
MISSA DA PEREGRINAÇÃO INTERNACIONAL
HOMILIA
Hoje,  comemoramos a gloriosa Mãe de Deus, em sua última aparição as meninas  Jacinta e Lucia e ao menino Francisco que se tornaram mensageiros de  conversão e paz para o mundo.
Por  Maria veio ao mundo o Salvador do Mundo. A veneração à Mãe do Senhor  atravessa a tradição bimilenar da Igreja. No curso do tempo as Igrejas  do Oriente e do Ocidente reservaram, com acentos peculiares, expressões  de louvor e de suplica. O culto mariano compreende antes de tudo a  oração litúrgica e também formas de piedade e devoção. Assim, com os  videntes aprendemos de Senhora de Fátima o rosário e orações que nos  ajudam a rezar e conhecer o que Senhor deseja de nós neste tempo que  vivemos pleno de interrogações e tentações no seguimento de Nosso Senhor  Jesus Cristo.
A  presença da Virgem Mãe de Cristo figura nos escritos dos primeiros  cristãos, como nas venerandas formulas de fé. Ela é recordada em antigos  textos concernentes ao batismo e à eucaristia. Outros indícios são o  grafito da saudação do Anjo Gabriel a Maria encontrados nas escavações  de Nazaré (II-III sec.), as figuras encontradas nas catacumbas romanas, a  oração do Sub tuum  praesidium (III século).  Para os Padres da Igreja  dos primeiros séculos é indispensável referir-se à Maria para  compreender a pessoa de Cristo: Aquele que se fez carne criou para si o  prodígio de uma Virgem Mãe.  Não faltou nunca na Igreja a pregação da  encarnação de Cristo no seio da Virgem, e ao mesmo tempo também a sua  memória litúrgica, tornada explícita desde o século IV, na festividade  do Natal, primeira festa também da Mãe de Deus. Ao reconhecimento de tal  dignidade de Mãe de Deus no Concílio de Éfeso em 431, seguiu-se no  Oriente e no Ocidente, um florescimento cultual para com Maria. A sua  memória se estendeu aos dias anteriores e seguintes ao Natal,  amadurecendo em muitas Igrejas uma festa em honra da Virgem Mãe. Desde o  séc. IV pode-se seguir o surgimento de importantes festividades  marianas. O primeiro centro de irradiação foi Jerusalém, onde à luz dos  apócrifos, se faz memória da vida de Maria: a dormição, a Natividade, o  ingresso no Templo e a Concepção de Sant’Ana. O segundo centro de  irradiação foi Constantinopla com seus santuários marianos de grande  influencia em todo o Império Bizantino: além da festa da Mãe de Deus no  dia 26 de dezembro organizaram-se e irradiaram-se as festas do Encontro  (2 de fevereiro), da Anunciação (25 de marco), a Dormição (15 de agosto)  e da Natividade de Maria (8 de setembro). Aí surgiram também as festas  de relíquias insignes: a veste e o cinto de Maria.
Assim  podemos compreender as festas de Maria em cada país, algumas vezes sob  vários títulos. Aqui a visita de Maria à Cova da Iria tornou-se memória  cheia de confiança na sua intercessão para aqueles que recorrem a sua  proteção. E o fazemos com profunda fé e esperança.
Maria,  Mãe de Jesus Cristo e de seus discípulos, tem estado muito perto de  nós, tem nós acolhido, tem cuidado de nós, sob sua maternal proteção.  Temos pedido a ela, como mãe, perfeita discípula e catequista da  evangelização, que nos ensine a ser filhos em seu Filho e a fazer o que  Ele nos disser (Cf Jo 2,5).
A  virgem Maria é a imagem esplêndida da conformidade do projeto da  Santíssima Trindade que se cumpre em Cristo. Desde a sua Concepção  Imaculada até sua Assunção, recorda-nos que a beleza do ser humano está  toda no vinculo do amor com a Trindade, e que a plenitude de nossa  liberdade está na resposta positiva que lhe damos.
Nos  diferentes momentos da luta cotidiana, muitos recorrem a algum pequeno  sinal do amor de Deus: um crucifixo, um rosário, uma vela que se acende  um filho em sua enfermidade, um Pai Nosso recitado entre lagrimas, um  olhar entranhável a uma imagem querida de Maria, um sorriso dirigido ao  Céu em meio a uma alegria singela. Também encontram a ternura e o amor  de Deus no rosto de Maria. Conhecendo sempre melhor Maria, tornamo-nos  mais semelhantes ao Filho de Deus que se fez homem no seu seio.
A  Virgem de Nazaré teve uma missão única na historia da salvação,  concebendo, educando e acompanhando seu Filho até seu sacrifício  definitivo. Do alto da cruz, Jesus Cristo confiou a seus discípulos,  representados por João, o dom da maternidade de Maria, que brota  diretamente da hora pascal da sua morte. “E desse momento em diante, o  discípulo a recebeu em sua casa” (Jo 19, 27). Perseverando junto aos  apóstolos a espera do Espírito Santo (cf. Atos 1,13-14), ela cooperou  com o nascimento da Igreja missionária, imprimindo-lhe um selo mariano  que a identifica profundamente.
Maria  é a grande missionária, continuadora da missão de seu Filho e formadora  de missionários. Fala-nos o Papa Bento XVI: ”Maria Santíssima, a Virgem  pura e sem mancha, é para nós escola de fé destinada a nos conduzir e a  nos fortalecer no caminho que conduz ao encontro com o criador do céu e  da terra. Permaneçam na escola de Maria. Inspirem-se em seus  ensinamentos. Procurem acolher e guardar dentro do coração as luzes que  ela, por mandato divino, envia a nós a partir do alto”.
Ela,  que “conservava todas estas recordações e as meditava em seu coração”  (Lc 2,19; cf. 2,51), ensina-nos o primado da escuta da Palavra de Deus  na vida do discípulo e missionário. Essa familiaridade com o mistério de  Jesus é facilitada pela reza do Rosário, onde “o povo cristão aprende  de Maria contemplar a beleza do rosto de Cristo e experimentar a  profundidade de seu amor. Mediante o Rosário, o cristão obtém abundantes  graças, como recebendo-as das próprias mãos da Mãe do Redentor”.
A  dimensão formativa que funda o ser cristão na experiência de Deus  manifestado em Jesus é que o conduz pelo Espírito através dos caminhos  de profundo amadurecimento. Por meio dos diversos carismas, a pessoa se  fundamenta no caminho da vida e do serviço proposto por Cristo, com  estilo pessoal. Assim como a Virgem Maria, essa dimensão permite ao  cristão aderir de coração e pela fé nos caminhos alegres, luminosos,  dolorosos e gloriosos de seu Mestre e Senhor.
Ajude-nos  a companhia sempre próxima , cheia de compreensão e ternura, de Maria  Santíssima. Que nos mostre o Fruto bendito de seu ventre e nos ensine a  responder como fez ela no Mistério da Anunciação e Encarnação. Que nos  ensine a sair de nós mesmos no caminho do sacrifício, de amor e serviço,  como fez na visita a sua prima Isabel, para que, peregrinos a caminho,  cantemos as maravilhas que Deus tem feito em nós, conforme a sua  promessa.
Guiados por Maria, fixamos os olhos em Jesus Cristo, autor e consumador da fé, e dizemos a Ele com o Sucessor de Pedro:
“Fica conosco, Senhor, pois cai a tarde e o dia já declina” (Lc 24,29).
“Fica conosco, Senhor, acompanha-nos, ainda que nem sempre tenhamos sabido reconhecer-te.
Fica  conosco, porque ao redor de nós as sombras vão-se tornando mais densas,  e tu és a Luz; em nossos corações se insinua a desesperança, e tu os  fazes arder com a certeza da Páscoa. Estamos cansados do caminho, mas tu  nos conforta na fração do pão para anunciar a nossos irmãos que na  verdade tu ressuscitaste e que nos deste a missão de ser testemunhas de  tua ressurreição.
Fica  conosco, Senhor, à nossa fé católica surgem as névoas da duvida, do  cansaço ou da dificuldade: tu és a própria Verdade como revelador do  Pai, ilumina nossas mentes com tua Palavra; ajuda-nos a sentir a beleza  de crer em ti.
Fica  em nossas famílias, ilumina-as em suas dúvidas, sustenta-as em suas  dificuldades, consola-as em seus sofrimentos e no cansaço de cada dia,  quando ao redor delas se acumulam sombras que ameaçam sua unidade e sua  natureza. Tu que és a Vida, fica em nossos lares, para que continuem  sendo ninhos onde nasça a vida humana abundante e generosamente, onde se  acolha, se ame, se respeite a vida desde a sua concepção ate seu  término natural.
Fica,  Senhor, com aqueles que em nossas sociedades são os mais vulneráveis;  fica com os pobres e humildes, com os indígenas e afro-americanos, que  nem sempre encontram espaços e apoio para expressar a riqueza de sua  cultura e a sabedoria de sua identidade.
Fica,  Senhor, com nossas crianças e com nossos jovens, que são a esperança e a  riqueza de nossos continentes, protege-os de tantas armadilhas que  atentam contra sua inocência e contra suas legítimas esperanças.
O Bom Pastor, fica com nossos anciãos e com nossos enfermos!”
Fortalece a todos em sua fé para que sejam teus discípulos e missionários!
Fazei,  ó Maria, Mãe da Igreja, que o vosso clamor de Fátima pela conversão dos  pecadores, seja realidade, e transforme a vida da nossa sociedade!
Dom Geraldo Majella AgneloCardeal Arcebispo de São Salvador da Bahia
FONTE:http://www.santuario-fatima.pt

inundado por um mistério de luz que é Deus   e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora!  - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu!