn 28,16).
A mesma queixa, nos tempos hodiernos.
“Os homens vivem à superfície de suas almas, sem penetrar nunca no interior” (Leseur)
“Deus habita em nós. Como, e com que recolhimento recebemos um tal hóspede? Eu me confundo ao pensar que, mal deu entrada em mim, lhe volto as costas e o abandono, para entreter-me com ninharias” (Paulina Reynolds)
Jesus queixa-se a Benigna Consolata: “Sou, em muitos corações, como um tesouro infrutuoso. Eles me possuem porque têm a graça. Mas não me fazem valer. Supre essa indiferença”.
Todo o nosso empenho seja como de Isabel da Trindade:”fazer com que a casa de Deus (sua alma) seja invadida pelos três”.
Não sejamos como o jumento que, no domingo de Ramos, carregou o próprio Deus sem o perceber. Como disse São Bernardo: “O jumento não deixou de ser jumento”.
Em Deus



Nossa vida está escondida em Deus, diz São Paulo.
Valha, pois, também o imperativo: esteja escondida em Deus! Realizemos nossos privilégios sobrenaturais
Não sinto nada, me dizes. Respondo: só falta sincronizar,ou melhor: ligar o contato. “Quem me ama”… repete Jesus. Portanto, ame mais!
O Deus Trino está pertinho. E toda a vida íntima da Trindade realiza-se dentro de nós… “Somos um céu”, disse Orígenes. Desde toda a eternidade o Pai gera o Filho, sua imagem perfeita. Não outrora, mas hoje e agora num presente eterno. E o Pai, contemplando o Filho, ama-o, e o Filho ama o Pai, e esse olhar de amor que eles trocam condensa-se, por assim dizer, numa terceira Pessoa, o Espírito Santo, o amor feito pessoa.
E essa vida divina está dentro de nós, realizando-se em nós neste momento, e envolvendo-nos também nesse intercâmbio: o Pai gerando o Verbo e ambos produzindo em nós a cada instante o Espírito de amor.
“Usamos sobre nós escapulários, medalhas, relíquias e consideramo-los como tesouro. Mas temos em nós o Deus vivo do céu, e nem pensamos nisso. Somos portadores de Deus, no sentido estrito do termo. Cabe de novo a advertência de São Leão Magno: reconhece, ó cristão, tua dignidade”! (No silêncio de Deus, 54).
Oportuno, sempre oportuno, o recado-aviso de Tauler: “apressa-te de voltar para a casa: há visitas”.
INVADIDA PELOS TRÊS



Isabel da Trindade, nascida em 1880, teve infância piedosa. Fez a primeira comunhão em 1891; retiro espiritual em 1899. Entrada no Carmelo de Dijon, agosto 1901.
Vestidura, 8.12.1901. Votos, 6.1.1903. Março de 1906,enfermaria. Morte, 9.11.1906
“Cinco anos no Carmelo: aqui o pessoal se santifica depressa”, comentou um eclesiástico.
No céu dos três
Parece que desde a primeira comunhão sentia, muitas vezes, a presença de Deus, especialmente nas festas e bailes. Desde o grande retiro de 1899 sentia-se “habitada”.
Seu lema na vestição foi: Deus em mim e eu Nele.
“Você deve apaixonar-se por Jesus”, diz a uma amiga.
Coopera com ardor na missão paroquial dos redentoristas, em 1899. “Ó Jesus, peço o sofrimento em altas vozes. Estou pronta a tudo sofrer, mas dai-me almas”.
“Meu coração anseia pela conversão dos pecadores. A idéia persegue-me, mesmo durante o sono”.
Ainda em 1900: “Jesus, quero não só salvar a minha alma; desejo dar-te também outras”. Pediu sofrimentos.
Renunciou as consolações. “Sou tua vitimazinha; disponha”!
“Deixemo-nos transportar para aquelas regiões onde não há senão Ele, Deus só… Trazemos o céu em nós.
Parece-me ter encontrado o céu na terra; pois o céu é Deus e Deus está em minha alma” (Carta, 1902).
“Ao pegar a caçarola (ajudando na cozinha por um dia), não entrei em êxtase como Sta. Teresa, mas senti sua presença e meu coração o adorava em seu íntimo”.
“Ele mora no centro da alma como um sacrário onde quer ser adorado” (Carta, 1905).
Conversando com uma carmelita amiga, exclama:”Mas não sente os três? Eu os sinto”.
Teologia das Realidades Celestes: Padre João Beting

 

A SANTÍSSIMA TRINDADE É “NOSSO LAR”, NOSSA VIDA DE INTIMIDADE COM O PAI, COM O VERBO E COM O AMOR.


Laudem Gloriae (Louvor da Glória Divina)



“Em 1905, Isabel topou na Bíblia com seu novo nome:Louvor da glória divina seu cântico novo, o nome pelo qual o divino Pastor chama cada ovelha. “Meu esposo fez-me entender que era a minha vocação no exílio, à espera da eternidade”.
“Quero ser uma humanidade de acréscimo para Jesus perpetuar pelos séculos afora a sua vida de adorador,de redentor, usando sua esposa, a fim de nela oferecer louvor, amar, e desagravo ao Pai’.
“Em Maria Santíssima., na Virgem do Carmelo, Isabel encontra a perfeita realização do seu ideal espiritual, principalmente no mistério da Encarnação, paralelo da habitação trinitária: Deus nela e ela em Deus.
Colhemos ainda alguns textos de dois retiros espirituais, que Isabel redigiu no Carmelo: “Deus nos criou à sua imagem e semelhança. Tal foi o sonho do Criador: poder contemplar-se em sua obra; ver aí brilhar todas as suas perfeições, toda a sua beleza, como através de um límpido cristal… Ele me pede para viver com o Pai num eterno presente, nem antes nem depois, toda inteira, no eterno Agora… Um louvor de glória é uma alma silenciosa,que vibra como uma harpa, sob o misterioso toque do Espírito Santo. Ela sabe que o sofrimento é uma corda que produz os sons mais belos… Um louvor de glória é uma criatura em ação de graças perene. Cada um dos seus gestos, pensamentos… é um eco do Três vezes Sto. do céu. Seu cântico é ininterrupto… Canta sempre, adora sempre, é transformada no louvor, no amor, na paixão da glória de Deus… No céu de nossa alma sejamos louvor de glória da Santíssima. Trindade”.
Isabel resume tudo na conhecida oração: Meu Deus,Trindade, eu Te adoro… “Vivamos na Santíssima. Trindade, que desde o batismo habita em nós. Vivamos para dentro de nós, para aquele que nos escolheu como sua morada (Jo 14,23). Portanto, silêncio, recolhimento. A Santíssima. Trindade é “nosso lar”, nossa vida de intimidade com o Pai, com o Verbo e com o Amor”.
Maria da Trindade
“Encontro em meu nome íntimo, Hostia Laudis, segredos de luz, de força, de amor. Cada vez que o pronuncio é como um ímpeto novo que me põe em contato com Ele. Parece-me que posso tomar parte, como esposa,nesse divino colóquio que se faz eternamente. Que posso viver no meio de minha família real” (Carta, 25).
“Desde que o amor de minha alma se uniu e fez fusão com o amor infinito, parece-me que fico constantemente unida a Deus, como um pequeno archote sempre a arder. Minha vida está como que se movendo na essência divina, tendo disto consciência mais ou menos clara. Nessa unidade, parece-me encontrar Deus todo inteiro, e gozar de todas as suas perfeições… Há algum tempo penso ter atingido o fim, o fundo, o máximo. Isso me faz viver como que na eternidade e ver coisas como Deus mesmo as vê” (Carta 27).
“Por toda a parte, e sempre, só vejo Deus, e nele encontro tudo o que há de bom, de belo, de atraente nesse mundo, e além disso, Ele próprio. E, portanto, acho nesse mundo uma felicidade sem nome. Mas que felicidade?
Deus está sempre oculto. Os habitantes do céu parecem dormir. Nada também de Maria Santíssima. Mas possuo Deus todo inteiro: tenho consciência de nossa união. Tenho consciência de dá-lo sem cessar a Ele próprio,glorificando-o assim sem medida. Tudo o que faz a minha felicidade nesse estado é poder amá-lo, com amor digno dele, e fazer-lhe um dom infinito. É loucura o que estou dizendo. Mas me parece verdade. Pois que nós fazemos um só, e que só posso amá-lo com seu próprio amor. E dando-me, é por assim dizer a ele que dou. Fico abismada na minha miséria e transbordo de gratidão”(Carta 32).
Terminamos com Sto. Agostinho: “Procurei-te mal lá fora, pois tu estás dentro de mim”.
São João da Cruz: “Ó almas criadas para essas grandezas, com que bagatelas perdeis o tempo. Vossas ambições são só miséria. Como estais cegas para tanta luz, surdas para tão grandes vozes. Ignorais tesouros imensos”(Cântico 39,7).
“O Reino de Deus está dentro de vós” (Lc 17,21).

»

»

»

»

fonte

 

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Nuestro yo interior y la experiencia del Dios Vivo


Nuestro yo interior y la experiencia del Dios Vivo






Que te conozca a Ti, que me conozca a mí mismo (S. Agustín)





1. El conocimiento de nuestra verdadera identidad requisito para la experiencia


del Dios vivo





Muchas personas que se acercan a la Iglesia buscan tener una experiencia de Dios, pero


muchas veces no la encuentran: dentro de la Iglesia, aunque existe una riquísima


tradición contemplativa, no cuidamos ni vivimos lo suficiente esa tradición, por lo que no


es fácil que un cristiano encuentre la ayuda ni el entorno necesario para vivir esa


experiencia. Nuestra cultura ignora todo lo espiritual o lo que signifique un camino


sapiencial.


Además vivimos dispersos, desconectados de nuestra verdadera identidad, aferrados a un


falso yo, generalmente identificados con nuestra mente racional y con el personaje que


nos hemos creado.


La identificación con la mente nos hace pensar continuamente, hablar con nosotros solos


a todas horas, pasar de un tema a otro sin orden en nuestro interior. ¿Cómo acercarnos a


Dios o a los demás desde ese ruido y agitación mental?


No podemos relacionarnos con Dios cuándo vivimos desde un yo falso. Solo podemos


acercarnos al Dios vivo en el momento presente y desde nuestra verdadera identidad,


que es la que Él conoce.


2. Nuestra falsa identidad





“La vida real no es algo que le preocupe para nada al hombre moderno. Su vida


consciente está completamente perdida en abstracciones intelectuales, en fantasías


sensuales, en lugares comunes de orden político, social y económico. Todo lo


potencialmente valioso y vital está relegado en la mente inconsciente. La tragedia del


hombre moderno es que su creatividad, su espiritualidad y su independencia


contemplativa están sofocadas por un super ego que se ha vendido a la tecnología”

1.


El problema de base es que el yo con el que nos identificamos no tiene vida y es una


construcción inestable y cambiante.


No tiene vida, porque solo es mente racional, y necesita extraer la vida de fuera y estar


enchufado al exterior permanentemente en forma de espectador o protagonista; no puede


estar quieto y en silencio, pues caería en la abulia y la tristeza.


Es inestable y débil porque nuestro falso yo es un entramado de ideas, creencias,


imágenes, etc., sin unidad ni solidez. Y eso nos hace sentirnos débiles o ansiosos.


Pensamos que somos nuestros pensamientos y cuando alguien los pone en tela de juicio


sentimos que se nos cuestiona a nosotros mismos. Esos mismos pensamientos nos


1


Thomas Merton, La Experiencia Interna, 944


separan de los demás, cuando no coinciden con los nuestros. Además, estamos


necesitados de compararnos y competir con los demás, de recibir halagos y premios y


planificar el futuro para salir del presente.


Nuestra identificación con el falso yo nos impide ser humildes por lo que perdemos la paz


del corazón y gastamos una gran cantidad de energía defendiendo al ser imaginario e


importante que creemos ser.


El ego, siempre mal alimentado, necesita para sobrevivir nutrirse del recuerdo del pasado


o de la ansiedad por el futuro, lo que nos impide vivir totalmente el momento presente.


Nos aferramos a nuestro pasado, bien idealizándolo bien rechazándolo, nos preocupamos


con lo que todavía no ha ocurrido o quizá nunca ocurra. Incluso acrecentamos el ego


cuando añadimos a nuestra falsa identidad un diagnóstico terapéutico: “soy” hijo de padre


alcohólico.


3. El despertar del yo interno en el cristianismo





Un objetivo de muchas tradiciones espirituales, incluso de terapias no religiosas, es


descubrir el yo interno, la verdadera identidad, a la vez que se minimiza al ego. En la


tradición cristiana, lo encontramos en los místicos alemanes medievales (Tauler, Eckhart)


o en S. Juan de la Cruz. Más recientemente, la base de la obra de Thomas Merton trata


sobre la falsa identidad o

Perdición y el descubrimiento de la verdadera identidad o


Salvación


:


“Este real ser interior tiene que ser sacado como una joya del fondo del mar, salvado


de la confusión de la indistinción, de la inmersión en lo común, lo trivial, lo sórdido, lo


evanescente. El libre hijo de Dios tiene que ser salvado del conformista esclavo de la


fantasía, la pasión y el convencionalismo. El ser íntimo creador y misterioso tiene que


ser librado del ego pródigo, hedonista y destructor que solo busca cubrirse con


disfraces”

2.


El camino es largo pero el primer paso es buscar momentos de silencio y soledad, desde


una vida con una orientación espiritual adecuada:


“El yo interno es tan secreto como Dios. Todo lo que podemos hacer por medio de


alguna disciplina espiritual es producir en nuestro interior algo del silencio, de la


humildad, del desapego, de la pureza del corazón y de la indiferencia que se requieren


para que el yo interno haga alguna tímida e impredecible manifestación de su


Presencia”

3.


No podemos contar para ello con la ayuda de nuestro entorno cultural actual:


“Las tradiciones culturales tanto orientales como occidentales al ser de naturaleza


religiosa y sapiencial, favorecieron la vida interior por medio de símbolos, ritos


litúrgicos, arte, poesía, filosofía y mito, que nutrían el yo interno desde la infancia hasta


la madurez. Ese marco cultural ya no existe y debe ser recuperado laboriosamente por


una minoría educada e iluminada”

4.


En el cristianismo la búsqueda del yo interno no es sino un paso hacia la experiencia de


Dios: del “Espíritu que nos santifica, descubriéndolo como el que nos habita y reza en


nosotros sin que sepamos cómo, pero que está ahí alentando el ritmo de la vida.” (José


Miguel de Haro)


2


Thomas Merton, Nuevas Semillas de Contemplación


3


T. Merton, La Experiencia Interna, 812


4


Ibídem


“Para los cristianos hay un abismo metafísico infinito entre el ‘Yo’ de Dios y nuestro ‘yo’


interno. Con todo, nuestro ‘yo’ más íntimo existe en Dios y Dios mora en él. (…)


Por eso la experiencia mística cristiana no es sólo un caer en la cuenta del yo interior sino


además, mediante una intensificación sobrenatural de la fe, una comprensión experiencial


de la presencia de Dios en nuestro yo interno.”

5


Y por supuesto no hay ejercicio ni técnica que nos haga entrar en relación con Dios; pero


“según la tradición mística cristiana no podemos encontrar el propio centro y conocer a


Dios mientras estemos enredados con las preocupaciones y deseos del yo exterior”

6 .


Ahora que iniciamos el tiempo de Adviento podemos decir con la tradición monástica:


“Bonum est praestolari cum silentio salutare Dei “. (“Es bueno esperar en silencio la


salvación de Dios”,

Lamentaciones de Jeremías 3,26)


4. Meditación





Un medio de acercarnos a nuestro yo interior, es simplemente estar sentado en silencio y


a solas, con una respiración tranquila, viviendo el momento presente desde nuestro


interior, sin pensamientos. Es una de las diferentes formas de meditar. Es importante que


no busquemos nada, ningún efecto maravilloso o místico, que simplemente nos abramos a


nuestro interior:


Alguien le preguntó a Yakusán, que estaba sentado en meditación:


“Qué estás haciendo aquí”


Él contestó: “no estoy haciendo nada”.


“Entonces estás sentado ociosamente”.


“Sentarse ociosamente es hacer algo”


“Dices que no estás haciendo nada, pero ¿qué es ese nada que no estás haciendo?”


“Ni los antiguos sabios lo saben”, replicó Yakusán.

7


Nos debemos sentar preferentemente en el suelo sobre un cojín o en un banquito de


oración, aunque también podemos hacerlo en una silla; es muy importante mantener


siempre la espalda derecha, con los brazos al frente relajados sobre las piernas, la mano


derecha recogida sobre la palma de la izquierda. Es fundamental respirar


abdominalmente. Nos aflojamos la ropa para que nada nos oprima el abdomen. Podemos


tener los ojos abiertos, cerrados o entreabiertos.


Al principio nos podemos concentrar en la respiración: el aire entra, el aire sale, sin forzar


la respiración. Nos desenganchamos de todo lo que nos ata y preocupa. Es una delicia el


poder soltar las ataduras, abandonar las tensiones. Nos concentramos en respirar


abdominalmente de forma relajada. Podemos contar las respiraciones hasta 10 y cuando


lleguemos a ese número volvemos a empezar.


Estamos conscientes de cuando aparece un pensamiento, pero somos simples


observadores de los pensamientos que vienen y van. Según nos serenamos, podemos


asomarnos a nuestro interior y contactar con el silencio interno. Luego podemos subir un


escalón y abrirnos a la presencia de Dios en nosotros. Y permanecer así al principio 3 o 4


minutos e irlo ampliando paulatinamente hasta lo que podamos, siempre que estemos


relajados y en silencio, por ejemplo 15 o 20 minutos.


5


T. Merton, La Experiencia Interna


6


Ibídem, 819


7


Daisetsu Teitaro Suzuki, Studies in Zen, Publicado en para la Buddhist Society, 1955.


Como dice Isaac de Nínive:


“El silencio te iluminará en Dios y te librará de las fantasías de la ignorancia.


Te unirá a Dios mismo y te dará un fruto que la lengua no puede describir.


Al principio tenemos que esforzarnos para estar en silencio.


Pero después, desde el seno de nuestro mismo silencio


nace algo que nos atrae a un silencio aún más profundo.


Que Dios te de una experiencia de este ‘algo’ que nace del silencio.


Si lo practicas, amanecerá en ti una luz indescriptible.”

8


5. Momentos de interioridad a lo largo del día





La meditación requiere un lugar tranquilo y un tiempo más o menos largo. Sin embargo


podemos practicar en cualquier momento del día ciertas pequeñas técnicas que nos


ayudan a vivir el momento presente, a tomar contacto con nosotros, saliendo de la


dispersión y la desconexión. Las podemos hacer en el coche o en el metro, en el puesto


de trabajo, etc.


Al practicar la respiración consciente nuestra actividad intelectual disminuye y


descansamos. Consiste en tomar consciencia de nuestra respiración en un momento


dado, y así abrirnos al ahora. Para ello decimos interiormente: “inspiro, expiro”. O


también podemos recitar internamente: “Cuando inspiro tranquilizo mi cuerpo, cuando


expiro sonrío, vivo el momento presente sabiendo que es un momento bello”. A


continuación nos abrimos a la presencia de Dios en ese momento que vivimos.


6. Respiración abdominal





La respiración abdominal es fundamental para la meditación, la oración contemplativa o


incluso para los momentos de interioridad durante el día. Debemos respirar con el


abdomen de forma relajada: dilatando el abdomen al inspirar y comprimiéndolo al expirar.


El énfasis se pone en la expiración no en la inspiración. Para aprenderlo lo podemos hacer


sentados con la espalda derecha, poniendo una mano en el pecho y la otra en el


abdomen para comprobar que solo movemos el abdomen.


7. Bibliografía





Los dos libros de Thomas Merton citados en primer lugar son guías de espiritualidad,


sobre la tradición cristiana contemplativa, para leer una y otra vez a lo largo de la vida. El


libro de Merton,

La Experiencia Interna, es un conjunto de ensayos sobre la


contemplación. Los otros dos libros son sencillos y prácticos. El primero es sobre la falsa


identidad en lenguaje de libro de autoayuda y el segundo es sencillo e interesante, con


ejercicios muy simples y valiosos.



Thomas Merton, Nuevas semillas de contemplación, ed. Edhasa, 1963.



Thomas Merton, Los hombres no son islas, ed. Sudamericana, 1956.



Thomas Merton, La Experiencia Interna. Notas sobre la Contemplación, Separata de la


Revista Cistercium, 1998



Ekhart Tolle, El poder del ahora, Gaia Ediciones, 2006.



Thich Nhat Hanh, Hacia la paz interior, ed. Plaza Janés, 2002.

8 T. Merton, La Experiencia Interna



Roy H. Schoeman es un ingeniero informático de origen judío ortodoxo que ha contado su asombrosa conversión al catolicismo

12435_roy_h__schoeman
Roy H. Schoeman es un ingeniero informático de origen judío ortodoxo que ha contado su asombrosa conversión al catolicismo en diversas ocasiones. Publicamos aquí su testimonio prácticamente tal como aparece en la web “Primera Luz”, y puede encontrarse más detallado en inglés en su propia web Salvationisfromthejews.com
Un judío en Nueva York«Crecí como judío en un barrio de clase media en la ciudad de New York, hijo de refugiados judíos que habían huido de Alemania a los inicios del régimen de Hitler.
»Mis padres eran activos en la congregación judía «conservadora» local, y para el promedio americano, tuve una educación judía bastante religiosa. Asistí a estudios de religión después de la escuela, desde el primer grado hasta que llegué a la universidad. Tuve mi Bar Mitzvah, y con frecuencia, aunque no siempre, asistía a los servicios del Sabbath y a las fiestas religiosas judías.
Rabinos místicos
»Crecí en contacto con rabinos extraordinarios, a quienes Dios me dio para mi formación religiosa, y hasta tuve que debatir si yo tenía vocación religiosa.
»El verano al final de mis estudios secundarios, antes de comenzar la universidad, lo paséviajando por todo Israel, con un rabino hasídico carismático y «místico», el rabino Shlomó Carlebach, quien todas las noches ofrecía un concierto, que era en realidad una estática sesión de alabanza hasídica.
»Por un tiempo pensé quedarme en Israel para estudiar en alguna de las yeshivas (escuelas de religión) ultra ortodoxas que allí existen y que constituyen lo más cercano del judaísmo a la «vida religiosa», pero regresé para iniciar mis estudios en M.I.T. [Massachusetts Institue of Technology] en matemáticas e informática.
Universidad sin fe ni pureza
»En la universidad traté de preservar mi fervor religioso, y me mantuve activo en una congregación hasídica local, pero pronto caí en la moral y mentalidad más típica de M.I.T. Existe una estrecha relación entre la pureza de mente y de conducta, y la intimidad con Dios. Aunque al principio Él no sea estricto en sus reglas, más tarde o más temprano, no puede esperarse que se mantenga la intimidad, si no se juega según sus reglas. A medida que abandoné sus reglas, perdí la intimidad con Él.
»Al final de la universidad, el placer de la oración no era más que una memoria abstracta, yme había imbuido en los caminos del mundo. Después de algunos años diseñando sistemas de computadoras (ordenadores), decidí asistir a la Escuela de Negocios de Harvard para estudiar una maestría en Administración de Empresas (MBA). Como resultado de un trabajo excepcional, se me invitó a formar parte de la facultad, a la vez que continuaba mis estudios hacia un doctorado, en preparación a una carrera en la enseñanza universitaria.

Éxito mundano, vacío interior
»Al perder contacto con Dios, también perdí el sentido de propósito y dirección en mi vida. Yo seleccionaba el sendero de menor resistencia, que, a los ojos del mundo, constituía el éxito. Estar en la facultad de la Escuela de Negocios de Harvard a los treinta años era casi un éxito.
»Sin embargo, a medida que completaba cada meta, me enfrentaba a un sentimiento cada vez más profundo de vacío, de falta de sentido en los éxitos. Ya para ese entonces, después de unos cuatro años enseñando en Harvard, me sentía deprimido interiormente y con una gran falta de sentido en mi vida, rayando en la desesperación.
»Yo no era el único que me sentía así. Un colega en la facultad me confió que, al día siguiente del día en que su cátedra se convirtió permanente, después de una década de esfuerzos, casi renunció, abrumado por el sentimiento de vacío y la falta de sentido en todo por lo tanto había luchado.
»Hacía mucho tiempo que había abandonado la vida de oración y mi consuelo mayor durante este periodo consistía en largas caminatas solitarias entre la naturaleza. Fue en una de estas caminatas que recibí una de las gracias más singulares de mi vida.
Una experiencia ante Dios
»Era temprano en una mañana a principios de junio, junto al mar en Cape Cod, en las dunas entre Provincetown y Truro, solitario, junto a las aves que cantaban antes de que el resto del mundo despertara, cuando, por falta de mejores palabras, «caí en el cielo».
»Me sentí, casi consciente y físicamente, en la presencia de Dios. Vi pasar mi vida frente a mí, viéndola como si estuviera repasándola en la presencia de Dios después de la muerte.
»Vi todo lo que me agradaría y todo lo que me pesaría. Me di cuenta, en un instante, que el significado y el propósito de mi vida era amar y servir a mi Señor y Dios.
»Vi cómo Su amor me rodeaba y me sostenía en cada momento de mi existencia. Vi cómotodo lo que hacía tenía un contenido moral, para bien o para mal, y cómo todo contaba mucho más de lo que jamás pude imaginar.
»Vi cómo todo lo que me había acontecido en mi vida había sido lo más perfecto que podía haberse preparado para mi bien, por un Dios que era todo bueno, todo amor, y especialmente aquellas cosas que me habían causado más sufrimiento cuando sucedieron.
»Vi que los dos pesares mayores al momento de mi muerte serían, todo el tiempo y la energía desperdiciada preocupándome porque nadie me quería, cuando en cada momento de mi existencia me encontraba en medio del inimaginable, inmenso mar del amor de Dios; y cada una de las horas desperdiciadas, sin hacer nada de valor a los ojos de Dios.
»La respuesta a cualquier pregunta que me surgía era respondida instantáneamente. Es más, no podía preguntarme nada sin que ya no supiera la respuesta, con una excepción de gran importancia: el nombre del Dios que se me revelaba como el significado y propósito de mi vida. No pensaba en él como el Dios del Viejo Testamento, a quien llevaba en mi imaginación desde mi infancia.
Dios, ¿cómo te llamas? ¡Que no sea Jesús!
»Oré para que Dios me revelara su nombre, para saber qué religión debía seguir, para poder adorarlo debidamente. Recuerdo haber rezado diciendo: “Permíteme conocer tu nombre - no me importa si eres Buda, y tengo que hacerme budista; no me importa si eres Apolo, y tengo que convertirme en un pagano romano; no me importa si eres Krishna y tengo que convertirme en Hindú;¡mientras que no seas Cristo y tenga que volverme cristiano!”
»Esta profunda resistencia al cristianismo se basaba en un sentimiento de que el cristianismo era el «enemigo», la perversión del judaísmo que había sido la fuente de dos mil años de sufrimiento para los judíos. Dios, que se había revelado a mí en la playa, también había escuchado mi rechazo de conocerlo, y había respetado mi decisión. De modo que no recibí respuesta alguna a mi pregunta.
»Volví a mi casa en Cambridge y a mi vida ordinaria. Sin embargo, todo había cambiado. Pasaba todas mis horas libres en búsqueda de este Dios, en silencio en medio de la naturaleza, leyendo, y preguntando a otros sobre estas experiencias místicas.
»Como me encontraba en Cambridge, en la década de 1980, era inevitable el seguir algunas de las sendas de la Nueva Era, y terminaba leyendo mayormente escritos espirituales hindúes y budistas.
Una santa española
»Sin embargo, un día, caminando en la plaza de Harvard, me llamó la atención la cubierta de un libro en la vitrina de una tienda. Sin saber nada del libro, ni de su autor, compré «El Castillo Interior» de Santa Teresa de Ávila. Lo devoré, encontrando un gran alimento espiritual en su interior, pero todavía no creía en las alegaciones del cristianismo.
»Continué en esta trayectoria ecléctica, indiscriminatoria, por exactamente un año. El día exacto en que se cumplió un año de mi experiencia en la playa, recibí la segunda gracia extraordinaria de mi vida.
»Admito con franqueza que, en todos los aspectos exteriores, lo que sucedió fue un sueño. No obstante, cuando me quedé dormido sabía muy poco de, ni tenía ninguna simpatía especial por, el cristianismo, ni ninguno de sus aspectos. Sin embargo, cuando desperté, me sentía completamente enamorado de la Santísima Virgen María, y no deseaba más nada que volverme tan totalmente cristiano como pudiera.
Entrevista con la joven más bella
»En el «sueño», fui conducido a una habitación y se me concedió una audiencia con la joven más bella que jamás podía haber imaginado. Sin mediar palabra, sabía que era la Santísima Virgen María. Ella estuvo de acuerdo en contestar cualquier pregunta que le hiciera, y recuerdo que me encontraba allí, barajando varias posibles preguntas en mi mente, y haciéndole cuatro o cinco de ellas. Me las contestó, y entonces me habló por varios minutos, y entonces terminó la audiencia.
»Mi experiencia de lo sucedido, y mis recuerdos, son de algo sucedido completamente despierto. Recuerdo todos los detalles, incluyendo naturalmente, las preguntas y las respuestas, pero todo palidece en comparación al aspecto más importante de esta experiencia: el éxtasis de estar en su presencia, en la pureza e intensidad de su amor.
»Cuando desperté, como ya mencioné, me sentía completamente enamorado de la Santísima Virgen María y sabía que el Dios que se me había revelado en la playa era Cristo. Todavía no sabía casi nada del cristianismo, y no tenía ni idea de la diferencia entre protestantes y católicos.
»Mi primera incursión en el cristianismo fue en una iglesia protestante, pero cuando toqué el tema de María con el pastor, su rechazo me hizo decir: ¡me voy de aquí!
Deseo de comulgar
»Mientras tanto, mi amor por María me inspiraba a pasar el tiempo en santuarios marianos, especialmente los de Nuestra Señora de La Salette (en el de Ipswich, Massachusetts, y en el de la aparición original, en los Alpes franceses) . Me encontré, sin anticiparlo, con frecuencia presente en misas, y aunque todavía no creía en la iglesia católica, sentía un intenso deseo de recibir la Comunión.
»Cuando me acerqué por primera vez a un sacerdote y le pedí que me bautizara, todavía no tenía ninguna creencia católica. «¿Por qué quieres ser bautizado?» Molesto, contesté: «¡porque quiero recibir la Comunión y ustedes no me dejan, si no estoy bautizado!» Pensé que me agarraría de la oreja y me echaría de allí; pero por el contrario, me dijo: ¡Ajá, ése es el Espíritu Santo, que está trabajando en ti!»
María y la Eucaristía, una brújula
»Todavía tuve que esperar varios años y madurar en mi fe antes del bautismo, pero mi amor a María y mi sed por la Eucaristía me guiaron, como una brújula, hacia mi meta. Le estoy infinitamente agradecido a Dios por mi conversión y le estoy infinitamente agradecido por las personas que ha puesto en mi camino».
Roy Schoeman tiene vídeos de su testimonio y sus enseñanzas como católico traducidas al español aquí:
 

LA ORACIÓN EN SAN JUAN DE ÁVILA. EL QUEHACER DE LA PERSONA EN LA ORACIÓN.

LA ORACIÓN EN SAN JUAN DE ÁVILA.1ª PARTE.
Para S. Juan de Ávila la oración es, a la vez, medio imprescindible para el progreso en la vida cristiana y en gran medida, la vida cristiana misma.
Sólo quien mucho ama, mucho ora y porque mucho ora mucho ama, siempre, claro está, que la oración sea auténtico diálogo con Dios.
Resumimos EN ESTA PRIMERA PARTE algunos aspectos sobre la oración con las mismas palabras del santo.
1.- Necesidad de la oración.
2.- Naturaleza de la oración.
3.- Formas de orar
ÁRBOL SECO POR FALTA DE AGUA.
1.- NECESIDAD DE LA ORACIÓN.
El tema de la necesidad de la oración es, posiblemente, el que trata de forma más expresa el santo en sus escritos, especialmente en el Audi Fillia al que le dedica más de un capítulo.
Ello nos da pie para hablarnos del para qué de la misma, de su porqué, del cuándo , es decir , se extiende en explicar la finalidad de la oración, sus frutos, las causas que motivan su necesidad, etc.
Los textos que siguen expresan bien su pensamiento en esta materia.
Texto 1.-
” El que no ora tiene su casa hedionda”. ( Sermón 6, 420).
” Los pies con que nuestra alma se menea son el examen y la oración”. ( Carta 232,16-17).
” Si tuviereis callos en las rodillas de rezar y orar…otro gallo os cantaría. ( Sermón 13, 581).
Texto 2.-
” Y si me preguntáis por qué estamos tales,
dígoos que porque no oramos,
porque tenemos olvidada la oración, y aún no sabemos qué cosa es oración, y traemos las almas flacas, desmayadas, llenas de temor, desconfiados, sin jugo ni regalo.
Eso es decir que cuantos males tenemos, vienen por falta de oración
y perdéis muchos bienes porque no sabéis comunicar con Dios.“( Sermón 10,375 s.s.).
Texto 3.-
” No perdáis vuestra oración aunque vaya tibia, y tenedla cuan larga pudiéredes,
porque de otra manera no haréis cosa de buen fundamento. ( Carta 205,29-31).
” Si aflojáis en la oración sentirá vuestra ánima un hambre que tanto os enflaquezca, que os veréis caída en lo que antes muy fácilmente vencíades.” ( Carta 47,45-50).
LA COMUNICACIÓN ES A LAS RELACIONES HUMANAS LO QUE LA RESPIRACIÓN A LAS PERSONAS.
2.-NATURALEZA DE LA ORACIÓN.
Como cabía esperar el santo manchego da también una visión de la naturaleza y esencia de la oración. Estas son las notas principales que en la misma destaca:
a) Comunicación mutua.
b) Comunicación inspirada.
c) Comunicación amistosa.
d) Hecha en conexión con Jesucristo.
a) Comunicación mutua.
Texto 4.-
” Y por oración entendemos aquí una secreta e interior habla,
con que el alma se comunica con Dios,
ahora sea pensando, ahora pidiendo, ahora dando gracias, ahora contemplando
y generalmente por todo aquello que en aquella secreta habla se pasa con Dios“( Audi Fillia 7138 s.s.).
Texto 5.-
“¿ Por qué no se huelgan los hombres de estar con Dios, pues los deleites de Él son estar con los hijos de los hombres ?
No tiene su conversación amargura, sino alegría y gozo;
ni su condición tiene escasez para negar lo que piden.
Y Padre nuestro es, con el cual nos debíamos holgar conversando,
aunque ningún otro provecho de ello viniera.
Y si juntáis con esto que no sólo nos da licencia para que hablemos con Él,
sino que nos ruega, aconseja y alguna vez manda
veríais cuanta es su bondad y gana de que conversemos con Él,
y cuanta nuestra maldad de no querer ir, rogados y pagados.” ( Audi Fillia 7167).
CUANDO EL VIENTO SOPLA A FAVOR…
b) Comunicación inspirada
Texto 6.-
” Aún no se si entendemos nombre de oración, porque como san Jerónimo dice, este negocio más se hace con gemidos que con palabras,
y sólo aquél sabe gemir como debe , para que su oración tenga fuerza,
a quien el Espíritu Santo le enseñare este modo de orar.
De esto nos avisa san Pablo diciendo:
Nosotros no sabemos qué ni cómo hemos de orar; mas el Espíritu Santo ora por nosotros con gemidos que no se pueden contar.” ( Plática 2ª 194 s.s.)
” Fría es la oración cuando no la mueve inspiración del Espíritu Santo.
Y cuántos testigos habrá de esto aquí”. ( Sermón 63, 342 s.) .
Texto 7.-
“Resta avisarle algunas cosas sobre la manera de orar,
…porque no ha de cuidar de razones, ni de mucho discurrir de pensamientos…mas mirar al Señor esperando lo que allí le diere;
porque este negocio todo es recibir los movimientos e influencias…
Y lo que entonces le fuere dado, ahora sea compasión, ahora amor, o dolor o temor de pecados, edificación de costumbres, o lágrimas … todo lo tome sin desechar nada;
y si ninguna cosa le diere, tenga por gran merced haber su Majestad consentido estar ante su presencia y con aquello se conforme”.( Carta 5, 146-166).
 
c) Comunicación amistosa.
Texto 8.-
“… cuando la persona entrare en la oración parecerle ha que no entra a ninguna obra determinada, sino que va a tratar con uno que mucho le ama”. ( Carta 336,50s.)
” ¡ Oh si nos quemásemos!
¡ Oh si nos transformásemos !
¡ Oh si nos hicíésemos un espíritu con Él ! ( Carta 64, 107 ).
Texto 9.-
” Sin querer hacer escuela de entendimiento, lo que es de la voluntad. ( Carta 5,209 ).
” Guárdese de saber más por especulación de cosas de la oración
que por práctica, que el Señor es maestro de niños y esconde estas cosas a sabios y entendidos.”( Carta 154,96 s.s.)
” La oración donde hay mucha bachillería nunca sale bien. ( Plática 3ª, 190).
EL ÚNICO MEDIADOR ANTE EL PADRE.
d) Hecha en conexión con Jesucristo.
Texto 10.-
” Salomón pidió a Dios que quien orase en el templo que él había hecho, fuese oído.
Y el verdadero y más excelente templo de Dios Jesucristo nuestro Señor, en cuanto hombre es…
Y quien en este templo diere voces de oración, movidos por el Espíritu de Él,
arrimado a Él como miembro suyo, que pide socorro por los merecimientos de su cabeza que es Jesucristo, este tal será oído…
Mas la oración hecha fuera de este templo, sea hecha por quien quiera que sea,ronca es y profana…( Audi Fillia, 8811 s.s.)
MONJES CRISTIANOS ORANDO.
3.-FORMAS DE ORAR.
Juan de Ávila conoce de todas las forma de oración usadas en su tiempo: oración monacal, vocal, lectura meditada, meditación sistemática, vía de los alumbrados o dejados, vía del recogimiento de Osuna, contemplación en todas sus formas
De todas éstas algunas le resultan especialmente gratas:
a) Lectura meditada.
b) Contemplación de escenas revividas imaginativa o mentalmente.
c) Oración mística.
CONTEMPLANDO LA PASIÓN DE CRISTO.
a) Lectura meditada.
Texto 11.-
” Tomad primero un libro de buena doctrina…y empezad a leer en él…
Y este leer no ha de ser pasando muchas hojas, mas alzando el corazón a nuestro Señor,
suplicarle que os hable a vuestro corazón con su viva voz, mediante aquellas palabras que de fuera leéis, y os dé verdadero sentimiento de ellas.
Y con aquella atención y reverencia estad atenta, escuchando a Dios en aquellas palabras que de fuera leéis, como si a Él mismo oyerais predicar cuando cuan do en este mundo hablaba…
De manera que aunque tengáis los ojos en el libro…tened a lo que leéis una mediana y descansada atención que no os cautive e impida la atención libre… que al Señor habéis de tener. Y leyendo de esta manera… daros ha nuestro Señor el vivo sentimiento de las palabras que obre en vuestra alma…arrepentimiento, confianza y os abrirá el entendimiento a conocer otras muchas cosas aunque leáis pocos renglones”.( Audi Fllia , 6045 s.s.)
 
REPRESENTACIÓN DE JESÚS CAMINO DEL CALVARIO
b) Contemplación de escenas revividas imaginativa o mentalmente.
Texto 12.-
” Este ejercicio se puede hacer en una de estas dos maneras:
o con representar a vuestra imaginativa la figura corporal de nuestro Señor, o solamente sin representación imaginaria…
Poned la imagen de aquel pasaje que quisiéredes pensar dentro de vuestro corazón; y si esto bien no se os diere, haced cuenta que lo tenéis allí cerquita de vos…
y sin discurrir mucho con el pensamiento , sino como quien sencillamente mira a nuestro Señor en aquel paso, esperando lo que él le quisiere dar.” ( Audi Fillia 6065 s.s.)
Texto 13.-
” Hase de comenzar por los defectos propios y por la meditación de la pasión,
y con imaginaciones de su vida nuestro Señor a muchos nuevos;
y han de seguir aquel camino de imaginaciones, pues es gran beneficio que la podamos imaginar… y puesto Cristo nuestro Señor delante,podamos tomar de él las virtudes y el amor,
y pasar a la Divinidad por la Santa Humanidad. ( Plática 3ª, 144 s.s.)
SAN JUAN DE ÁVILA DOCTOR DE LA IGLESIA.
c) Oración mística.
Texto 14.-
” Así en el recogimiento y recogido, aunque el entendimiento obra poco o nada, la voluntad está obrando con gran viveza, y amat fortiter.
” Es como el que abraza a su amigo a oscuras y no le dice palabras, no echan de ver el traje.”
” Hacen el alma y Dios unas bodas que no se pueden decir.”
” En esta unión se produce el conocimiento de cosas ignoradas e inefables, de una forma desconocida e inexpresable que excede nuestra capacidad de nuestro entender y razonar.
” Moríase uno de no ser contemplativo , mas como es producto de gracia da, a veces, Dios en la plaza, lo que no da al monje en su celda.” ( Plática 3ª. Toda).
 

LA ORACIÓN, 2ª PARTE :EL QUEHACER DE LA PERSONA EN LA ORACIÓN.
Una frase de san Juan de Ávila puede explicar a lo que nos referimos en este apartado :
” Este orar para ser bien hecho pide ejercicio, costumbre, santidad de vida, apartamiento de cuidados y, sobre todo, que tiene que ser obra del Espíritu Santo.”
Ateniéndonos a esta directriz dividimos esta segunda parte sobre el tema de la oración en los siguientes puntos:
1.- Práctica asidua y perseverante.
2.- Hambre y sed de ser justos.
3.-Recogimiento interior.
1-. PRÁCTICA ASIDUA Y PERSEVERANTE.
Texto 1.-
” Ahora recibiréis consejos para el continuo ejercicio de la oración.
Lo primero , que aquel fervor y disposición que sacaste de la oración la guardéis todo el día cuanto fuere posible.
Segundo, que no os metáis en negocios sino muy necesarios que no se puede excusar.
Tercero, que penséis cómo Dios está en todo lugar y dentro de vos… , pensando Dios está aquí.
Cuarto , que levantéis el corazón a Dios muchas veces y muy a menudo con oraciones breves, que llaman jaculatorias…
Quinto, que seáis amigo del silencio y soledad, cuando fuere posible.
Sexto que andéis hablando con Dios dentro de vuestro corazón.
Séptimo , todo cuanto viereis, oyereis, etc. si es bueno, pensad , cómo mucho mejor es Dios para el alma. ( Dialogus inter confesarius…768 s.s.) .
Texto 2.-
” Quiéroos avisar del yerro de algunos que piensan, que, porque dijo san Pablo: Quiero que los hombres oren en todo lugar, no es menester orar despacio, ni en un lugar particular, sino que basta con mezclar la oración entre las obras que hace.
Bueno es orar en todo lugar, si hemos de imitar a Jesucristo Nuestro Señor, pero tened por cierto , que ninguno sabrá provechosamente orar en todo lugar, sino quien primero hubiere aprendido este oficio en lugar particular y gastado en él espacio de tiempo.” ( Audi Fillia, 7345 s.s.)
2.-. HAMBRE Y SED DE SER JUSTOS.
Texto 3.-
” … llamo orar al gemido que sale del corazón por las ofensas de nuestra vida y el firme propósito de renovarla.” ( Carta 7. Toda.)
Texto 4.-
” Porque el negro azor está harto de carne, aunque lo llame su dueño no quiere venir.
¿ Cómo sentís tan poco deseo de Dios ? Porque estáis hartos de carnes mortecinas, olvidéme de comer mi pan.
Si estáis hartos de pecados ¿ qué mucho que no tengáis hambre de Dios ?”( Sermón 2,565).
3.- RECOGIMIENTO INTERIOR.
Texto 5.-
¿ Queréis vos bien orar ? Echad delante de vos todo aquello que os lo impide;
decid a los negocios: apartaos de mí, que voy a negociar con Dios…
Y así dice el esposo: Huerto cerrado, esposa mía, amiga mía;
cercado el cuerpo en el monasterio, cerrados los ojos y las orejas y encerrados los pensamientos dentro de sí.” ( Sermón 63, 285 s. )
Texto 6.-
” Encastíllese en su corazón, que , aunque es de flaqueza de vidrio, el que a él vendrá a morar lo hará tan poderoso, que todo lo que lo quiera, combatir será de vidrio, y él más fuerte que el acero…
No hay lugar seguro donde asentar el corazón, sino es en el secreto encerramiento y escondrijo interior, donde no entra sino sólo Cristo, estando cerradas las puertas.
Y fuera de aquí anda a tanto peligro, como moza liviana fuera de casa, entre malos hombres…
Uso quiere este negocio, que, después el mismo corazón se está quedo
aunque la abran la puerta, como ave doméstica en jaula. ( Carta 153,35, s.s.).
5.- LA EXPERIENCIA DE DIOS EN LA ORACIÓN.
Una de las características de la espiritualidad de la época, es la valoración positiva que se hace la experiencia religiosa. Juan de Ávila participa de esta valoración, con las matizaciones y equilibrio que es propio de él en todos los temas.
La oración es uno de los ámbitos mejores para experimentar a Dios.
Texto 7.-
experiencias que no habéis de buscar en libros ni vidas ajenas más en vuestra propia conciencia, para que tengáis testigos cercanos a vos…
Veréis tales maravillas dentro de vos que se os quite la gana de buscar fuera…”Audi Fillia 3805, s.ss ).
Texto 8.-
” Aunque muchos conozcan a Dios por fe, mas la experiencia particular del amoroso y más que amoroso trato de Dios con quien Él quiere,si no se tiene, no se podrá entender al punto donde llega esta comunicación.” ( Carta 158,82-86 ).
Texto 9.-
” Hay muchos engañados en pensar que no hace al caso, en el camino de Dios, la devoción y sentimiento de Él…
Este engaño tiene su raíz en el distraimiento que las almas tienen.” ( Carta 18o,1-5.).
Texto 10.-
” Algunas veces es tanto lo que da acá nuestro Señor a sentir de sí mismo, que no se acuerda el ánima de naide, por estar toda ella ocupada en Aquél que es todas las cosas .” ( Carta 150,5 ).
Texto 11.-
” Algunos hay a quien Dios toma los corazones y obra en ellos,
que no han menester sino acogerse a Dios, y enseguida hallan tanta lluvia de pensamientoS buenos y comunicación de Él, que no han menester sino seguir tal guía. ( Carta 1,381 s. ) .
Texto 12.-
” Y algunas veces es tanta la dulcedumbre que el alma gusta, siendo visitada por Dios que la carne no la puede sufrir y queda tan flaca y caída como los pudiera estar habiendo pasado por ella una larga enfermedad corporal.
Aunque acaece otras veces con la fortificación que el espíritu siente, ser ayudada la carne y cobrar nuevas fuerza, experimentando en este destierro algo de lo que en el cielo ha de pasar.” ( Adu Fillia 778,s.s.)
NOTA. Este tema de la experiencia de Dios en san Juan de Ávila, es tratado en esta misma CATEGORIA en varias SUBCATEGORÍAS con mayor detenimiento y amplitud.
quijotediscipulo.
fonte