Considerações sobre as formas do Rito Romano da Santa Missa

Dom Fernando Arêas Rifan
CONSIDERAÇÕES SOBRE AS FORMAS DO RITO ROMANO DA SANTA MISSA
ADMINISTRAÇÃO APOSTÓLICA PESSOAL
SÃO JOÃO MARIA VIANNEY
Dedico esse trabalho a todos os que,
 “cum Petro et sub Petro”,
amam a Liturgia na sua forma tradicional,
especialmente os sacerdotes e fiéis
da nossa querida Administração Apostólica Pessoal
São João Maria Vianney
(o autor)
SUMÁRIO
Introdução                                                                                                                6
 I Considerações Gerais                                                                                        7
1. A importância da Missa na Igreja                                                               7
2. Os vários ritos da Santa Missa                                                                   8
3. O Rito Romano                                                                                               9
4. A Reforma Litúrgica após o Concílio Vaticano II                              9
5. Duas correntes de interpretação da Missa e do Concílio               10
6. A paz litúrgica desejada por Bento XVI                                               11
II  Considerações sobre a forma atual ordinária do Rito Romano                13
Sua promulgação oficial pela Igreja                                                           13
Essa promulgação foi um ato de poder do primado do Papa           14
A Igreja tem esse poder sobre a Liturgia                                                 14
É matéria que atinge a essência da Igreja Católica                              15
A Sé de Roma é imune de todo erro em matéria de Fé                     15
A Nova Missa não pode, portanto, ser falsa ou heterodoxa           16
A adoção pelo Episcopado mundial                                                          17
Ensino unânime dos teólogos e liturgistas católicos tradicionais   17
É uma conclusão teológica que se impõe                                                19
As fontes da Revelação e o Magistério não podem ser separados      19
O critério de verdade e ortodoxia para o católico:
o Magistério da Igreja                                                                                    20
O Magistério da Igreja é vivo e perpétuo                                               22
A assistência divina à Igreja é constante e infalível                            23
Limites à resistência e às críticas                                                               23
A hermenêutica da continuidade do novo Missal                               24
Sobre a perpetuidade da Bula Quo Primum tempore de São Pio V      25
Sobre os freqüentes abusos litúrgicos                                                     26
Resolvendo dificuldades: a) A explicação ortodoxa do novo Ofertório  27
Resolvendo dificuldades: b) Sobre os diversos modos de comungar       29
Resolvendo dificuldades: c) A questão do “Mistério Pascal”          30
Conservação da Missa na forma antiga
por verdadeiros motivos e não por falsas razões                                  31
Posição católica equilibrada na presente crise                                       32
Perigo do cisma na posição extremista                                                     32
Mas no passado houve afirmações nesse sentido!                                34
A posição clara da nossa Administração Apostólica                             34
Nosso combate contra o modernismo continua                                     36
III Considerações sobre a forma antiga, extraordinária, do Rito Romano        38
1. Por que então conservar a Missa na forma antiga?                           38
2. A Missa na forma antiga é lícita, aprovada e nunca ab-rogada     39
3. Incompreensível e equivocada proibição da Missa na forma antiga         40
4. A adesão à Missa de São Pio V é legítima e digna de respeito       41
5. Permissão geral oficial do Papa para a Missa de São Pio V            41
6. Apelo do Papa à generosidade dos Bispos                                             42
7. A Missa de São Pio V tem direito de cidadania na Igreja                  43
8. A Missa de São Pio V é desejada por diversas classes de pessoas…           44
9. Nem será causa de divisões. É um só rito sob duas formas legítimas        46
10. Crise na Igreja, crise litúrgica                                                                        47
11. A Missa de São Pio V é um refúgio contra os abusos
que deformam e arruínam a nova Liturgia                                                     48
12. Causas dos abusos litúrgicos: a) “criatividade”                                      49
13. Causas dos abusos litúrgicos: b) Manipulação e banalização           50
14. Causas dos abusos litúrgicos: c) inculturação e secularismo             51
15. Causas dos abusos litúrgicos: d) o celebrante “protagonista”           52
16. O rito na forma antiga enriquece toda a Igreja e
beneficia até o novo rito                                                                                           52
17. Riquezas da Missa no rito de São Pio V: a) sacralidade                         54
18. Riquezas da Missa no rito de São Pio V: b) o sentido do mistério    54
19. Riquezas da Missa no rito de São Pio V: c) reverência e humildade       55
20. Riquezas da Missa no rito de São Pio V: d) beleza e profundidade        55
21. Riquezas da Missa no rito de São Pio V: e) o silêncio                             56
22. A antiga liturgia, fonte de vocações sacerdotais e religiosas,
de famílias cristãs e de vida católica                                                                      56
23. O Rito de São Pio V se insere nos séculos de Fé da Igreja                    57
A Missa de São Pio V é fruto de um desenvolvimento orgânico,
não fabricada artificialmente                                                                                   58
A Missa de São Pio V feita para preservar a Fé e a sã doutrina                  59
Implicações doutrinais teológicas e eclesiológicas                                         61
O Ofertório da Missa na forma antiga                                                                 62
A comunhão na boca                                                                                                   62
A celebração “versus Orientem” e não “versus populum”                          64
A boa Música Sacra na Liturgia na forma tradicional                                   65
A riqueza e o valor do latim na Liturgia                                                             66
CONCLUSÃO                                                                                                                 68 
BIBLIOGRAFIA                                                                                                            69
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem modestamente como objetivo secundar o desejo do Santo Padre, o Papa Bento XVI, na sua Carta Apostólica Motu Proprio Summorum Pontificum, ou seja, a paz litúrgica, “a reconciliação interna no seio da Igreja” [1], através do mútuo entendimento, compreensão e respeito pelos ritos por ela aprovados.
Embora pareça geralmente que a Reforma Litúrgica, fruto do Concílio Vaticano II, tenha tido uma aceitação pacífica e universal na Igreja, não significa que ela não tenha causado, desde o início, estranheza e polêmica, sem ou com o devido fundamento teológico e litúrgico.
Na relação entre Missa Antiga e Missa Nova, ou seja, entre a forma antiga e a nova forma da Missa no Rito Romano, alguns adotam a hermenêutica da ruptura e da incompatibilidade radical, como o fazem com o Concílio Vaticano II com relação aos Concílios anteriores, considerando-o como um marco zero do começo de uma nova Igreja. Assim, entre os amigos da Missa na forma antiga, alguns, infelizmente, consideram a Missa na forma atual, em si mesma, tal como foi promulgada oficialmente pela Igreja, como sendo não católica e demolidora da Fé, característica de outra e nova Igreja. Do outro lado, em erro oposto, há os que odeiam a Missa na forma antiga, considerando-a como algo que representa a antiga Fé da Igreja, uma monstruosidade insuportável, não levando em conta sua riqueza litúrgica e teológica para toda a Igreja.
O Papa João Paulo II advertia: “A diversidade litúrgica pode ser fonte de enriquecimento, mas pode também provocar tensões, incompreensões recíprocas e até mesmo cismas. Neste campo, é claro que a diversidade não deve prejudicar a unidade. Esta unidade não pode exprimir-se senão na fidelidade à fé comum … e à comunhão hierárquica” ([2]).
É no intuito de esclarecer e acalmar os ânimos, dentro de uma correta visão teológica e litúrgica, que apresentamos este trabalho, evidentemente não exaustivo, de “Considerações sobre as formas do Rito Romano da Santa Missa” considerações minhas e de muitas outras pessoas bem mais capacitadas que recolhi, na linha de fidelidade ao Magistério da Igreja.
A alguns, que estão fora do problema, poderão parecer estranhas e impertinentes tais considerações. “Onde já se viu – perguntarão – ter que provar que a Missa que o Papa celebra é uma missa válida e católica?!” Mas, infelizmente, há quem não pense assim. “Onde já se viu – perguntarão outros – ter que provar que a Missa adotada pela Igreja por vários séculos é uma missa adotável ainda hoje e que obtém a legítima preferência de muitos católicos para seu proveito espiritual?!” Infelizmente, porém, também há quem não pense assim.
Dada a complexidade do assunto, advertimos que o presente ensaio que apresentamos só poderá ser compreendido se for lido na sua integridade, inclusive as notas de rodapé. Qualquer leitura ou citação parcial poderá falsear o nosso pensamento.
Querendo o bem de todos e, sobretudo, da Santa Igreja, esperamos que essas considerações possam contribuir para a unidade e comunhão, bem como para o crescimento espiritual e fervor de todos.
+ Dom Fernando Arêas Rifan

 inundado por um mistério de luz que é Deus   e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora!  - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu!
inundado por um mistério de luz que é Deus   e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora!  - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu!