quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Venerável Pio XII: Porque deriva de Cristo, deve por isso a vida sacerdotal dirigir-se toda e sempre para ele. Cristo é o Verbo de Deus, que não desdenhou assumir a natureza humana; que viveu a sua vida terrena para cumprir a vontade do Pai Eterno; que em torno de si difundiu o perfume do lírio; que viveu na pobreza e "passou fazendo o bem e curando a todos" (At 10,38); que, enfim, se imolou como hóstia pela salvação de seus irmãos. Eis, dilectos filhos, a síntese daquela admirável vida; esforçai-vos por reproduzi-la em vós, recordando a exortação: "Dei-vos o exemplo, para que, como eu vos fiz, assim façais também vós".


 
EXORTAÇÃO APOSTÓLICA DO PAPA PIO XII

MENTI NOSTRAE

AO CLERO DO MUNDO CATÓLICO
SOBRE A SANTIDADE DA VIDA SACERDOTAL

A todo o clero,
em paz e comunhão com a Sé Apostólica
 
I. A SANTIDADE DA VIDA
União íntima com Jesus
13. O primeiro impulso que deve mover o espírito sacerdotal há de ser o de unir-se estreitamente ao divino Redentor, para aceitar docilmente e em toda a sua integridade os divinos ensinamentos, e de aplicá-los diligentemente em todos os momentos de sua existência, de forma que a fé seja constantemente a luz de sua conduta e sua conduta seja o reflexo de sua fé.

Conservar os olhos fixos nele
14. Seguindo a luz dessa virtude, ele terá seu olhar fixado em Cristo e seguirá seus ensinamentos e exemplos, intimamente persuadido de que para si não é suficiente limitar-se a cumprir os deveres a que estão obrigados os simples fiéis, mas de que deve tender com força cada vez maior àquela santidade que a dignidade sacerdotal exige, segundo a advertência da Igreja: "Os clérigos devem levar vida mais santa que os leigos e servir para estes de exemplo na virtude e no modo recto de agir".(7)

Vida cristocêntrica
15. Porque deriva de Cristo, deve por isso a vida sacerdotal dirigir-se toda e sempre para ele. Cristo é o Verbo de Deus, que não desdenhou assumir a natureza humana; que viveu a sua vida terrena para cumprir a vontade do Pai Eterno; que em torno de si difundiu o perfume do lírio; que viveu na pobreza e "passou fazendo o bem e curando a todos" (At 10,38); que, enfim, se imolou como hóstia pela salvação de seus irmãos. Eis, dilectos filhos, a síntese daquela admirável vida; esforçai-vos por reproduzi-la em vós, recordando a exortação: "Dei-vos o exemplo, para que, como eu vos fiz, assim façais também vós" (Jo 13,15).

Prática da humildade
16. O início da perfeição cristã está na humildade: "Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração" (Mt 11,29). Observando a altura a que fomos elevados pelo baptismo e a ordenação sacerdotal, a consciência da nossa miséria espiritual nos deve induzir a meditar na divina sentença de Jesus Cristo: "Sem mim nada podeis fazer" (Jo 15,5).