domingo, 29 de agosto de 2010

São Pio X , um dos maiores Pontífices de todos os tempos, foi o único Papa canonizado no século XX.

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São Pio X
  
Há um século subia ao Trono pontifício um Papa santo. Em 4 de agosto de 1903, o Cardeal Giuseppe Sarto foi eleito para o Sumo Pontificado, como sucessor de São Pedro, sendo coroado a 9 do mesmo mês.   
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Magníficas obras pela restauração da Cristandade
O Cardeal Sarto deixa Veneza rumo ao Conclave, onde será eleito Papa
O glorioso, árduo e fecundo pontificado desse Vigário de Cristo durou 11 anos. Nesse período, foram lançados mais de 3.000 documentos oficiais, com o objetivo de Instaurare omnia in Christo — conforme seu lema. E tem estreita analogia com esta sua afirmação: “Se alguém pedir uma palavra de ordem, sempre daremos esta e não outra: Restaurar todas as coisas em Cristo”.(3)
Nesse sentido de restaurar todas as coisas em Cristo, foram numerosas e admiráveis as obras empreendidas pelo Santo Pontífice para defender a Civilização Cristã gravemente ameaçada.
Em seu esplêndido livro de memórias, o Cardeal Merry del Val, Secretário de Estado de São Pio X, enumera de passagem algumas dessas obras:
“A reforma da Cúria Romana; a fundação do Instituto Bíblico; a construção de seminários centrais e a promulgação de leis para a melhor disciplina do clero; a nova disciplina referente à primeira comunhão e à comunhão freqüente; o restabelecimento da música sacra; a vigorosa resistência movida contra os fatais erros do chamado modernismo e a corajosa defesa da liberdade da Igreja na França, Alemanha, Portugal, Rússia e outros países, sem aludir a outros atos de governo, justificam certamente que Pio X tenha sido destacado como um grande Pontífice e um diretor humano excepcional. Posso testemunhar que todo esse enorme trabalho foi devido principalmente e — muitas vezes — exclusivamente à sua própria idéia e iniciativa. A História haverá de proclamá-lo como algo mais que um Papa cuja bondade ninguém seria capaz de discutir.
Os limites que me impus ao traçar estas breves Memórias me impedem de entrar a fundo no estudo das diversas e importantes questões a que mais acima me referi; mas há uma delas cuja importância creio merecer especial atenção neste curto relato, e esta é a compilação do novo Código de Direito Canônico”.(4)
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O Cardeal, fidelíssimo Secretário de Estado de São Pio X, passa a narrar o intenso trabalho do Santo Padre para reorganizar e aprimorar o novo Código, uma vez que o anterior era um emaranhando confuso, uma legislação que se prestava a diversas interpretações. Foram 11 anos de trabalho quase ininterrupto, mas ao cabo dos quais a admirável codificação ficou praticamente pronta nos últimos dias de São Pio X, em 1914. Seu sucessor, Bento XV, rendeu-lhe uma merecida homenagem, promulgando o novo Código elaborado por seu augusto predecessor.
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Mantinha um absoluto senhorio de si e dominava os impulsos de seu ardente temperamento. Não vacilava em ceder em assuntos que não considerava essenciais, e até estava disposto a considerar e aceitar a opinião de outros se isso não implicasse em risco para algum princípio; mas não havia nele nenhuma debilidade.
Quando surgia alguma questão na qual se fazia necessário definir e manter os direitos e liberdade da Igreja, quando a pureza e integridade da verdade católica requeriam afirmação e defesa, ou era preciso sustentar a disciplina eclesiástica contra o relaxamento ou influência mundanas, Pio X revelava então toda a força e energia de seu caráter e o intrépido valor de um grande Pontífice consciente da responsabilidade de seu sagrado ministério e dos deveres que julgava ter que cumprir a todo custo.
Era inútil, em tais ocasiões, que alguém tratasse de dobrar sua constância; toda tentativa de intimidá-lo com ameaças, ou de afagá-lo com sedutores pretextos ou recursos meramente sentimentais, estava condenada ao fracasso”.(5)
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O neomodernismo de nossos tempos
Como se pôde observar, vem de há muito a tentativa de infiltração no interior da Santa Igreja, por parte de inimigos velados ou declarados, a fim de “modernizar”, adaptar aos novos tempos e adulterar o Magistério tradicional e infalível da Santa Igreja Católica Apostólica Romana.
Peçamos ao ínclito Papa São Pio X o discernimento, a argúcia, a energia e a combatividade que ele teve ao enfrentar destemidamente as raízes dos erros que, em nossos dias, professa o chamado progressismo católico, continuador do modernismo de sua época.
São Pio X condena o modernismo
Os mais perigosos inimigos da Igreja
“Não se afastará, portanto, da verdade quem os tiver como os mais perigosos inimigos da Igreja. Estes, em verdade, como dissemos, não já fora, mas dentro da Igreja, tramam seus perniciosos desígnios; e por isto, é por assim dizer nas próprias veias e entranhas dela que se acha o perigo, tanto mais ruinoso quanto mais intimamente eles a conhecem. Além de que, não sobre as ramagens e os brotos, mas sobre as mesmas raízes, que são a Fé e suas fibras mais vitais, é que meneiam eles o machado. Batida pois esta raiz da imortalidade, continuam a derramar o vírus por toda a árvore, de sorte que coisa alguma poupam da verdade católica, nenhuma verdade há que não intentem contaminar. E ainda vão mais longe; pois, pondo em obra o sem número de seus maléficos ardis, não há quem os vença em manhas e astúcias, porquanto fazem promiscuamente o papel ora de racionalistas, ora de católicos, e isto com tal dissimulação, que arrastam sem dificuldade ao erro qualquer incauto; e sendo ousados como os que mais o são, não há conseqüências de que se amedrontem e que não aceitem com obstinação e sem escrúpulos (nº 3) [...].
Já não se trata aqui do velho erro, que à natureza humana atribuía um quase direito à ordem sobrenatural. Vai-se muito mais longe ainda; chega-se até a afirmar [na doutrina modernista] que a nossa santíssima religião, no homem Jesus Cristo assim como em nós, é fruto inteiramente da natureza. Nada pode vir mais a propósito para dar cabo de toda ordem sobrenatural” (nº 10). (Encíclica de São Pio X sobre as Doutrinas Modernistas, Pascendi Dominici Gregis, de 8-9-1907, Editora Vozes Ltda, Petrópolis, 1948, pp. 4-5; 10-11).  
Notas:
 1 Na contracapa da edição de julho de Catolicismo, vem descrito o papel fundamental representado pelo então Mons. Merry del Val (depois Cardeal) para convencer o Cardeal Sarto a aceitar o resultado da eleição.
2 P. Girolamo Dal-Gal, Pio X il Papa Santo, Libreria Editrice Fiorentina, Firenze, 1940, p. 135.
3 Op. cit., p. 133.
4 Cardeal Rafael Merry del Val, Memorias del Papa Pio X, Sociedad de Educación Atenas, S.A., Madrid, 1946, pp. 103-105.
5 Op. cit., pp. 45-46.
Artigo oferecido pela Revista Catolicismo