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Milhares de jovens, rapazes e raparigas, de 66 diferentes países do mundo - seminaristas, noviços e noviças, participam esta manhã, na basílica de São Pedro, à Missa presidida pelo Papa, que na homilia, sublinhou três pontos, a partir das Leituras do dia: a alegria da consolação, a cruz de Cristo como ponto de referência da missão, e a dimensão contemplativa da vida ministerial e de serviço. A celebração pode ser seguida em streaming neste site da nossa emissora, com comentários em diferentes línguas, incluindo o português.
Comentando a primeira leitura, do Livro de Isaías, o Papa sublinhou que se trata de “um grande convite à alegria”: Cada cristão, mas sobretudo nós, somos chamados a levar esta mensagem de esperança, que dá serenidade e alegria: a consolação de Deus, a sua ternura para com todos. Mas só podemos ser seus portadores, se experimentarmos nós primeiro a alegria de ser consolados por Ele, de ser amados por Ele. Isto é importante para que a nossa missão seja fecunda: sentir a consolação de Deus e transmiti-la!
Aludindo depois ao texto paulino em que o Apóstolo declara não se gloriar já senão na Cruz de Cristo,:
… foi precisamente o ter-se deixado configurar à morte de Jesus que fez São Paulo participar na sua ressurreição, na sua vitória. Na hora da escuridão e da prova, já está presente e operante a alvorada da luz e da salvação. O mistério pascal é o coração palpitante da missão da Igreja. Se permanecermos dentro deste mistério (prosseguiu o Papa), estamos a coberto quer de uma visão mundana e triunfalista da missão, quer do desânimo que pode surgir à vista das provas e dos insucessos. A fecundidade pastoral, a fecundidade do anúncio do Evangelho não deriva do sucesso nem do insucesso vistos segundo critérios de avaliação humana, mas de conformar-se com a lógica da Cruz de Jesus, que é a lógica de sair de si mesmo e dar-se, a lógica do amor.
Último aspecto sublinhado pelo Papa, nesta homilia: a oração. No Evangelho, Jesus diz-nos para rogar ao dono da messe que mande trabalhadores para a sua messe: Os trabalhadores para a messe não são escolhidos através de campanhas publicitárias ou apelos ao serviço e à generosidade, mas são «escolhidos» e «mandados» por Deus. É ELe que escolhe, é Ele que envia, é Ele que manda, é Ele que dá a missão . Por isso é importante a oração. A Igreja – repetia Bento XVI – não é nossa, mas de Deus. Quantas vezes nós, os consagrados, pensamos que a Igreja é nossa.... Fazemos tudo o que nos vem à cabeça... Mas não é nossa, é de Deus. O campo a cultivar é d’Ele. Assim, a missão é sobretudo graça.
A concluir, o Papa citou uma afirmação que lhe tinha sido feita, há dias, por um formador, presente neste momento em São Pedro: “A evangelização faz-se de joelhos”. O risco do activismo, de confiar demasiado nas estruturas, está sempre à espreita. Se olhamos a vida de Jesus, constatamos que, na véspera de cada decisão ou acontecimento importante, Ele Se recolhia em oração intensa e prolongada. Cultivemos a dimensão contemplativa, mesmo no turbilhão dos compromissos mais urgentes e prementes. E quanto mais a missão vos chamar para ir para as periferias existenciais, tanto mais o vosso coração se mantenha unido ao de Cristo, cheio de misericórdia e de amor. Aqui reside o segredo da fecundidade de um discípulo do Senhor!