ROMA, segunda-feira, 11 de outubro de 2010 (ZENIT.org) - O canto gregoriano é a chave para a renovação da música sacra.
Esta é a conclusão da conferência que o Pe. Uwe Michael Lang, consultor da Secretaria de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice, pronunciou na semana passada na Academia Urbana das Belas Artes, em Roma.
Na primeira sessão do ano acadêmico 2010-2011 do seminário superior "As razões da arte", o Padre Lang explicou que "a carta encíclica Annus qui de 1749 é o pronunciamento papal mais importante sobre a música sacra, antes do motu proprio Tra le sollecitudini de São Pio X em 1903".
"Nela - explica -, o Papa Bento XVI propõe critérios importantes da música sacra, que são válidos para além dos limites de seu contexto histórico e também em nosso tempo."
"A encíclica - destacou o Pe. Lang - apresenta o canto simples como normativa para a liturgia romana, enquanto aprova a polifonia não acompanhada e permite também a música orquestral, ainda que com certas condições, no culto divino."
"Esta foi a postura secular da Igreja Católica e se reflete na Constituição sobre a sagrada liturgia do Concílio Vaticano II, que exalta o canto gregoriano como a música ‘própria' da liturgia romana."
"A preeminência do canto - recordou - foi confirmada por Bento XVI em sua exortação apostólica pós-sinodal Sacramentum Caritatis, de 2007."
"O valor do canto gregoriano é sua íntima relação com o texto litúrgico, o qual dá forma à música", indicou.
"Annus qui pede explicitamente a integridade e a inteligibilidade dos textos que são cantados na Missa e no ofício divino - disse. Essa preocupação já foi debatida em Trento, mas não foi incluída nos documentos oficiais do concílio."
E concluiu: "Ainda que a música sacra não possa se limitar exclusivamente ao canto gregoriano, é isso, entretanto, que tem em si as chaves para uma verdadeira renovação da própria música sacra".