sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Santa Teresa vista pelo Papa Paulo VI


http://www.lepanto.com.br/Imagens1/STeresAvila.jpg"Na sua personalidade, apreciam-se os traços da sua pátria: a fortaleza de espírito, a profundidade de sentimentos, a sinceridade de alma, o amor à Igreja.

A sua figura centra-se numa época gloriosa de santos e de mestres que marcam o seu século com o florescimento da espiritualidade. Ouve-os com a humildade da discípula, que por sua vez sabe julgá-los com a perspicácia de uma grande mestra de vida espiritual, e como tal a consideram eles.

Por outro lado, dentro e fora das fronteiras da sua pátria, agitam-se violentos os ares da Reforma, enfrentando entre si os filhos da Igreja. Ela, pelo seu amor à verdade e pelo trato íntimo com o Mestre, teve de enfrentar dissabores e incompreensões de toda a parte, e não sabia como dar paz ao seu espírito diante dà ruptura da unidade: "Fatiguei-me muito – escreve - e, como se eu pudesse algo ou fosse algo, chorava com o Senhor e Lhe suplicava que redimisse tanto mal".

Este seu sentir com a Igreja, provado na dor que consumia as suas forças, levou-a a reagir com toda a força do seu espírito castelhano num afã de edificar o reino de Deus; ela decidiu penetrar no mundo que a rodeava com uma visão reformadora para dar-lhe um sentido, uma harmonia, uma alma cristã.

Depois de cinco séculos, Santa Teresa de Ávila continua a marcar as pegadas da sua missão espiritual, da nobreza do seu coração sedento de catolicidade, do seu amor despojado de todo o apego terreno para entregar-se totalmente à Igreja. Bem pôde dizer, antes do seu último suspiro, como um resumo da sua vida: «Enfim, sou filha da Igreja”."»

(Papa Paulo VI, Homilia na proclamação de Santa Teresa como Doutora da Igreja - 27 de Setembro de 1970)
fonte:http://vida-espiritual-catolica.blogspot.com/