sábado, 28 de agosto de 2010

A pungente e filial denúncia do processo de "autodemolição" na Igreja

 
IV — A pungente e filial denúncia do processo de "autodemolição" na Igreja
O primeiro grande lance dessa denúncia ocorreu em 1968. Um sacerdote belga residente no Brasil - o Pe. Joseph Comblin, professor no Instituto Teológico da Arquidiocese de Recife - escreveu um documento reservado que transpirou na imprensa. Para eliminar as estruturas sociais vigentes, preconizava a revolução na Igreja, a subversão no País, a derrubada do governo, a dissolução das Forças Armadas, a instituição de uma ditadura socialista férrea e o estabelecimento de tribunais de exceção.

Campanha de assinaturas, em 1968, apoiando reverente e filial Mensagem a Paulo VI, na qual pedia respeitosamente medidas eficazes contra a infiltração esquerdista nos meios católicos
A TFP brasileira reagiu a esse programa, fazendo publicar em 16 órgãos de imprensa uma Reverente e filial Mensagem a Paulo VI, na qual pedia respeitosamente medidas eficazes contra a infiltração esquerdista nos meios católicos. Ademais, a partir de 17 de julho de 1968 lançou por todo o Brasil uma campanha de coleta de assinaturas em favor do texto da mensagem, a qual recebeu, em menos de dois meses, o apoio de 1.600.368 brasileiros de 229 cidades de 21 unidades da Federação.
Concomitantemente, ante problemas análogos que aconteciam em seus países, 266.512 argentinos, 121.210 chilenos e 37.111 uruguaios aderiram à mensagem, em campanhas similares promovidas pelas respectivas TFPs.
A revista "Time", em sua edição de 23-8-68, reconhece "a facilidade com que a TFP coletou as assinaturas", a qual, segundo ela, "reflete o fato de que a maioria dos latino-americanos aprova ou pelo menos tolera o conservadorismo católico".
Lamentavelmente, o Vaticano foi insensível ao sentimento autêntico do povo latino-americano, tendo recebido com frieza e desconcertante silêncio a entrega das petições.
Campanha contra o IDO-C e os grupos proféticos
Cooperadores da TFP percorreram as ruas de 514 cidades de 20 estados, em 1969, vendendo em 70 dias 165 mil exemplares de Catolicismo denunciando o IDO-C e os grupos proféticos
Em 1969, chegaram ao serviço de documentação da TFP dois estudos publicados respectivamente nas revistas "Approaches", de Londres, e "Ecclesia", de Madrid. O primeiro deles denunciava o IDO-C, organismo com ramificações internacionais sediado em Roma, que englobava importantes editoras e publicações católicas e controlava seções religiosas de jornais de influência no mundo inteiro. O segundo estudo revelava a existência de pequenos grupos incrustados na Igreja — os grupos proféticos — que integravam a chamada corrente profética. Ambos os organismos visavam transformar a Igreja Católica numa igreja nova, atéia, dessacralizada, desmitificada, igualitária e posta a serviço do comunismo.
De posse dessa valiosa documentação, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira fez em cinco artigos na "Folha de S. Paulo" uma primeira denúncia dos dois organismos; e Catolicismo publicou edição especial, contendo a tradução dos dois documentos-bomba seguida de uma análise do fundador da TFP. O mesmo fizeram em seus respectivos órgãos de difusão as TFPs de nove países.
No Brasil, a denúncia não se cingiu à publicação das aludidas matérias. Estreando suas capas rubras, membros da TFP percorreram as ruas de 514 cidades de 20 estados, vendendo em 70 dias 165 mil exemplares do referido número de Catolicismo. Com as edições das outras TFPs, esse trabalho alcançou o impressionante total de 256 mil exemplares.
Manifesto de resistência à ostpolitik vaticana
Em 1969 o chanceler alemão Willy Brandt iniciou sua ostpolitik, ou seja, a política de aproximação com o bloco comunista soviético.
Paralelamente, a diplomacia da Santa Sé encetava a sua própria ostpolitik, em decorrência da qual foi sacrificado o heróico cardeal húngaro Stefan Mindszenty, perseguido pelos comunistas, que se refugiara na embaixada americana de Budapest; e gerou atrito com o cardeal Josyf Slipyj, arcebispo-maior dos ucranianos, que passara muitos anos nas prisões soviéticas.
Entretanto, a gota que fez transbordar o copo foi a cordial visita a Cuba de Mons. Agostino Casaroli, secretário do Conselho para os Assuntos Públicos do Vaticano, após a qual ele declarou que os católicos "viviam felizes" sob o regime castrista.
Ante os sucessos que o comunismo vinha auferindo em decorrência da détente vaticana - um dos quais era o de tornar incompreensíveis aos olhos do público os católicos que quisessem continuar a lhe opor resistência -, as TFPs julgaram imperioso publicar um documento que explicasse a justeza de suas posições anticomunistas. Datado de 8 de abril de 1974, ele veio à luz com o título A política de distensão do Vaticano com os governos comunistas - Para a TFP: omitir-se? ou resistir?. Através desse documento, os membros das diversas TFPs e entidades irmãs externavam sua obediência irrestrita à Igreja e ao Papado, nos termos preceituados pelo Direito Canônico, mas se declaravam em estado de resistência à ostpolitik de Paulo VI. Externando ao Papa respeitosamente sua posição, o documento declarava: "Mandai-nos o que quiserdes. Só não nos mandeis que cruzemos os braços diante do lobo vermelho que investe. A isto nossa consciência se opõe".
34 jornais brasileiros e 27 de outros oito países publicaram o documento. A Santa Sé guardou silêncio, pois essa resistência respeitosa e firme baseava-se no mesmo espírito com que São Paulo "resistiu em face" a São Pedro (cfr. Gal. 2,11).
Denúncia e campanha contra as Comunidades Eclesiais de Base
Nas ruas de São Paulo, e de numerosas cidades do País, em 1982, a TFP alerta contra as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs)
A mais poderosa expressão da Teologia da Libertação, no fim da década de 70, eram sem dúvida as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Consideradas então como a grande potência emergente no cenário político-religioso do Brasil, elas propugnavam em nome do Evangelho a luta de classes e transformações sociais de cunho marxista.
Julgando seu dever denunciá-las, a TFP o fez através do livro As CEBs, das quais muito se fala, mas pouco se conhece - A TFP as descreve como são. Publicado em agosto de 1982, e imediatamente difundido em todo o País, o estudo continha uma primeira parte redigida por Plinio Corrêa de Oliveira, na qual apresentava as metas das CEBs e mostrava que a CNBB ia assumindo no Brasil a função de quinto poder, servindo-se das CEBs como instrumento. Seguia-se uma análise da gênese, organização, doutrina e ação das CEBs, redigida pelos irmãos Gustavo Antonio e Luís Sérgio Solimeo com base em copiosa documentação.
A obra torna patente o caráter subversivo das Comunidades Eclesiais de Base, que promoviam invasões de propriedades urbanas e rurais, sublevações nas fábricas, intimidações e agitações de todo gênero, com a finalidade de derrubar o regime político-social vigente no País.
A campanha de divulgação do livro, iniciada nos últimos dias de agosto de 1982, estendeu-se rapidamente para 1.510 cidades de todos os estados da Federação. Em pouco mais de um ano, seis edições sucessivas somaram 72 mil exemplares.
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fonte:Catolicismo