Beata Maria: visões sobre a França – A santa palestina (4)
A santa palestina recebeu numerosas comunicações a respeito da Franca. Em La Salette, também Nossa Senhora focaliza especialmente o futuro da “filha primogênita da Igreja”
Quando a Beata Maria e suas irmãs de religião viajavam para a fundação na Índia, as carmelitas fizeram etapa em Marselha, quando aproveitaram para ir rezar no santuário de Notre-Dame-de-la-Garde.
Ali a Beata teve uma visão cuja linha central concorda com o porvir da França segundo La Salette, em função da cólera punitiva de Nosso Senhor e da intercessão misericordiosa de Nossa Senhora segurando o braço justiceiro de seu Divino Filho. E, por fim o triunfo desse país tão amado por Deus:
“Eu rezei muito pela França. Durante minha oração, eu vi um homem diante de mim: esse homem tinha em sua mão uma nuvem muito negra e muito densa.
“Eu vi uma Virgem que rezava muito para que essa nuvem caísse num outro local que não fosse a França. O homem tinha na outra mão uma nuvem branca, mas ele queria jogar a nuvem negra antes da branca, e ele disse:
Poliptico do Apocalipse, detalhe. Jacobello Alberegno (... – 1397)
‘Após ter passado por terríveis provações, a França triunfará e será a rainha dos Reinos’” (Pe. Estrate, op. cit., p. 206)
Na primeira semana da Quaresma de 1876, a santa carmelita teve uma visão análoga que, além de concordar com La Salette, insiste no pedido de penitência feito pela Mãe de Deus em Lourdes e Fátima:
“Nosso Senhor tinha em suas mãos um monte de fogo; Ele olhava para a França com uma espécie de compaixão e amor; o fogo escorria e caía entre seus dedos, estava prestes a cair por inteiro, mas o Senhor dizia e repetia: “Pede perdão, pede perdão!”
—“Pobre França, acrescentava ela, pobre França, se ela soubesse, se ela compreendesse, e sobretudo, se ela quisesse! Deus a ama tanto!“ (Pe. Estrate, op. cit., p. 291)
Durante a oitava de Nossa Senhora do Monte Carmelo desse mesmo ano, Sóror Maria interrogava Nosso Senhor sobre a França, indagando o porquê de Ele não dar a vitória aos bons enquanto os ruins agiam em liberdade.
O Senhor lhe respondeu que era Ele próprio que tinha disposto assim as coisas. E ela acrescentou:
—“Eis a comparação que Ele me apresentou: ‘vês esse belo jardim, há toda espécie de frutos e de flores, mas vêm os insetos e toda espécie de animais. Eles picam as flores e a doença toma conta das árvores. É porque Ele encomendou a seus anjos arrancar todas essas árvores” (Pe. Estrate, op. cit., p. 291-292).
Entrementes, Jesus Cristo lhes fez notar que os castigos que iriam cair sobre a França haviam sido atenuados pela justiça divina em atenção aos sacrifícios praticados pelos bons franceses.
No mês de agosto de 1875, Sóror Maria mencionou a corajosa luta dos jovens católicos franceses que combateram dando suas vidas no exército pontifício para evitar que os revolucionários invadissem Roma:
Pio IX abençoa o exército pontifício, onde muitos eram jovens franceses,
que vai sair para defender Roma do assalto revolucionário. Na Praça de São Pedro
— “Na semana passada, Nosso Senhor me prometeu uma coisa consoladora para a França: que a prova não seria tão ruim como Ele tinha dito, por causa da caridade que a França praticou em favor do Santo Padre [Pio IX].
“Foi a Ele próprio que foi feita, e é por causa disso que Ele poupará os golpes sobre a França. Isso acontecerá, mas não será tão ruim, e só visará purificar a França”. (Pe. Estrate, op. cit., p. 299)
A degradação dos costumes, a invasão do igualitarismo, a expansão do desejo desordenado do gozo da vida que marcavam o período da Belle Époque, a alegria de uma vida irresponsável estavam fazendo aproximar uma catástrofe que os franceses não queriam ver.
Em 1868, a piedosa carmelita anunciava a guerra franco-prusiana que viria em 1870, cobrindo de luto e vergonha a França e dando azo à explosão comunista da Comuna de Paris:
Durante um longo êxtase em que ela falou do nada da vida, da cegueira dos pecadores, da perda das almas e dos males da Igreja, disse chorando:
— “Senhor, tende piedade de nós! Santa Virgem, afastai as desgraças que nos ameaçam. Rezai pela Igreja. A guerra chegará logo, como eu vou rezar pela Igreja!“ (Pe. Estrate, op. cit., p. 81)
Em 6 de julho de 1870, Nosso Senhor lhe mostrou a trama das forças secretas que querem aniquilar Roma enquanto cabeça da Cristandade e destruir a Igreja.
Paris em chamas. O movimento comunista dito "Commune"
mandou incendiar os principais monumentos igrejas e palácios
— “Eu estava sozinha num jardim, subitamente ouvi uma voz que me dizia: Reza, reza e faz rezar.
“Eu vi imediatamente soldados que saiam como de um jardim fechado; eram muitos e passavam diante meu. Eu vi outros soldados sair de um outro jardim, eles vinham combater contra os primeiros.
”A mesma voz me disse pela segunda vez: ‘Reza e faz rezar’.
“No mesmo instante, eu vi Roma diante de mim, e vi os inimigos de Roma que diziam: enquanto os outros combatem, matemos Roma, afoguemo-la, joguemos água fervendo sobre ela, matemos pequenos e grandes.
“Eu vi ao mesmo tempo uma lâmpada no céu: saíam dessa lâmpada dois raios que formavam como que escadas. Um desses raios descia sobre a Itália e o outro sobre a França.
Também em La Salette, Nossa Senhora alertou
contra os procedimentos falsos do imperador Napoleão III
“E eu vi um homem que parecia ser o próprio Deus, ele tinha duas crianças como ele, uma à sua direita, a outra à sua esquerda. Uma dessas crianças era negra e trabalhava para fazer um grande buraco, a outra preparava um prato branco sobre a terra.
“O homem disse aos inimigos da Igreja que bradavam ‘joguemos água fervendo sobre Roma’:
— “Essa água fervendo será para vós eternamente. Eu declaro que nenhum desses homens que combatem por meu nome haverá de sofrer o menor julgamento, ainda que eles tenham cometido todos os pecados. A esses homens que terão dado sua vida combatendo, eu darei a paz e a vida eterna.
“Ao mesmo tempo, Ele se voltou para a França e disse ao imperador: ‘Se vós seguirdes a luz, eu estarei convosco. Eu vos prometo quatro vitórias, se combaterdes pela minha glória, para que todo o mundo saiba que vós combateis em Meu nome; Eu estou em vós e vós estais em Mim. Eu vos prometo em seguida uma boa morte e uma eternidade bem-aventurada” (Pe. Estrate, op. cit., p. 199-200).
Dessa maneira Nosso Senhor prometia então a Napoleão III um prêmio nesta terra e depois na eternidade, ligado à presença das tropas francesas defendendo Roma.
Porém, Napoleão III optou pelo rumo diametralmente oposto. E a promessa de salvação se transformou em garantia de perdição, segundo interpreta o biógrafo Pe. Estrate.
Com efeito, no dia 5 de agosto, após a anterior visão, a Beata contou:
— “Eu sentia uma grande tristeza e angústia. Parecia-me que Roma ia perecer e a França também. Eu senti um gládio atravessar meu coração, e ele ali ficou.
“O sofrimento impediu-me de dormir a noite toda. Pela manhã, eu estava tão contristada e acabrunhada quanto na véspera. Passei o dia na angústia, na tristeza, no sofrimento.
“Pela tarde eu vi o imperador diante de mim. Ele parecia todo negro, triste, quase furioso: uma grande nuvem negra tinha descido sobre ele.
“Eu vi a Santíssima Virgem que veio com sua mão afastar essa nuvem e isso me consolou um pouco. Mas eu compreendi que a nuvem ia por cima de Roma.
“No dia seguinte, na Missa, durante a elevação, eu vi um velho crucificado, e a seus pés o imperador triste e humilhado, e eu vi o sangue do ancião crucificado cair sobre ele.
“Eu não sei se a luz que eu tinha visto diante do imperador e de cuja fidelidade dependem as quatro vitórias consistia em não retirar as tropas de Roma.
“Mas, depois do que ele fez [retirar as tropas francesas que protegiam Roma], eu o vi durante três dias consecutivos triste e humilhado aos pés do ancião crucificado cujo sangue se derramava com abundância sobre ele, sobre sua família e sobre aqueles que o rodeavam”.
Segundo o Pe. Estrate, ela via o sangue do ancião do Vaticano cair como vingança sobre o Imperador e os seus. “A morte tão trágica do príncipe imperial dez anos depois ainda está presente diante todos os espíritos e confirma de modo terrível a verdade desta profecia”, acrescenta (Pe. Estrate, op. cit., p. 200-201).
Beata Maria: visões da santa palestina sobre o mundo (5)
A santa palestina recebeu numerosas comunicações a respeito da Franca. Em La Salette, também Nossa Senhora focaliza especialmente o futuro da “filha primogênita da Igreja”
Quando a Beata Maria e suas irmãs de religião viajavam para a fundação na Índia, as carmelitas fizeram etapa em Marselha, quando aproveitaram para ir rezar no santuário de Notre-Dame-de-la-Garde.
Ali a Beata teve uma visão cuja linha central concorda com o porvir da França segundo La Salette, em função da cólera punitiva de Nosso Senhor e da intercessão misericordiosa de Nossa Senhora segurando o braço justiceiro de seu Divino Filho. E, por fim o triunfo desse país tão amado por Deus:
“Eu rezei muito pela França. Durante minha oração, eu vi um homem diante de mim: esse homem tinha em sua mão uma nuvem muito negra e muito densa.
“Eu vi uma Virgem que rezava muito para que essa nuvem caísse num outro local que não fosse a França. O homem tinha na outra mão uma nuvem branca, mas ele queria jogar a nuvem negra antes da branca, e ele disse:‘Após ter passado por terríveis provações, a França triunfará e será a rainha dos Reinos’” (Pe. Estrate, op. cit., p. 206)
Poliptico do Apocalipse, detalhe. Jacobello Alberegno (... – 1397)
Na primeira semana da Quaresma de 1876, a santa carmelita teve uma visão análoga que, além de concordar com La Salette, insiste no pedido de penitência feito pela Mãe de Deus em Lourdes e Fátima:
“Nosso Senhor tinha em suas mãos um monte de fogo; Ele olhava para a França com uma espécie de compaixão e amor; o fogo escorria e caía entre seus dedos, estava prestes a cair por inteiro, mas o Senhor dizia e repetia: “Pede perdão, pede perdão!”
—“Pobre França, acrescentava ela, pobre França, se ela soubesse, se ela compreendesse, e sobretudo, se ela quisesse! Deus a ama tanto!“ (Pe. Estrate, op. cit., p. 291)
Durante a oitava de Nossa Senhora do Monte Carmelo desse mesmo ano, Sóror Maria interrogava Nosso Senhor sobre a França, indagando o porquê de Ele não dar a vitória aos bons enquanto os ruins agiam em liberdade.
O Senhor lhe respondeu que era Ele próprio que tinha disposto assim as coisas. E ela acrescentou:
—“Eis a comparação que Ele me apresentou: ‘vês esse belo jardim, há toda espécie de frutos e de flores, mas vêm os insetos e toda espécie de animais. Eles picam as flores e a doença toma conta das árvores. É porque Ele encomendou a seus anjos arrancar todas essas árvores” (Pe. Estrate, op. cit., p. 291-292).
Entrementes, Jesus Cristo lhes fez notar que os castigos que iriam cair sobre a França haviam sido atenuados pela justiça divina em atenção aos sacrifícios praticados pelos bons franceses.
No mês de agosto de 1875, Sóror Maria mencionou a corajosa luta dos jovens católicos franceses que combateram dando suas vidas no exército pontifício para evitar que os revolucionários invadissem Roma:
— “Na semana passada, Nosso Senhor me prometeu uma coisa consoladora para a França: que a prova não seria tão ruim como Ele tinha dito, por causa da caridade que a França praticou em favor do Santo Padre [Pio IX].
Pio IX abençoa o exército pontifício, onde muitos eram jovens franceses,
que vai sair para defender Roma do assalto revolucionário. Na Praça de São Pedro
“Foi a Ele próprio que foi feita, e é por causa disso que Ele poupará os golpes sobre a França. Isso acontecerá, mas não será tão ruim, e só visará purificar a França”. (Pe. Estrate, op. cit., p. 299)
A degradação dos costumes, a invasão do igualitarismo, a expansão do desejo desordenado do gozo da vida que marcavam o período da Belle Époque, a alegria de uma vida irresponsável estavam fazendo aproximar uma catástrofe que os franceses não queriam ver.
Em 1868, a piedosa carmelita anunciava a guerra franco-prusiana que viria em 1870, cobrindo de luto e vergonha a França e dando azo à explosão comunista da Comuna de Paris:
Durante um longo êxtase em que ela falou do nada da vida, da cegueira dos pecadores, da perda das almas e dos males da Igreja, disse chorando:
— “Senhor, tende piedade de nós! Santa Virgem, afastai as desgraças que nos ameaçam. Rezai pela Igreja. A guerra chegará logo, como eu vou rezar pela Igreja!“ (Pe. Estrate, op. cit., p. 81)
Em 6 de julho de 1870, Nosso Senhor lhe mostrou a trama das forças secretas que querem aniquilar Roma enquanto cabeça da Cristandade e destruir a Igreja.
— “Eu estava sozinha num jardim, subitamente ouvi uma voz que me dizia: Reza, reza e faz rezar.
Paris em chamas. O movimento comunista dito "Commune"
mandou incendiar os principais monumentos igrejas e palácios
“Eu vi imediatamente soldados que saiam como de um jardim fechado; eram muitos e passavam diante meu. Eu vi outros soldados sair de um outro jardim, eles vinham combater contra os primeiros.
”A mesma voz me disse pela segunda vez: ‘Reza e faz rezar’.
“No mesmo instante, eu vi Roma diante de mim, e vi os inimigos de Roma que diziam: enquanto os outros combatem, matemos Roma, afoguemo-la, joguemos água fervendo sobre ela, matemos pequenos e grandes.
“Eu vi ao mesmo tempo uma lâmpada no céu: saíam dessa lâmpada dois raios que formavam como que escadas. Um desses raios descia sobre a Itália e o outro sobre a França.“E eu vi um homem que parecia ser o próprio Deus, ele tinha duas crianças como ele, uma à sua direita, a outra à sua esquerda. Uma dessas crianças era negra e trabalhava para fazer um grande buraco, a outra preparava um prato branco sobre a terra.
Também em La Salette, Nossa Senhora alertou
contra os procedimentos falsos do imperador Napoleão III
“O homem disse aos inimigos da Igreja que bradavam ‘joguemos água fervendo sobre Roma’:
— “Essa água fervendo será para vós eternamente. Eu declaro que nenhum desses homens que combatem por meu nome haverá de sofrer o menor julgamento, ainda que eles tenham cometido todos os pecados. A esses homens que terão dado sua vida combatendo, eu darei a paz e a vida eterna.
“Ao mesmo tempo, Ele se voltou para a França e disse ao imperador: ‘Se vós seguirdes a luz, eu estarei convosco. Eu vos prometo quatro vitórias, se combaterdes pela minha glória, para que todo o mundo saiba que vós combateis em Meu nome; Eu estou em vós e vós estais em Mim. Eu vos prometo em seguida uma boa morte e uma eternidade bem-aventurada” (Pe. Estrate, op. cit., p. 199-200).
Dessa maneira Nosso Senhor prometia então a Napoleão III um prêmio nesta terra e depois na eternidade, ligado à presença das tropas francesas defendendo Roma.
Porém, Napoleão III optou pelo rumo diametralmente oposto. E a promessa de salvação se transformou em garantia de perdição, segundo interpreta o biógrafo Pe. Estrate.
Com efeito, no dia 5 de agosto, após a anterior visão, a Beata contou:
— “Eu sentia uma grande tristeza e angústia. Parecia-me que Roma ia perecer e a França também. Eu senti um gládio atravessar meu coração, e ele ali ficou.
“O sofrimento impediu-me de dormir a noite toda. Pela manhã, eu estava tão contristada e acabrunhada quanto na véspera. Passei o dia na angústia, na tristeza, no sofrimento.
“Pela tarde eu vi o imperador diante de mim. Ele parecia todo negro, triste, quase furioso: uma grande nuvem negra tinha descido sobre ele.
“Eu vi a Santíssima Virgem que veio com sua mão afastar essa nuvem e isso me consolou um pouco. Mas eu compreendi que a nuvem ia por cima de Roma.
“No dia seguinte, na Missa, durante a elevação, eu vi um velho crucificado, e a seus pés o imperador triste e humilhado, e eu vi o sangue do ancião crucificado cair sobre ele.
“Eu não sei se a luz que eu tinha visto diante do imperador e de cuja fidelidade dependem as quatro vitórias consistia em não retirar as tropas de Roma.
“Mas, depois do que ele fez [retirar as tropas francesas que protegiam Roma], eu o vi durante três dias consecutivos triste e humilhado aos pés do ancião crucificado cujo sangue se derramava com abundância sobre ele, sobre sua família e sobre aqueles que o rodeavam”.
Segundo o Pe. Estrate, ela via o sangue do ancião do Vaticano cair como vingança sobre o Imperador e os seus. “A morte tão trágica do príncipe imperial dez anos depois ainda está presente diante todos os espíritos e confirma de modo terrível a verdade desta profecia”, acrescenta (Pe. Estrate, op. cit., p. 200-201).
Da mesma maneira que Nossa Senhora em La Salette, quando anunciou castigos não só para a França e para a Itália, mas para o mundo todo, também Deus falou no mesmo sentido à Beata Maria de Jesus Crucificado, “a santa palestina”:
— “Pequenos cordeiros, não tenhais medo de Deus. Ele vai ferir a Terra, haverá terremotos. Não temais nada, recorrei exclusivamente a Deus, permanecei n’Ele, depositai n’Ele vossa confiança e não temais.
“Sua misericórdia é imensa. Ele quereria espalhá-la sobre todos os homens, mas a justiça bloqueia a misericórdia. Os homens têm medo de Jesus, eles O olham como a um carrasco e, entretanto, seus olhos estão tão cheios de paternalidade!... Ele é mais branco que a neve! Ele está louco pelo homem!... Ele ama os pequenos, os débeis, Ele não ama os grandes... (...)
“Quando Jesus olha seus eleitos, seu olhar faz derreter o coração... Oh! esse olhar!... Não, a terra não viu Jesus!... A terra esta coberta de crimes!... O Senhor quereria ferir e seu coração não pode!...” (Pe. Estrate, op. cit., p. 378).
O Pe. Estrate conta que um dia Nosso Senhor mostrou à Beata que sua cólera prestes a explodir. E a jovem religiosa exclamou:
— “Senhor, poupai os homens. Jogai-me no fogo, mas não deixeis cair o raio de vossas mãos. Os homens mal compreendem o que fazem, eles são cegos”.
E acrescentava:— “A palavra de Deus faz tremer o céu e a terra. Jesus diz: ‘Não sou eu que escolho o inferno para vós, vós mesmos fazeis essa escolha. Não há uma alma que se perca sem que Eu lhe tenha falado mil vezes ao coração. Eu vim para a Terra, Eu me revesti de vossa natureza, Eu me fiz criancinha, obediente, pobre, humilhada. Eu sofri tudo por vós. Não sou Eu que vós perde, sois vós mesmos que vos perdeis’”.
Nosso Senhor lhe fazia sentir que os homens se perdem por vontade própria.
No quadro: cena da Revolução Francesa que preparou a Revolução Comunista.
E ela repetia:
— “Senhor, salvai o mundo, deixai de amar só a mim; jogai-me no fogo para salvar os homens”, e ela chorava e soluçava (op. cit., p. 61-62)
Numa carta ao Pe. Lazare, carmelita, que foi seu confessor em Mangalore, escrita no Carmelo do Sagrado Coração de Pau em 7 de janeiro de 1873, ela avisou:
— “Pois bem, meu padre, agora a fé está debilitada, a religião e até as comunidades mais santas estão debilitadas; a fé está debilitada, tenhamos nós a fé de nossos pais, que se debilita por toda parte.” (op. cit., p. 370)
— ”Agora o inimigo reina sobre seu trono. Ele tem um poder muito grande” (op. cit., p. 376).
— “As sociedades secretas têm seus fundamentos no inferno, seus associados têm seus pés no inferno, da mesma maneira que os justos têm seus fundamentos e seus pés no Céu.
“Por que o Senhor está irritado contra a Terra? Por que castigar a Terra? Por que castigar os reinos? Porque cada um deles não se contenta com Seu reinado, eles vão à procura de outros...” (op. cit., p. 382)
Entretanto, ela via que depois dos castigos que viriam, Deus abriria espaço para sua misericórdia. Então aconteceria uma restauração da humanidade e da Igreja.
Em carta a Mons. Lacroix, bispo de Bayonne, escrita no Carmelo de Mangalore em setembro de 1871, a Beata Maria fala a propósito da adesão do bispo ao dogma da infalibilidade pontifícia:
“Monsenhor, (...) Como sois feliz por ter compreendido a verdade! Sim, a infalibilidade enfureceu todo o inferno! Satanás estrebucha. Eu vos digo, caro e bem-amado pai, eu rezo muito, mas muito pelo triunfo da Santa Igreja e pela França.continua no próximo post: Beata Maria, a santa palestina: visões sobre a Igreja e o clero
“Não acrediteis que o momento da misericórdia de Deus esteja muito longe... Toda a Terra ficará espantada com o poder de Deus três vezes Santo...” (Pe. Estrate, op. cit., p. 368).