domingo, 8 de novembro de 2009

Bento XVI:A Igreja - recordou – é um organismo espiritual concreto que prolonga no espaço e no tempo a oblação do Filho de Deus, um sacrifício ...

Pope Benedict XVI waves to faithful as he arrives at Paul VI square during his pastoral visit to the northern Italian town on November 8, 2009. The visit marks the 30th Anniversary of the death of Pope Paul VI.


Pope Benedict XVI arrives to celebrate a Holy Mass part of his  pastoral visit to the northern Italian town on November 8, 2009. The visit  marks the 30th Anniversary of the death of Pope Paul VI.





(8/11/2009) Bento XVI efectua neste domingo, dia 8, uma visita pastoral a Brescia e Concesio – norte da Itália – lugares que testemunharam o nascimento e a formação de Giovanni Battista Montini – Papa Paulo VI.
A primeira etapa do percurso rumo à cidade de Brescia foi uma visita ao Santuário de Boticcino Sera, município de Valverde, que guarda a urna com os restos mortais de Santo Arcangelo Tadini ( um sacerdote bresciano que viveu entre 1846 e 1912, uma figura límpida e fascinante com um grande amor a Deus e aos homens, homem austero e de grande ternura
É necessário rezar e trabalhar para que nasça um mundo fraterno onde cada um não viva para si mesmo mas para os outros: disse Bento XVI dirigindo a sua breve saudação, não prevista, á multidão congregada fora da igreja paroquial de Botticino Será. O Papa quis assim antecipar alguns temas que poderiam constituir a chave de leitura desta visita pastoral: caridade e solidariedade.
Em Brescia, onde chegou ao meio da manhã, o Santo Padre presidiu a celebração da Santa Missa.
Na homilia Bento XVI meditou sobre o mistério da Igreja, prestando homenagem ao grande Papa Paulo VI que a ela consagrou a sua vida inteira. A Igreja - recordou – é um organismo espiritual concreto que prolonga no espaço e no tempo a oblação do Filho de Deus, um sacrifício aparentemente insignificante em relação ás dimensões do mundo e da historia, mas decisivo aos olhos de Deus. Como diz a Carta aos Hebreus – também no texto deste domingo , a Deus bastou o sacrifício de Jesus, oferecido “ uma só vez”, para salvar o mundo inteiro porque naquela única oblação está condensado todo o Amor divino, como no gesto do óbolo da viúva de que fala o Evangelho deste Domingo está concentrado o amor daquela mulher a Deus e aos irmãos. A Igreja, que incessantemente nasce da Eucaristia – salientou depois Bento XVI – é a continuação deste dom, desta super abundância que se exprime na pobreza do tudo que se oferece no fragmento do pão consagrado. É o Corpo de Cristo que se dá inteiramente.
Na sua homilia da Missa em Brescia o Papa quis depois sublinhar a visão de uma igreja pobre e livre que recorda a figura evangélica da viúva.
“É assim que deve ser a Comunidade eclesial para conseguir falar á humanidade contemporânea. O encontro e o diálogo da Igreja com a humanidade deste nosso tempo estavam particularmente a peito a João Batista Montini em todas as estações da sua vida, desde os primeiros anos de sacerdócio até ao Pontificado. Ele dedicou todas as sua energias ao serviço de uma Igreja o mais possível conforme ao seu Senhor Jesus Cristo, de maneira que encontrando-a , o homem contemporâneo possa encontrá -LO, porque d’Ele tem absoluta necessidade. Este é o anélito de fundo do Concilio Vaticano II a que corresponde a reflexão do Papa Paulo VI sobre a Igreja.
Ele –recordou hoje Bento XVI – quis expor programaticamente alguns dos pontos salientes na sua primeira Encíclica Ecclesiam suam de 6 de Agosto de 1964 quando ainda não tinham sido publicadas as Constituições conciliares Lúmen gentium e Gaudium et spes.
Com aquela Encíclica o Pontífice propunha-se explicar a todos a importância da Igreja para a salvação da humanidade, e ao mesmo tempo, a exigência que entre a Comunidade eclesial e a sociedade se estabeleça uma relação de conhecimento e amor recíproco . “Consciência, renovação, diálogo: estas as três palavras escolhidas por Paulo VI para exprimir os seus pensamentos dominantes – como ele os definiu – no inicio do seu ministério petrino e as três palavras referem-se á Igreja. Antes de mais a exigência que ele aprofunda a consciência de si mesma: origem, natureza, missão, destino final; em segundo lugar, a sua necessidade de se renovar e purificar olhando para o modelo que é Cristo; finalmente o problema das suas relações com o mundo moderno.
Nesta sua homilia, dirigindo-se agora especialmente aos bispos e padres, Bento XVI salientou que a questão da Igreja, da sua necessidade no desígnio de salvação e da sua relação com o mundo permanece também hoje absolutamente central.
“A reflexão do Papa Montini sobre a Igreja é hoje mais do que nunca actual; e mais ainda é precioso o exemplo do seu amor por ela, inseparável do amor por Cristo.
O mistério da Igreja – lê-se na Encíclica Ecclesiam suam - não é simples objecto de conhecimento teológico, deve ser fato vivido, em que a alma fiel, antes de ser capaz de definir a Igreja com exactidão, a pode apreender numa experiência conatural.
Isto pressupõe uma vida interior robusta que é “a grande fonte da espiritualidade da Igreja, condiciona-lhe a receptividade às irradiações do Espírito de Cristo, é expressão fundamental e insubstituível da sua actividade religiosa e social, e é ainda para ela defesa inviolável e renascente energia no seu difícil contacto com o mundo profano.”.
Prosseguindo a sua homilia, Bento XVI dirigiu-se depois ao laicado católico sublinhando que as migrações, a crise económica e a educação dos jovens constituem os desafios de hoje
fonte:radio vaicana