
 Ontem,  na Festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, foram realizadas, como de  costume, as ordenações diaconais e sacerdotais no seminário de Ecône na  Suíça, da Fraternidade Sacerdotal São Pio X. Treze novos sacerdotes e  quinze novos diáconos foram ordenados pelas mãos do bispo espanhol de  Galarreta (foto), que também é o coordenador dos teólogos da FSSPX que  participam das conversações doutrinárias do Vaticano, recentemente  concluídas.
 A  homilia do Bispo, que, junto com Mons. Fellay, não é considerado da ala  dura da Fraternidade, ao contrário do coirmão Tissier de Mallerais  (para não mencionar Williamson), era esperada porque poderia deixar  perceber qual o estado das conversações e das relações com Roma.
 A espera não decepcionou.
 Na  homilia de três quartos de hora, que está disponível em formato áudio  neste link, o prelado demorou-se longamente, na primeira parte da  homilia, sobre a funesta ilusão do Concílio Vaticano II de conciliar a  Fé Católica com alguns dos princípios do Iluminismo e da Revolução  Francesa; e, para testemunhar aquela intenção falaz, chama o próprio  Joseph Ratzinger, que chegou a definir um 'contra-silabo' os textos do  Concílio e considerou que a Igreja deveria fazer próprios,  purificando-os, alguns ideais nascidos fora dela, e particularmente do  liberalismo.
 Mas se esta é a pars destruens do sermão de Mons. de Galarreta, vem, então, a pars construens e a defesa apaixonada da exigência de buscar em Roma a solução dos problemas da Igreja.
 Declarando  previamente a gravidade da situação e dos erros doutrinários tão  difundidos na Igreja conciliar, dever-se-á, então, abandoná-la à própria  sorte? Pergunta-se, retoricamente, o prelado. Muito pelo contrário,  responde com emoção: "Por princípio temos que ter contato e por princípio temos que ir a Roma".  Primeiro - observa - porque somos católicos, apostólicos e ROMANOS.  Depois, porque, se Roma é o centro do Catolicismo, é de Roma que a  solução deve vir. Então, vale mais o pouco de bem que pode ser feito em  Roma, do que o muito bem que se pode fazer em outro lugar.
 E, depois, charitas Christi urget nos,  acrescenta o prelado. Que declara entender que é extremamente difícil  abandonar os erros de toda uma vida, quebrar com atitudes e hábitos  associados a ensinamentos errados e adquiridos com o consentimento das  autoridades. Reconhece que não é fácil e convida os seus a ter  compaixão. A caridade é um dever; quem se opõe, por princípio e  ferozmente, a todo contato com os modernistas, com Roma, deveria se  lembrar de uma passagem do Evangelho: quando o Senhor não foi recebido  em uma cidade, Tiago e João pedem-lhe para fazer descer o fogo divino  sobre ela. Mas Jesus os repreende: eles ainda não tinham recebido o  Espírito, que é Espírito de caridade.
 O  amor de Nosso Senhor se manifestou não na guerra, nos anátemas, nas  condenações, fazendo descer raios do céu, mas na humildade, na  humilhação, na obediência, na paciência, no sofrimento, na morte, e  ainda perdoando os inimigos na Cruz. Em Sua vida, Ele tentou de todas as  formas fazer admitir a Verdade aos fariseus para lhes oferecer a  salvação e o perdão. Aqui está o exemplo a seguir. E assim conclui  (paráfrase nossa):
      Não vejo como a firmeza da Verdade seria oposta à leveza, à  engenhosidade e, até, à ousadia da caridade. Nem a intransigência  doutrinária é contrária às vísceras da misericórdia e ao sal missionário  e apostólico de caridade. Não há que se escolher entre a fé e a  caridade, devemos abraçar ambas. Sem a caridade, nada sou: se eu mover  montanhas e der tudo aos pobres, sem a caridade, nada sou, como diz a  epístola aos Coríntios. A caridade é paciente, a caridade é boa, não é  invejosa, não busca o próprio interesse e não leva em conta o mal. Tudo  desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Eis como podemos cooperar  para a restauração da Fé, para a restauração de todas as coisas em  Cristo. E se o remédio consiste em Cristo, este remédio passa  necessariamente pelo Coração de Nossa Mãe, a Santa Virgem Maria. É ela, a  Mãe de Cristo, a Mãe de Deus, a Mãe de todos os homens, a Corredentora,  a Medianeira de todas as graças; é a Rainha de toda a criação, do Céu e  da terra.
 No  âmbito dos discursos de tons muitas vezes realmente 'duros' dos membros  da Fraternidade, especialmente quando se destinam precipuamente a um  auditório interno e, mais ainda, em uma circunstância tal como as  ordenações anuais no principal seminário da Fraternidade, o sermão de  Mons. de Galarreta se destaca pelas nuances filo-romanas que  transparecem claramente do texto e induzem a um moderado otimismo sobre  os humores internos da FSSPX em relação à oferta vaticana de  regularização canônica. Clara é de fato a censura que o bispo reserva  àqueles que querem a interrupção dos contatos com Roma e anseiam pelo  esplêndido isolamento de uma ruptura cismática. Com São Paulo, os  considera 'címbalos que tinem'; homens zelosos e diligentes que, no  entanto, faltam da única característica que faria suas atividades  virtuosas: a caridade, ou seja o amor ao próximo. Ainda mais clara é a  mensagem que ele expressa lembrando quão melhor é o pouco bem feito em  Roma, ou seja: no coração da Igreja, que o muito bem feito em outros  lugares, ou seja: fora dela. A Fraternidade sente que tem uma missão  benéfica a cumprir em favor da Igreja. Mas, para isso, lembra o prelado,  se deve passar por Roma, pois é de Roma que deverá vir a solução para a  atual crise na Igreja.
 Enrico.
 Fonte: Messainlatino.it
 Tradução: GdA 

 inundado por um mistério de luz que é Deus   e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora!  - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu!
inundado por um mistério de luz que é Deus   e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora!  - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu!