segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Bento XVI deixa palavras e gestos contra a Mafia na Sicília:Viagem a Palermo marcada pela memória dos que morreram por causa da violência criminosa

 Pope Benedict XVI leaves  the Cahtedral in Palermo after meeting 
with believers and priests on October 3, 2010.  




(4/10/2010) Bento XVI realizou este Domingo, 3 de Outubro, a sua primeira viagem à Sicília, marcada por palavras e gestos simbólicos contra a Mafia.
Num encontro com milhares de jovens, em Palermo, o Papa pediu que os mesmos não cedessem às “sugestões da Mafia, que é um caminho de morte, incompatível com o Evangelho”.
"Não tenhais medo de enfrentar o mal! Juntos sereis como uma floresta que cresce, porventura silenciosa, mas capaz de dar fruto, de levar vida e de renovar de modo profundo a vossa terra", declarou.
Ao fim da tarde, durante o percurso de Palermo para o aeroporto “Falcone e Borselino”, de Punta Raisi, para regressar a Roma, após a visita realizada ao longo do dia à capital siciliana, Bento XVI quis que o cortejo fizesse uma paragem em Capaci, no local onde em Maio de 1992 ocorreu o trágico atentado contra o juiz Giovanni Falcone e a sua escolta. O Papa desceu do automóvel para depor uma coroa de flores junto de uma das estelas funerárias ali erguidas em recordação das vítimas, e deteve-se em oração silenciosa, recordando todas as vítimas da máfia e das outras formas de criminalidade organizada. Retomou depois o caminho para o aeroporto, para reentrar em Roma.
Horas antes, numa reunião com o clero da cidade, o Papa lembrou “o bárbaro assassinato do padre Giuseppe Puglisi, deste presbitério”, morto pela Mafia.
“Ele tinha um coração que ardia de autêntica caridade pastoral; no seu zeloso ministério, deu grande espaço à educação das crianças e dos jovens, esforçando-se ao mesmo tempo para que todas as famílias cristãs vivessem a vocação fundamental de primeira educadora dos filhos”, indicou.
Recordando que está em curso a causa de beatificação deste “bom pastor”, Bento XVI pediu aos padres de Palermo e de toda a Sicília, que não esquecessem o exemplo do padre Puglisi: “Exorto-vos a conservar viva a memória do seu fecundo testemunho sacerdotal, imitando o seu heróico exemplo”.