sexta-feira, 12 de março de 2010

Segunda parte de “Jesus de Nazaré” será “a aplicação plena da declaração ‘Dominus Iesus’”.

Cardeal Cañizares celebra missa na solenidade de Todos os Santos, 1º de novembro de 2009, em Roma.

ROMA, quinta-feira, 11 de março de 2010 (ZENIT.org).- A segunda parte do livro “Jesus de Nazaré”, de Bento XVI, cuja publicação está prevista para este ano, será “a aplicação plena da declaração ‘Dominus Iesus”, segundo revelou hoje o prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, cardeal Antonio Cañizares Llovera.

O purpurado espanhol interveio no congresso de estudo sobre a declaração ‘Dominus Iesus’, organizada pelo Ateneu Pontifício Regina Apostolorum, de Roma.

A ‘Dominus Iesus, que fala sobre a unicidade e a universalidade salvífica de Jesus Cristo e da Igreja, foi publicada há 10 anos pela Congregação para a Doutrina da Fé, cujo prefeito era o então cardeal Joseph Ratzinger.

O cardeal Cañizares, em sua conferência “A Dominus Iesus na vida da Igreja de hoje”, qualificou a declaração da Santa Sé como um “documento profético”.

Tal documento ressalta como Jesus é o único redentor e considera “contrário à fé católica” assegurar que a revelação de Jesus Cristo deva ser complementada com as doutrinas de outras religiões, como indicam algumas ideologias relativistas.

O purpurado indicou que a pergunta central, que está por trás desta declaração, é a que o próprio Jesus Cristo fez aos discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou?” (Lc 9, 18); e assegurou que Jesus Cristo não é “o que os homens dizem, pois isso dá margem a muitas interpretações e diversas opiniões”.

Cañizares Llovera indicou como o relativismo muitas vezes ofusca o verdadeiro rosto de Jesus Cristo e penetra em “novas teologias de amplíssima difusão”.

“Em muitos lugares, não existe a preocupação direta por este anúncio de Cristo”, advertiu o purpurado, reconhecendo que isso “é o reflexo de uma situação não só cultural, mas da própria Igreja que precisa de uma fé renovada em Jesus Cristo”.

A Dominus Iesus assegura que a Igreja considera as religiões do mundo com profundo respeito, mas esclarece que nem por isso se deve proclamar que todas são iguais.

Também indica, como igualmente faz a primeira parte de “Jesus de Nazaré”, que é contrário à fé cristã introduzir qualquer separação entre o Verbo feito carne e o Jesus histórico.

A primeira parte do livro “Jesus de Nazaré” foi publicada em 2007. Nela, Bento XVI analisa algumas passagens bíblicas, como o batismo de Jesus, o evangelho do Reino de Deus, o Sermão da Montanha, o Pai Nosso, os discípulos, as parábolas e as grandes imagens do Evangelho de São João. Também se refere à confissão de Pedro e à transfiguração; e, por último, dedica-se aos nomes com os quais Jesus se refere a si mesmo.

O Pe. Federico Lombardi, SJ, porta-voz da Santa Sé, disse, em setembro de 2009, que a publicação da segunda parte do livro de Bento XVI está prevista para a próxima primavera boreal. Nela, o Papa narrará os anos vitais de Cristo, incluídas sua Paixão e Morte.

fonte:fratres in unum