- E senti o espírito inundado por um mistério de luz que é Deus e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora! - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu! (escreve a irmã Lúcia a 3 de janeiro de 1944, em "O Meu Caminho," I, p. 158 – 160 – Carmelo de Coimbra)
domingo, 7 de dezembro de 2008
DT: Da Ásia, ouvem-se vozes dizer que o debate sobre a liturgia tridentina é tipicamente europeu, e nada tem a ver com o povo das regiões de missão. Como V. Excia vê isso?
Mons. Ranjith: Bem, essas são opiniões individuais que não podem ser generalizadas para a Igreja Católica. Que toda a Ásia rejeite a Missa tridentina é inconcebível. Deve-se tomar cuidado com generalizações tais como: "A Missa antiga não convém para a Ásia". Precisamente é o rito da liturgia extraordinária que reflete alguns valores asiáticos em toda a sua profundidade. Acima de tudo, o aspecto da Redenção e o sentido da perspectiva vertical da vida humana, a relação profundamente personalizada entre Deus e o sacerdote, entre Deus e a comunidade, são expressas mais claramente na antiga liturgia do que no Novus Ordo. O Novus ordo, pelo contrário, sublinha mais a perspectiva horizontal. O que não quer dizer que o próprio Novus Ordo sublinhe uma perspectiva horizontal, mas antes sua interpretação por diferentes escolas litúrgicas, que consideram a Missa mais como uma experiência comunitária. Contudo, se certas maneiras de pensar forem evocadas, alguns reagem desconfiadamente. A Santa Missa não é apenas um memorial da Santa Ceia, mas também o Sacrifício de Cristo e o Mistério de nossa Salvação. Sem a Sexta-Feira Santa, a Santa Ceia não tem sentido. A Cruz é o sinal maravilhoso do amor de Deus e somente em relação com a Cruz é plenamente possível haver verdadeira comunidade. Aqui está o real ponto de partida para a evangelização da Ásia.