O teólogo progressista Hans Küng concedeu uma entrevista ao Monde de 24 de fevereiro, na qual ele propõe ao Papa suas soluções para evitar que a Igreja se torne “uma seita”. Seria necessário, segundo ele, permitir a admissão dos divorciados recasados à comunhão sob “certas condições”, considerar a correção da encíclica Humanae vitae autorizando “em certos casos” o uso de contraceptivos, e sobretudo seria necessário que Bento XVI declarasse: “Eu suprimo a lei do celibato para os padres”.
ArtilhariaPode-se no fim das contas se tranqüilizar considerando que esta teologia subversiva é marginal na Igreja. A do cardeal Martini, antigo arcebispo de Milão, é muito menos. Ora, ele diz exatamente a mesma coisa que Küng em suas Conversas noturnas em Jerusalém (Herder, 2008). Ele preconiza, com efeito, a ordenação de homens casados, a ascensão das mulheres às ordens anteriores ao sacerdócio (esperando algo melhor!), o acesso dos divorciados recasados à eucaristia, o apelo aos direitos aos direitos da consciência individual contra a disciplina da encíclica Humanae vitae.
Um perito no Concílio Vaticano II dizia: “Teilhard Chardin, esse é um Lamennais que deu certo”, subentendendo que era necessário fazer evoluir a Igreja desde o interior, sem fazer cisma. Deste ponto de vista, o cardeal Martini é um Küng que “deu certo” no seio da hierarquia eclesiástica. Na realidade, são dois octogenários erguidos contra a Igreja que tem as promessas da eternidade!
Padre Alain Loran
- E senti o espírito inundado por um mistério de luz que é Deus e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora! - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu! (escreve a irmã Lúcia a 3 de janeiro de 1944, em "O Meu Caminho," I, p. 158 – 160 – Carmelo de Coimbra)