domingo, 29 de novembro de 2009

Introdução sobre o Rito da Santa Missa Tridentina






A Santa Missa no Rito Tridentino


A Missa Tridentina, também chamada Missa Tradicional ou Missa de São Pio V é celebrada de acordo com as rubricas do Missal Romano tal como foi promulgado em 05 de dezembro de 1570 por S. Pio V, em cumprimento do mandato que recebera do Concílio de Trento e utilizado por toda a Igreja Católica do Rito Romano em todos os tempos, até à reforma litúrgica do Concílio Vaticano II, progulmou um Novus Ordus, modificando substancialmente a estrutura e a forma de rezá-la, como por exemplo o altar versus populos, onde o sacerdote fica de frente para os fiéis e a adoção da língua vernácula, conforme cada nação. A Missa Tridentina é denominada por alguns como a "missa de sempre", em razão de o rito referir-se aos primórdios do cristianismo (tal como relatado no séc. II por S. Justino Mártir).


A estrutura, os momentos e seu significado e grande parte dos textos litúrgicos mantiveram-se com poucas alterações no Missal atual. No entanto, houve uma série de aspectos alterados. Esta seção versa apenas sobre as diferenças da missa tridentina em relação à missa atual. Para uma descrição dos vários momentos da Missa e do seu significado, consulte o artigo Missa


As características mais visíveis da missa tridentina são o uso do latim como língua litúrgica assim como a posição do sacerdote, aparentemente de costas para os fiéis. No entanto, essas diferenças, embora as mais visíveis, são na verdade circunstanciais.


De fato, a missa tridentina admite, teoricamente, a tradução dos textos. Porém, nela persiste o uso do latim por ser um idioma que está "morto", ou seja, não é mais usado e, portanto, não sofre alterações, o que preservaria a Missa de erros litúrgicos e doutrinais a que as palavras das chamadas "línguas vernáculas" estão sujeitas com sua constante evolução semântica e ortográfica. Situação idêntica ocorre nas chamadas "liturgias orientais", onde em vários casos também podem ser usadas outras "línguas mortas": aramaico no rito siríaco, copta no rito alexandrino, eslavo ou grego arcaicos no rito bizantino, entre outros.

Já a posição "de costas ao povo" é mais corretamente definida como "ad Orientem", ou seja, para o leste, direção da Terra Santa, onde Jesus foi crucificado. Na Missa Tridentina, esta posição é também conhecida como "versus Deum", já que nesta Missa o padre fica voltado para Deus Filho (guardado no Sacrário sob as espécies consagradas, segundo a crença católica). O padre assume, assim, postura idêntica à do povo, dirigindo as orações da Missa a Deus. Salvo algumas exceções (como a da atual missa latina), os sacerdotes de praticamente todos os ritos católicos e ortodoxos adotam até hoje a posição "ad Orientem" durante a Missa.


Por outro lado, todas as edições do Missal atual são feitas originalmente em latim, e a missa pode sempre ser celebrada nessa língua. Do mesmo modo, nada proíbe que seja celebrada de costas para o povo, o que acontece sempre que, por exemplo, numa igreja o altar não permite que seja doutra forma.No entanto, abstraindo destes elementos, há outras diferenças significativas entre a missa tridentina e a actual.


Na Missa tridentina só o sacerdote e um acólito, sacristão ou ajudante proferiam os textos da missa, excepto nalguns lugares, em que todos os fiéis presentes proferiam os textos destinados ao ajudante. Tal prática, a das chamadas missas dialogadas, popularizou-se mais no séc. XX, graças às propostas do chamado Movimento Litúrgico, que propunha o enriquecimento da participação litúrgica. Os assistentes da missa tridentina muitas vezes acompanham a cerimónia através dum livro que apresenta os textos litúrgicos com a respectiva tradução.

Ritos iniciais

A Missa tridentina começa com as orações ao pé do altar, rezadas nos degraus, antes da subida ao altar. São compostas pelo salmo 42 acompanhado pela antífona Introibo ad altare Dei. Após um versículo, o Confiteor (Confissão) é rezado duas vezes, primeiro pelo sacerdote, depois pelo ajudante, com as respectivas orações de absolvição. Após o responsório, o sacerdote sobe então ao altar e beija-o, proferindo outras duas orações.

No Kyrie, cada invocação é proferida três vezes, e não apenas duas, como na missa atual.
No Glória a Deus nas alturas prevêem-se alguns gestos tais como inclinações e o sinal da cruz ao proferir certas palavras. Depois de mais uma saudação Dominus vobiscum (O Senhor esteja convosco), o sacerdote profere uma ou várias orações colectas, enquanto que actualmente é sempre apenas uma.



Liturgia da Palavra
A Missa tridentina propõe na maioria das vezes apenas uma leitura antes do Evangelho, geralmente tirada do Novo Testamento, enquanto que o rito atual propõe duas leituras aos domingos e solenidades. Segue-se o chamado Gradual, composto por um refrão e um versículo, substituído atualmente pelo Salmo Responsorial. Tal como hoje, antes do Evangelho era dito o aleluia ou outro texto. No Credo prevêem-se alguns gestos agora abandonados, como no Glória. Não existe a oração dos fiéis.

Ofertório



O ofertório é a parte da missa tridentina que apresenta maiores diferenças em relação à prática actual. Na apresentação do pão e do vinho são ditas fórmulas que expressam oferecimento já em sentido sacrificial, substituídas actualmente por outras que exprimem a simples apresentação. A reforma litúrgica de Paulo VI optou por eliminar as anteriores justificando que antecipavam a idéia de sacrifício própria do Cânon.


Duas outras orações invocam o Espírito Santo e recordam os mistérios da salvação assim como alguns santos. Foram eliminadas por Paulo VI pelas mesmas razões das anteriores. O rito do Lavabo é acompanhado por uma longa secção do salmo 25, enquanto que actualmente é-o apenas por um versículo do salmo 50. A incensação, quando realizada( na missa cantada ou solene), prevê uma série de textos a serem proferidos antes durante e depois, enquanto que actualmente é realizada em silêncio. O prefácio prevê alguns gestos específicos a realizar durante o diálogo que o precede.


Cânon (Oração Eucarística)



A missa tridentina apresenta uma única Oração Eucarística, o chamado Cânon Romano, que foi o único utilizado durante séculos. O Missal de 1970 apresenta, além desta, outras três Orações Eucarísticas, retiradas da Tradição ou inspiradas noutras liturgias católicas. Na missa tridentina esta parte é usualmente dita pelo sacerdote em voz baixa. O texto é o mesmo que se usa actualmente, mas com algumas diferenças em relação aos gestos que o acompanham: o sacerdote beija o altar por duas vezes faz ao todo 25 sinais da cruz com a mão ou com a patena (reduzidos a 1 por Paulo VI) após a consagração o sacerdote não separa os dedos polegar e indicador, que seguraram a hóstia na consagração genuflecte duas vezes à hóstia e duas ao cálice, uma antes e outra depois da elevação Além disso, diz sempre todos os nomes dos santos e todas as conclusões Per Christum Dominum nostrum. Amen que se inserem no Cânon (actualmente alguns dos nomes e das conclusões tornaram-se facultativas).


As palavras da consagração da hóstia são apenas Hoc est enim Corpus meum (Isto é o meu Corpo) Na consagração do vinho, as palavras Mysterium fidei (Mistério da fé), que hoje são ditas no final da consagração para introduzir a aclamação dos fiéis, são introduzidas na fórmula de consagração, no meio das palavras de Cristo.


Ritos de Comunhão

O Pai-nosso é dito apenas pelo sacerdote, e o ajudante diz apenas a última frase. Durante a fórmula que se lhe segue, o sacerdote benze-se e beija a patena e parte a hóstia em três partes, benzendo o cálice com a mais pequena, que depois deita no cálice. A oração pela paz (Domine Iesu Christe) é dita em silêncio pelo sacerdote, seguindo-se-lhe outras duas fórmulas longas de preparação para a comunhão, e comunga, proferindo em silêncio mais algumas fórmulas. A comunhão dos fiéis não está propriamente prevista no texto do missal mas, a fazer-se na missa, os fiéis recitam a Confissão, o sacerdote diz a absolvição respectiva e mostra-lhes a hóstia dizendo Ecce Agnus Dei... (Eis o Cordeiro de Deus...).

A comunhão dos fiéis na missa tridentina é feita sempre na boca e de joelhos, geralmente junto da balaustrada ou grade que separa os presbitério da assembleia. A fórmula dita pelo sacerdote é mais longa que a actual e dita em silêncio fazendo um sinal da cruz com a hóstia. Segue-se a purificação dos vasos sagrados e das mãos do sacerdote, acompanhadas de mais algumas orações.



Ritos Finais

Após a última oração, o sacerdote despede a assembleia dizendo Ite, missa est (Ide, a missa acabou). Só então tem lugar a bênção, precedida duma oração à Santíssima Trindade. Por fim, lê-se em todas as missas o início do Evangelho de São João. Apesar de não virem assinaladas no missal, têm lugar, antes da saída para a sacristia, as chamadas preces leoninas (por terem sido prescritas pelo Papa Leão XIII) e 3 Avé Marias.


Referências : COELHO, António, Curso de Liturgia Romana, Negrelos: Ora & Labora, 1950.
JUNGMANN, Josef A., El Sacrificio de la Misa. Tratado historico-liturgico., Madrid: BAC, 1951 (Tradução da obra alemã Missarum Solemnia, onde pode ser encontrada a história pormenorizada de cada um dos momentos da missa)

O VALOR DA SANTA MISSA

Eis um breve relato de algumas visões do padre Reus, com relação à maravilhosa realidade sobrenatural da Santa Missa. Falecido em odor de santidade, teve este sacerdote, a graça de ver o que acontece de sobrenatural durante a Santa Missa, a qual, por razão, costumava chamar de "A FESTA NO CÉU". Eis, pois, o que lhe dera dado ver: "Nossa Senhora convida todo o Paraíso para participar da Santa Missa; e todos os anjos e santos A seguem em maravilhoso cortejo até o altar. Os Santos formam um semi-círculo ao redor do sacerdote celebrante e o acompanham até o altar. Lá chegando, estes se colocam atrás dos santos. Outra multidão de anjos cerca a igreja e cobre os fiéis, impedindo a aproximação dos demônios durante a Santa Missa, em honra à majestade de Nosso Senhor Jesus Cristo.

A virgem Santíssima está sempre junto do celebrante, do lado do altar onde é servida a água e o vinho, e onde são lavadas as mãos do sacerdorte. É a própria Mãe de Jesus quem serve o celebrante e lava suas mãos. Entre Nossa Senhora e o celebrante, é convidado o santo do dia. Todas as almas do Purgatório também são convidadas pela Virgem Maria e permanecem durante toda a Santa Missa aos pés do altar, entre o celebrante e os fiéis. Conta o Padre Réus que ele via as almas do Purgatório e verdadeira festa quando grande esperança de libertação. Padre Réus via uma chuva caindo sobre o Purgatório durante toda a Santa Missa.

No momento sublime da consagração, quando estas almas vêem Nosso Senhor Jesus Cristo em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, sentem um desejo incontrolável de sair daqueles chamas e se atirarem em Seus braços, mas não conseguem, por não estarem ainda purificadas. Após a Consagração, acontece a libertação do Purgatório, das almas que já atingiram a purificação. Nossa Senhora estende a mão a cada uma delas e diz: "Minha filha, pode subir ".

No momento da oração da PAZ, os anjos saúdam as almas libertadas do Purgatório, abraçando-as. É um momento de imensa alegria e beleza. Em seguida, estas almas, resplandecendo com a beleza indescritível, adornadas como noivas, como anjos, são intoduzidas triunfalmente no Paraíso, por uma multidão de anjos, ao som de música e cantos celestias. Na hora da morte, as Missas que houveres assistido serão a tua maior consolação. Toda Missa implora o teu perdão junto da justiça Divina. Em toda Missa podes diminuir a pena temporal devida aos teus pecados e diminuí-las mais ou menos consoante a teu fervor.

Assistindo com devoção à Missa, prestas a maior das honra à santa humanidade de Jesus Cristo.
Ele se compadece de muitas das tuas negligências e omissões.
Perdoa-te os pecados veniais não confessados, dos quais porém te arrependestes.
Diminui o império de satanás sobre ti.
Sufraga as almas do Purgatório da melhor maneira possível.
Uma só Missa a que houveres assistido em vida, ser-te-á mais salutar que muitas a que outros assistirão por ti depois da tua morte, pois pela Missa participas da Paixão, Morte e Ressureição de Cristo.
A Missa preserva-te dee muitos perigos e desgraças que te abateriam.
Toda Missa diminui o teu Purgatório.
Toda alcança-te um grau maior no Céu.
Na Missa recebes a benção do sacerdote, a qual Nosso Senhor confrma no Céu.
És abençoado em seus negócios e interesses pessoais.
"Fica sabendo, ó cristão, que mais se merecem em ouvir devotamente uma só Santa Missa do destribuir todas as riquezas aos pobres e perigrinar toda a terra."(São Bernardo)
(Nosso Senhor nos concede o que lhe pedimos na Santa Missa: e o que mais vale é que nos dá ainda o que nem se quer cogitamos perdir-lhe e que, entretanto, nos é necessário."(São Jerônimo)
"Se conhecêssemos o valor do Santo Sacrifício da Missa, que zêlo não teríamos em assistir a ela!"(Crua d'Ars)
"A Missa é o sol da Igreja."(São Francisco Salles)
fonte:flos carmeli