Crucifixo,Portugal |
A Semana Santa está se aproximando, e é o momento de fazermos uma reflexão a esse respeito.
Cada um deve se colocar sozinho diante do Crucifixo, diante da imagem de Nossa Senhora das Dores, e esquecer o mundo inteiro.
Diante de Deus, fazer esta pergunta: eu tenho consciência do que custou a minha salvação?
Tenho idéia das dores que custaram as graças todas que tenho recebido?
Tenho idéia de que, no alto da Cruz, Nosso Senhor Jesus Cristo pensou nominalmente em cada homem, desde o começo até o fim do mundo?
E que, portanto, eu passei pela mente divina d’Ele, com pensamento de misericórdia, de bondade e de salvação?
Ele viu a minha alma, viu minha pessoa.
Ele amou o meu ser, criado por Ele, e se imolou num ato de amor, porque quis minha salvação. Tenho idéia de que a minha salvação custou tudo isso?
Tenho idéia do modo pelo qual eu tenho correspondido a isso? Tenho idéia do que tem sido a minha ingratidão?
Jesus rumo ao Calvário, Barna da Siena |
Pecando, peguei o Sangue de Cristo e o joguei na sarjeta. Sangue derramado por mim, e mesmo assim eu me pus em condições de perdição.
E Deus ainda me tolerou nesta vida, me suportou e me esperou com outras graças novas, ainda maiores do que aquelas graças que eu tinha recebido.
E agora estou mais uma vez no momento da Semana Santa, uma ocasião de graças.
O flanco de Nosso Senhor Jesus Cristo está aberto, jorrando misericórdia para mim e chamando-me à contrição, à penitência, à reconciliação magnífica com Ele.
Há uma efusão de bondade e de carinho, como eu jamais poderia imaginar.
Na Semana Santa, minha primeira preocupação deve ser a de pensar na minha alma.
Pensar sem temor, sem pânico, porque Deus é o Pai de Misericórdia e Nossa Senhora é a Mãe e canal de todas as misericórdias.
Pensar com seriedade, pensar a fundo. Colocar-me diante do Sangue de Cristo que corre, avaliar o que fiz desse sangue.
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(Fonte: Plinio Corrêa de Oliveira, “Catolicismo”, março de 2008)