Bento XVI esteve Segunda-feira no Mosteiro das Oblatas de Santa Francisca Romana, em Tor de' Specchi, durante a sua visita ao Capitólio sede da Câmara Municipal de Roma, afirmando que a vida contemplativa está chamada a ser “uma espécie de pulmão espiritual da sociedade”.
Na Capela do Coro, após um momento de adoração ao Santíssimo Sacramento e de veneração do corpo da santa, o Papa dirigiu-se às irmãs e às estudantes que residem no Centro Universitário.
Recordando os seus recentes exercícios espirituais com os membros da Cúria Romana, realizados na semana passada, o Papa afirmou ter “experimentado mais uma vez quão indispensáveis são o silêncio e a oração”.
“Contemplação e acção, oração e serviço de caridade, ideal monástico e compromisso social: tudo isso encontrou um ‘laboratório’ rico em frutos”, comentou, reconhecendo que “o verdadeiro motor” de tudo o que se realizou no decorrer do tempo, neste Mosteiro, foi “o coração de Francisca, no qual o Espírito Santo derramou os seus dons espirituais e ao mesmo tempo suscitou tantas iniciativas de bem”.
“O vosso mosteiro encontra-se no coração da cidade”, disse o Papa, destacando que isso é um “símbolo da necessidade de devolver a dimensão espiritual no centro da convivência civil, para dar pleno sentido à múltipla actividade do ser humano”.
Segundo Bento XVI, as comunidades de vida contemplativa são chamadas “a ser uma espécie de ‘pulmão espiritual’ da sociedade, para que à actuação, ao activismo de uma cidade não falte a ‘respiração’ espiritual, a referência a Deus e ao seu desígnio de salvação”.
Este é o serviço “que fazem em particular os mosteiros, lugares de silêncio e de meditação da Palavra divina, lugares onde há preocupação por ter sempre a terra aberta ao céu”.
Santa Francisca Romana fundou a Congregação das Oblatas em 1433. Para o seu projecto de vida religiosa, inspirou-se na Regra de São Bento. Foi canonizada a 29 de Maio de 1608, pelo Papa Paulo V.
- E senti o espírito inundado por um mistério de luz que é Deus e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora! - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu! (escreve a irmã Lúcia a 3 de janeiro de 1944, em "O Meu Caminho," I, p. 158 – 160 – Carmelo de Coimbra)