Comentários do Salvem a Liturgia:
Trata o artigo abaixo de uma belíssima  cerimônia de dedicação de igreja aqui no Brasil com raríssimo  cumprimento de todas as disposições litúrgicas. A beleza, o uso do  latim, os paramentos, podem nos fazer pensar em uma dedicação na forma  extraordinária (tridentina), mas é no rito novo mesmo.
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Pe. José Francisco Hernández Medina, EP
Pelas mãos sagradas de Sua Eminência  Reverendíssima o Cardeal Franc Rodé, CM, Prefeito da Congregação para os  Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, foi  dedicada - no dia 24 de fevereiro - a Igreja Nossa Senhora do Rosário,  no Seminário dos Arautos do Evangelho.
A dedicação  da Igreja de Nossa Senhora do Rosário fez surgir, nesse mesmo local, uma  abundante fonte de Água Viva, da qual fala o Evangelho (cf. Jo 4,  10-15). A partir do momento em que foi consagrado, passaram a defluir  desse templo as torrentes de graças divinas que o Santo Sacrifício da  Missa, bem como os demais Sacramentos ali ministrados, disponibilizam  para todos os fiéis, saciando sua sede de Infinito.
O templo  material é símbolo da Igreja, formada por pedras vivas, que são
 todos os  cristãos. Representa ainda a Jerusalém Celeste, onde triunfaremos  eternamente com Cristo. Convêm que sua construção seja bela, e até  esplendorosa, recordando a quem transpõe seus umbrais benditos que o Céu  é o destino dos que perseverarem na Fé e na prática da virtude.
Inspirada no  estilo gótico, caracterizado, entre outros detalhes, pela forma dos  arcos, bem como pelo entrecruzar de ogivas e nervuras, a Igreja de Nossa  Senhora do Rosário busca exatamente essa beleza ideal, criando em seu  interior,
através da  profusão de cores e da riqueza de formas, um ambiente adequado para as  celebrações litúrgicas.
Ocupando 1.125 m2, com capacidade para 1.100  pessoas sentadas, ela atinge uma altura interna de 24 metros. O projeto  arquitetônico foi orientado pelo Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP e  desenhado pelo arquiteto espanhol Baltazar Gonzalez Fernandez, falecido  recentemente.
Tal realização jamais teria sido possível sem o  generoso auxílio dos colaboradores da Associação Católica Nossa Senhora  de Fátima, do Brasil, da Associação Salvadme Reina, da Espanha, da  Associazione Madonna di Fatima - Stella della Nuova Evangelizzazione, da  Itália e da Associação dos Custódios de Maria de Portugal.
O rito da  dedicação
Com enorme alegria os arautos participaram da  solene celebração litúrgica de dedicação; alegria que veio não apenas do  fato em si, que marcou a história da instituição, mas, sobretudo, de  verem atendido um acalentado anseio proveniente do mais fundo de suas  almas. Com efeito, o carisma que neles deve brilhar com todo o fulgor, a  fim de poderem dar testemunho do Evangelho, passa agora a expressar-se  também neste edifício sagrado, na elegância das linhas arquitetônicas,  no variado desenho das pedras, no jogo cromático das pinturas e na luz  capturada 
pelo colorido  dos vitrais.
O cerimonial de dedicação de uma nova igreja é  rico, e consiste num harmonioso encadeamento de atos litúrgicos, todos  eles cheios de significado. A celebração foi presidida por Sua Eminência  o Cardeal Franc Rodé, CM, e concelebrada pelo Cardeal Odilo Pedro  Scherer, Arcebispo de São Paulo e por D. José Maria Pinheiro, Bispo  Diocesano de Bragança Paulista - bem como por mais de 20 bispos e  numerosos sacerdotes. Mons. Adriano Paccanelli, mestre das celebrações  litúrgicas da Basílica Papal de Santa Maria Maggiore, atuou como  cerimoniário.
Entrega das chaves da Igreja
Após os ritos  iniciais, o Cardeal Franc Rodé, CM, recebeu dos representantes 
dos  construtores as chaves do edifício, e as entregou em seguida ao Superior  Geral da Sociedade Clerical Virgo Flos Carmeli, Mons. João Scognamiglio  Clá Dias, EP, pois é a este que compete o múnus pastoral da nova  igreja.
Bênção da água e asperção
A água benta é um sacramental que, usado com  fé, nos purifica dos pecados veniais, e por seu caráter exorcístico,  afasta o espírito maligno. O Cardeal Rodé abençoou a água, com a qual  aspergiu o povo, em sinal de penitência e em lembrança do Batismo, assim  como as paredes e o altar da nova igreja, a fim de purificá-los.
Deposição das relíquias
O costume de  colocar relíquias de santos sob o altar originou-se nos primeiros  séculos da Igreja, nos espaços limitados e recônditos das Catacumbas,  onde se tornou habitual celebrar a Missa sobre a pedra tumular de um  mártir. Entre as centenas de relíquias colocadas sob o 
altar,  destacam-se as dos Doze Apóstolos.
Prece de Dedicação, unção do altar e das  paredes da igreja
Após a Prece de Dedicação (foto à esquerda) o  altar foi ungido com o Santo Crisma. Nos quatro ângulos e no centro  foram traçadas cruzes com o crisma, que simbolizam misticamente as cinco  Chagas do próprio 
Cristo, o "Ungido" pelo Pai, por meio do  Espírito Santo, como único Sacerdote da Nova Aliança.
Desde este  momento, o templo passou a ser digno do nome de igreja, porque suas  pedras "batizadas" (com a aspersão da água benta) e sagradas com o óleo,  já representavam a assembléia dos eleitos, ligados entre si, assim como  com Cristo, a Pedra Divina, pelo indestrutível cimento do amor.
Após a unção  do altar foram ungidas as paredes da igreja. Nas fotos ao 
lado, o  Cardeal Scherer (à esquerda), bem como o Cardeal Rodé (à direita) ungem  algumas das 12 cruzes, símbolo dos Apóstolos de Cristo, colocadas no  templo.
Depois do rito da unção, colocou-se sobre o  altar um fogareiro para queimar o incenso, sinal de que o sacrifício de  Cristo, perpetuado aqui sacramentalmente, sobe até Deus como suave  aroma, junto com as orações dos fiéis.
Em seguida, o celebrante incensou o próprio altar, e quatro diáconos percorreram a igreja incensando o recito e os fiéis. A cena fazia lembrar o que é narrado pelo o Antigo Testamento quando uma nuvem sobrenatural tomou conta do Templo de Salomão, após sua
dedicação.
Em seguida, o celebrante incensou o próprio altar, e quatro diáconos percorreram a igreja incensando o recito e os fiéis. A cena fazia lembrar o que é narrado pelo o Antigo Testamento quando uma nuvem sobrenatural tomou conta do Templo de Salomão, após sua
Iluminação do  altar e da igreja
Procedeu-se, então, a iluminação festiva da  igreja, pois Cristo é a Luz que ilumina as nações. Todas as velas e as  12 tochas, colocadas no lugar das unções, são acesas em sinal de  alegria.
Estas doze tochas, simbolizam uma vez mais os  Apóstolos, que pela Fé no Crucificado iluminaram o Universo, o  instruíram e o inflamaram de 
amor.
Enquanto isso  foi entoado um canto em honra de Cristo, luz do mundo.
Inauguração  da capela do Santíssimo
Após o Rito Eucarístico, teve lugar a  inauguração da Capela do Santíssimo. Ali, o Sacramento do Altar ficou  exposto, onde permanecerá perpetuamente.
Dia e noite,  os Arautos do Evangelho elevarão suas orações até o trono do
Altíssimo,  pedindo pelo Sumo Pontífice, pela Sagrada Hierarquia, pela Santa Igreja,  pela santificação dos membros desta instituição e pelas intenções dos  cristãos do mundo inteiro.
Ritos Finais
Foi aclamado  com um caloroso e prolongado aplauso. Do mesmo modo foi dado  conhecimento de um especial dom, recebido por tão jovem templo: o  vínculo de parentesco espiritual com a Basílica Papal de Santa Maria  Maggiore.
 E foi lido, por fim, o Decreto da  Penitenciaria Apostólica, concedendo indulgência plenária aos fiéis que  participem nesse templo de uma função sacra, em determinadas ocasiões.
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inundado por um mistério de luz que é Deus   e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora!  - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu!