14 de março
O PODER DE SÃO JOSÉ
É a opinião de Santo Tomás de Aquino que São José nos pode ver e valer em todos os negócios e necessidades .
"Invocamos os santos, diz São Francisco de Sales, para algumas necessidades particulares, como se as graças e os dons dos milagres fossem divididos por cada um, em proporções limitadas. São José, porém, tem o remédio para todas as necessidades do corpo e da alma no crédito que possui junto de Nosso Senhor".
Santa Teresa d'Ávila e Santo Afonso dizem o mesmo. Aos outros santos recorremos em uma ou outra de nossas necessidades. O poder de São José, porém, se estende a todas, não tem limites.
É fácil compreendê-lo: A intercessão de São José junto de Deus e de Maria é a de um Pai e Esposo sempre obedecido. Com que segurança e com que autoridade não pede Ele pelos seus devotos!
São Bernardino de Sena assim fala: "Não podemos duvidar que Jesus Cristo conserva sempre no céu para com São José a ternura e respeito que lhe testemunhou outrora na terra, isto é, ternura e respeito de Filho. Bem longe de ser diminuída, esta piedade filial vai crescendo sempre".
"Notem-se, acrescenta Santo Afonso, as palavras ternura e respeito; elas significam que este Soberano Senhor que se dignou venerar a São José cá no mundo como a seu Pai, não lhe nega coisa alguma daquilo que ele lhe pede". A experiência faz dizer a Santa Teresa d'Ávila: "Conheço por longa experiência o poder que São José goza junto de Deus; quisera persuadir a todo o mundo a honrá-lo com uma devoção particular. Notei sempre pessoas que progrediam na virtude, porque lhe tinham verdadeira devoção. Contento-me com pedir, por amor de Deus, àqueles que não quiserem acreditar em mim, que façam disto experiência".
São José possui uma caridade capaz de amar a Deus com um amor paternal e abraçar, com o mesmo paternal amor, a Igreja e cada um de nós, e isto com a irresistível influência que tão grande amor lhe dá.
EXEMPLO
Salvo e convertido por São José
Em Colônia, Alemanha, uma esposa, verdadeiramente cristã e devota de São José, tinha profunda mágoa ao ver a indiferença religiosa e, às vezes, a impiedade do marido. Era ele homem que na infância havia recebido uma educação cristã de mãe piedosa, e depois os amigos ímpios e as lutas e negócios o afastaram completamente da Igreja e de todas as práticas da religião. Quando quis se casar, fingiu algum sentimento religioso e conseguiu desposar uma prendada jovem, que se distinguia por sua angelical piedade. Pouco dias após o matrimônio, tirou a máscara e revelou-se o ímpio que era. Ridicularizava as orações da esposa, impedia-a muita vez de frequentar os sacramentos e zombava das coisas e pessoas sagradas. No dia 1 de março, aniversário natalício da esposa, trouxe-lhe um rico presente. Ao agradecer, disse ela com receio e voz trêmula:
- Meu querido, eu seria muito mais feliz com outro presente...
- Que presente?!...
- A tua alma... a tua pobre alma... e desatou a chorar.
Em vão procura o esposo consolá-la.
- Pois bem, diz ele, pede-me o que quiseres; eu prometo fazer tudo, para que não chores mais neste dia tão belo.
- Então vem comigo, hoje, até à matriz e assistiremos juntos ao sermão e à bênção do Santíssimo na novena de São José.
- Pois, se é apenas isso, vamos! Enxuga essas lágrimas.
A igreja estava repleta. O padre falou sobre São José. Não era bom orador, mas sabia doutrinar. Pediu aos ouvintes que invocassem a São José com toda confiança, sobretudo nos perigos.
Ao saírem da matriz, diz a esposa: "Meu querido, eu te peço uma coisa e me hás de prometer cumpri-la. Nada mais fácil. Bem sei que não crês, mas em todos os perigos em que te achares reza esta jaculatória: São José, rogai a Deus por mim! Só isto... prometes-me?" "Nada mais fácil. Pois não. A promessa há ser fielmente cumprida".
Passaram-se meses. Numa tarde viajava o moço, quando um horroroso desastre no trem lhe faz lembrar a promessa feita. Um choque tremendo e a locomotiva se precipita violentamente contra uma montanha de pedra. O sinal de alarme soou e o moço lembrou-se do prometido. Gritou logo: "São José, rogai a Jesus por mim! Valei-me, São José!"
Não se sabe como ele saiu ileso, sem um ferimento, em face de um montão de ruínas e de cadáveres. Jaziam por terra os vagões em pedaços, e sete amigos, seus companheiros de viajem, estavam mortos e completamente mutilados. Não pôde conter as lágrimas e, profundamente reconhecido, agradeceu a São José tamanho favor. Voltou à casa transformado. Converteu-se, tornou-se um católico modelar e fervoroso. E cada ano, no mês de março, preparava em casa um altar e o adornava de flores, e diante da imagem do santo querido ardiam sempre velas e se faziam fervorosas preces.
"São José, dizia ele, me salvou e me converteu! Salvou minha vida e converteu minha pobre alma!"