29. Se a piedade privada e interna dos particulares se descuidasse do augusto sacrifício do altar e dos sacramentos, e se subtraísse ao influxo salvador que emana da Cabeça nos membros, seria, sem dúvida, reprovável e estéril; mas quando todas as providências e os exercícios de piedade não estritamente litúrgicos fixam o olhar da alma sobre actos humanos unicamente para endereçá-los ao Pai que está nos céus; para estimular salutarmente os homens à penitência e ao temor de Deus e arrancá-los da atracção do mundo e dos vícios, para conduzi-los felizmente por árduo caminho ao vértice da santidade, então, não apenas são sumamente louváveis, mas necessários, porque descobrem os perigos da vida espiritual, estimulam-nos à aquisição da virtude e aumentam o fervor com o qual nos devemos dedicar todos ao serviço de Jesus Cristo. A genuína piedade que o Angélico chama "devoção" e que é o acto principal da virtude da religião com o qual os homens se ordenam rectamente, se orientam oportunamente para Deus e livremente se consagram ao culto,(33) têm necessidade da meditação das realidades sobrenaturais e das práticas espirituais para que se alimente, estimule e fortifique e nos anime à perfeição. É que a religião cristã devidamente praticada requer, sobretudo, que a vontade se consagre a Deus e influa sobre as outras faculdades da alma. Mas todo acto da vontade pressupõe o exercício da inteligência e, antes que se conceba o desejo e o propósito de dar-se a Deus por meio do sacrifício, é absolutamente necessário o conhecimento dos argumentos e dos motivos que levam à religião, como, por exemplo, o fim último do homem e a grandeza da divina Majestade, o dever de obediência ao Criador, os tesouros inexauríveis do amor com o qual ele nos quis enriquecer, a necessidade da graça para alcançar a meta assinalada, e o caminho particular que a divina Providência nos preparou unindo-nos todos, como membros de um corpo, a Jesus Cristo Cabeça. E já que nem sempre os motivos do amor dominam a alma agitada pelas paixões, é muito oportuno que nos impressione ainda a consideração salutar da divina justiça para levar-nos à humildade cristã, à penitência e à emenda.

- E senti o espírito
inundado por um mistério de luz que é Deus e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora! - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu! (escreve a irmã Lúcia a 3 de janeiro de 1944, em "O Meu Caminho," I, p. 158 – 160 – Carmelo de Coimbra)
sábado, 29 de maio de 2010
Venerável Pio XII:A genuína piedade que o Angélico chama "devoção" e que é o acto principal da virtude da religião com o qual os homens se ordenam rectamente, se orientam oportunamente para Deus e livremente se consagram ao culto,(33) têm necessidade da meditação das realidades sobrenaturais e das práticas espirituais para que se alimente, estimule e fortifique e nos anime à perfeição. E já que nem sempre os motivos do amor dominam a alma agitada pelas paixões, é muito oportuno que nos impressione ainda a consideração salutar da divina justiça para levar-nos à humildade cristã, à penitência e à emenda.
29. Se a piedade privada e interna dos particulares se descuidasse do augusto sacrifício do altar e dos sacramentos, e se subtraísse ao influxo salvador que emana da Cabeça nos membros, seria, sem dúvida, reprovável e estéril; mas quando todas as providências e os exercícios de piedade não estritamente litúrgicos fixam o olhar da alma sobre actos humanos unicamente para endereçá-los ao Pai que está nos céus; para estimular salutarmente os homens à penitência e ao temor de Deus e arrancá-los da atracção do mundo e dos vícios, para conduzi-los felizmente por árduo caminho ao vértice da santidade, então, não apenas são sumamente louváveis, mas necessários, porque descobrem os perigos da vida espiritual, estimulam-nos à aquisição da virtude e aumentam o fervor com o qual nos devemos dedicar todos ao serviço de Jesus Cristo. A genuína piedade que o Angélico chama "devoção" e que é o acto principal da virtude da religião com o qual os homens se ordenam rectamente, se orientam oportunamente para Deus e livremente se consagram ao culto,(33) têm necessidade da meditação das realidades sobrenaturais e das práticas espirituais para que se alimente, estimule e fortifique e nos anime à perfeição. É que a religião cristã devidamente praticada requer, sobretudo, que a vontade se consagre a Deus e influa sobre as outras faculdades da alma. Mas todo acto da vontade pressupõe o exercício da inteligência e, antes que se conceba o desejo e o propósito de dar-se a Deus por meio do sacrifício, é absolutamente necessário o conhecimento dos argumentos e dos motivos que levam à religião, como, por exemplo, o fim último do homem e a grandeza da divina Majestade, o dever de obediência ao Criador, os tesouros inexauríveis do amor com o qual ele nos quis enriquecer, a necessidade da graça para alcançar a meta assinalada, e o caminho particular que a divina Providência nos preparou unindo-nos todos, como membros de um corpo, a Jesus Cristo Cabeça. E já que nem sempre os motivos do amor dominam a alma agitada pelas paixões, é muito oportuno que nos impressione ainda a consideração salutar da divina justiça para levar-nos à humildade cristã, à penitência e à emenda.