- E senti o espírito inundado por um mistério de luz que é Deus e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora! - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu! (escreve a irmã Lúcia a 3 de janeiro de 1944, em "O Meu Caminho," I, p. 158 – 160 – Carmelo de Coimbra)
sábado, 28 de agosto de 2010
A SANTA MISSA É O HOLOCAUSTO MAIS EXCELENTE.
A SANTA MISSA É O HOLOCAUSTO MAIS EXCELENTE.
Havia, na antiga lei, quatro espécies de sacrifícios: o holocausto ou sacrifício latréutico, pelo qual se reconhecia o soberano domínio de Deus; o sacrifício de louvor e de reconhecimento; o sacrifício pacífico, quer fosse eucarístico, quer impetratório, pelo qual se atraíam os benefícios de Deus; e o sacrifício expiatório, em que Deus era honrado como Juiz; era oferecido pela remissão dos pecados e pela expiação das culpas. Cada um destes sacrifícios tinha um rito particular.
Desde a criação do mundo até a vinda do Messias, inumeráveis holocaustos foram oferecidos ao Senhor, e a Sagrada Escritura afirma que agradavam a Deus. A lei de Moisés ordenava aos judeus o sacrifício perpétuo ou sacrifício da manhã e da tarde, que consistia na imolação de um cordeiro. Nos sábados, o número era dobrado. Em cada lua nova, imolavam sete cordeiros, duas cabras e um carneiro. O mesmo número devia ser oferecido durante oito dias, na Páscoa e no Pentecostes. Na festa dos Tabernáculos, o número das vítimas aumentava, eram quatorze cordeiros, treze cabras, dois carneiros e um bode que se imolavam cada dia durante todo o oitavário.
Além destas oblações obrigatórias, cada um apresentava ainda, segundo sua piedade, ou suas posses, bois, cabras, ovelhas, carneiros, pombas, vinho, incenso, pão, sal e óleo.
Citamos tudo isto para mostrar como eram custosos os sacrifícios impostos aos patriarcas e aos sacerdotes judeus, bem que não trouxessem a Deus senão uma exígua honra, e não merecessem senão pequena recompensa, como disse São Paulo em sua Epístola aos Hebreus. Não obstante, agradavam a Deus, porque eram símbolos do Sacrifício incruento de Jesus Cristo.
Comparai com tudo isto o nosso holocausto que é pouco custoso, fácil de oferecer, sendo, entretanto, o sacrifício mais agradável a Deus, o mais precioso para o céu, o mais útil para o mundo, e o mais consolador para o purgatório.
Se um homem tivesse imolado todas as vítimas que foram sacrificadas desde o começo do mundo até Jesus Cristo, sem dúvida, teria rendido uma grande homenagem a Deus. Mas que seria este culto comparado ao que rendemos à divina Majestade por uma só Missa?
Eis como São Tomás de Aquino expõe a essência e o fim do nosso holocausto: “Confessamos, pelo santo Sacrifício, que Deus é o autor de toda a criatura, o fim supremo de toda a beatitude, o Senhor absoluto de todas as coisas, a quem oferecemos, como testemunho de nossa submissão e adoração, um sacrifício visível, que figura a oferenda invisível, pela qual a alma se dá inteiramente a Deus como a seu princípio e a seu fim”.
O holocausto somente pode ser oferecido a Deus, que o reservou para si: “Eu sou o Senhor, é este o nome que me é próprio. Não darei a outrem a minha glória, nem consentirei que se tribute aos ídolos o louvor que só a mim pertence” (Is. 42, 8).
Esta proibição do Senhor de oferecer sacrifícios a outros, diz, claramente, que o santo Sacrifício da Missa não poderia ser oferecido a nenhuma criatura, nem a Santa Virgem, nem aos Santos; jamais poderíamos oferecer-lhes a santa Missa.
Eis neste sentido a doutrina do Concílio de Trento: “Embora a Igreja tenha costume de celebrar a Missa em honra e memória dos Santos, não ensina que lhes seja oferecido o sacrifício, porém, a Deus, que os coroou” (Sess. 22, c. 3). Também o sacerdote não diz: “São Pedro, São Paulo, ofereço-vos este Sacrifício”, mas, agradecendo a Deus de lhes haver concedido a vitória, implora-lhes o socorro, a fim de que se dignem interceder por nós, no céu, enquanto lhe celebramos a memória na terra.
Sendo a vida de Jesus Cristo mais nobre do que a de todos os homens, sua morte foi mais meritória e preciosa aos olhos de Deus. E, visto que o Salvador renova sua morte em cada Missa, segue-se que Deus Pai recebe do santo Sacrifício maior honra e glória do que se todo o gênero humano lhe fosse imolado em holocausto.
Que é a santa Missa senão uma embaixada à Santíssima Trindade, para oferecer-lhe uma oferta de valor inestimável, pela qual reconhecemos-lhe a soberania e lhe testemunhamos nossa inteira submissão?
Esta oferta quotidiana é Jesus Cristo, o próprio Filho de Deus, o único que conhece a infinita Majestade do Senhor e a honra que lhe é devida. Ele somente pode, com efeito, render esta honra e lha rende dignamente, imolando-se sobre o altar. E Jesus Cristo, a adorável vítima, dá-se-nos tão inteiramente, que nos é possível oferecê-lo ao Deus três vezes santo, como nosso próprio bem.
Pobres pecadores, prestamos-lhe, deste modo, o culto e a honra que lhe é devida. Sem a santa Missa, ficaríamos eternamente devedores de Deus.
Caro leitor, não desejais oferecer cada manhã o mais precioso dos dons a teu Senhor e Deus? Que desculpa terás, no dia do juízo, de tua negligência?
Fonte: http://www.derradeirasgracas.com