Tradução: Fratres in Unum.com
Asperges (na missa tridentina): não é algo que você deixaria de perceber.
Acabei de ler em algum lugar sobre  alguém ter sido mencionado por ter dito que, a não ser que você seja um  perito litúrgico, dificilmente, você seria capaz de dizer a diferença  entre a Forma Ordinária em Latim – o Missal de 1970 – e a Forma  Extraordinária – o Missal de 1962. Não importa onde li isso ou quem  estava sendo mencionado, porque já ouvi isso dezenas de vezes. E não faz  mais sentido repetir essa alegação pela enésima vez.
O  Evangelho: proclamado do lado norte do santuário em uma Missa Solene,  neste caso, ou da extremidade norte do Altar, em uma Missa Cantata, e  não a partir de um púlpito ou ambão (como na missa nova).
Então, você vai para a sua paróquia  local onde eles sempre celebram a Missa em Latim na Forma Ordinária (eu  sei, elas são cifras isoladas no Reino Unido, mas siga comigo) e, quando  o sacerdote entra, ao invés de dar a volta no altar e dizer a antífona  de entrada (provavelmente, após esperar o término de um cântico no  vernáculo) ele inicia um cântico que você nunca ouviu antes e asperge as  pessoas com água benta. Oh, e ele está vestindo uma vestimenta  completamente diferente, que em seguida ele retira muito publicamente a  fim de colocar as suas vestes habituais, mas você ainda não tem a  antífona de entrada; em vez disso, ele inicia um longo diálogo com os  acólitos, e quando este chega ao fim, ao invés de dar a volta sobre o  altar [e ficar de frente para o povo] ele permanece do lado designado ao  sacerdote [i.e., versus Deum]. Então, você percebe que o altar está  configurado de maneira diferente, com velas e um crucifixo na parte de  trás, e que não há coroinhas meninas. E a música é completamente  diferente, com o coral cantando o intróito e o Kyrie sem intervalo.
Comunhão distribuída aos fiéis ajoelhados e na língua. E olha lá a mantilha!
Epa! Você não percebe nada disso porque  você não é um perito litúrgico. Mas talvez você perceba que o Evangelho é  cantado em latim – sim, eu sei que você pode fazer isso e algumas das  outras coisas que mencionei na Forma Ordinária, mas isso é tão comum  quanto ter o sermão em latim, e se estivermos falando do que as pessoas percebem deveríamos  ficar com o que realmente acontece, e não com o que é teoricamente  possível. Bem como ter as leituras cantadas em latim, o púlpito não é  usado. Caso você ainda não tenha percebido como as coisas são diferentes  hoje em dia, o cânon da Missa é dito silenciosamente. Oh pare com isso,  se você não percebe isso, então você é surdo ou dorminhoco. Talvez você  acorde a tempo para o Último Evangelho.
Acabei de usar o exemplo de Missa  Cantada em um domingo. Diz-se comumente que o contraste entre Forma  Extraordinária-Forma Ordinária é menos visível com a Missa Cantada e  isso é verdade, especialmente por causa da maneira que a congregação  pode se unir em algumas das respostas, provavelmente, usando os mesmos  tons. Em ocasiões onde há mais clérigos presentes, a diferença entre uma  Missa Solene, com diácono e subdiácono, por um lado, e um grupo de  padres concelebrando, do outro lado, é tão evidente que dificilmente  precisarei explicá-la.
A consagração em uma Missa Solene.
Se eu tivesse que comparar a Missa  Tradicional Rezada com a Missa na Forma Ordinária em Latim sem música,  as diferenças seriam ainda mais evidentes. As orações ao Pé do Altar  dominam a seqüência de abertura dos eventos e as respostas sendo dadas  pelo acólito sozinho conferem à Missa um sentimento muito diferente, da  mesma forma que o padre celebrando ad orientem. E sim, eu sei que em alguns poucos lugares a Forma Ordinária é celebrada ad orientem,  mas isso não é nem costumeiro nem recomendado pelas “regras”, a edição  atual da Instrução Geral do Missal Romano. Se estivermos falando sobre  um padre que siga “as regras”, então, devemos ser coerentes. (Para uma  comparação lado-a-lado dos textos, veja aqui.)
Uma foto aleatória de uma Missa concelebrada. Não é algo facilmente confundível com a Missa Solene de 1962.
Quando vejo uma alegação realmente tola como essa, repetida muitas vezes por pessoas aparentemente sãs, eu quero saber qual é a motivação por trás disso. Por que tantas pessoas querem minimizar a diferença entre as diferentes formas do Rito Romano? Talvez seja porque eles pensam que isso seja necessário para sustentar a alegação de que as duas celebrações do Sacramento da Santa Eucaristia são válidas (em todos os sentidos da palavra), mas eu não ouço eles alegarem que somente um perito perceberia que ele havia entrado em uma igreja de Rito Bizantino em uma manhã de domingo.
Então, mais uma vez, pode ser que o  argumento seja mais ou menos esse: há diferenças superficiais e há  diferenças profundas. O não perito não perceberá as profundas, e as  superficiais são apenas superficiais, portanto, elas não contam. Sem  dúvida isso pode estar no fundo das mentes das pessoas que dizem que as  diferenças dificilmente são percebidas, especialmente, se elas negaram  de antemão o Asperges e as Orações ao Pé do Altar como não  essenciais, como não sendo realmente parte da Missa. Bem, talvez, mas  isso não é a mesma coisa que dizer que as pessoas não as perceberão. De  qualquer maneira, este argumento falha, e por um motivo importante.
Certamente, há muitas diferenças entre  os Missais de 1962 e 1970 que são significativas, mas que não seriam  percebidas, ou não entendidas plenamente, por um não perito, a maior  parte, obviamente, mudanças das orações próprias [ndr: i.e., orações do  próprio de cada missa]. Voltando à Missa Tradicional em Latim inesperada  que eu estava descrevendo, o camarada nos bancos, caso esteja equipado  com a tradução, talvez se surpreenda ao ouvir, por exemplo, a coleta do  4º domingo da Quaresma:
‘Concedei, Vos rogamos, ó Deus onipotente, a nós que somos afligidos por causa de nossas obras, respiremos aliviados pela consolação de vossa graça.’
O que ele não saberá, salvo se ele tiver lido  sobre o assunto, é que para criar o Missal de 1970 centenas de coletas  foram editadas ou reescritas para retirar as referências a pecado,  punição, mérito, graça e intercessão dos santos. O que uma pessoa que  freqüenta a Missa Tradicional em Latim há pouco tempo irá perceber,  entretanto,  é outras diferenças com uma explicação semelhante, como,  por exemplo, na Forma Extraordinária, o uso de preto para Missas de  Requiem, e o Confiteor do sacerdote antes do que é dito pelo acólito.
Novamente, alguém seguindo a tradução  para a Forma Extraordinária  poderá ficar ligeiramente surpreso com a  referência a “oblação” no Ofertório, e refletir que ele não lê muito  aquela palavra na tradução da Forma Ordinária em Latim. O que ele não  sabe, salvo se ele tiver lido sobre esse assunto, é o esforço  consistente pelos reformadores da liturgia para retirar elementos que  criam uma barreira ecumênica, dos quais a noção de oblação é um primeiro  exemplo. Todavia, o que ele notará serão outras coisas que servem para  enfatizar doutrinas católicas distintas, como, por exemplo, a Presença  Real, incluindo a genuflexão do padre antes de pegar as Espécies  Sagradas, e a comunhão de joelhos e sobre a língua.
Em suma, uma vez que a reforma seguiu  uma política consistente, as diferenças superficiais não são um mau guia  para diferenças profundas. As coisas que as pessoas pegam (e às vezes  reclamam) quando estão habituadas à Missa em uma forma e então são  expostas a outra forma, talvez não sejam de enorme importância em si  mesmas, mas em geral elas são ilustrativas das diferenças profundas de  real importância teológica.
O maior paradoxo de todos com a alegação  de que não peritos não perceberão a diferença é que ela tende a ser  usada por pessoas que efetivamente são bastante sensíveis ao que os féis  percebem quando a liturgia é alterada, e estão preocupadas com isso. A  alegação é sempre a mesma: a fim de minimizar aborrecimentos e  reclamações, se quisermos melhorar a liturgia deveríamos introduzir a  Missa Nova em Latim em nossas paróquias, e não dar o grande salto para a  Missa Tradicional em Latim.
Assim, o argumento é mais ou menos esse:
1. As pessoas dificilmente perceberão a diferença entre a Forma Ordinária em Latim e a Forma Extraordinária.
2. As pessoas que aceitarem com  contentamento a Forma Ordinária em Latim ficarão muito aborrecidas por  ter a Forma Extraordinária imposta sobre elas.
3. A diferença entre a Forma Ordinária e a Forma Extraordinária não tem importância real (conclusão do item 1).
4. Não vale à pena causar uma confusão  na paróquia por utilizar a Forma Extraordinária quando você pode trazer a  Forma Ordinária em Latim (conclusão dos itens 2 e 3).
O problema é que as alegações 1 e 2 são mutuamente contraditórias. (O item 3 não segue do 1)
Assim, esta confusão tem tudo a ver com o  debate da “Reforma da Reforma” e a melhor maneira na prática para  melhorar liturgia paroquial: algo que postarei amanhã.
* * *
Joseph Shawn é presidente da Latin  Mass Society da Inglaterra e País da  Gales, afiliada da Una Voce.  Portanto, não se pode lançar qualquer suspeita de “lefebvrismo” sobre o  autor.

 inundado por um mistério de luz que é Deus   e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora!  - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu!
inundado por um mistério de luz que é Deus   e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora!  - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu!