quinta-feira, 8 de setembro de 2011

NASCEU MARIA, SACRÁRIO VIVO DO CORAÇÃO DE JESUS

Natividade Nossa Senhora
A Sabedoria é o sentido da Criação e Maria a representa na Revelação (Provérbios 8, 22-36)
«O Senhor me possuiu no princípio da sua obra, antes de seus feitos mais antigos. Desde a eternidade fui constituída e antes que a Terra fosse criada. Ainda não havia os abismos e eu já estava concebida; ainda não existiam as fontes das águas; ainda não estavam assentados os montes; antes de haver outeiros, eu já havia nascido antes do Senhor ter criado a terra e traçado seus eixos. Quando Ele fixava o céu, eu lá estava presente; quando estabelecia a lei dos abismos e firmava no alto a região etérea; quando fixava o termo do mar e das fontes e assentava os fundamentos da Terra; Eu estava com Ele, medindo todas as obras. E cada dia era de encanto na Sua presença, brincando com o globo da Terra, e deliciando-me em estar com os filhos dos homens. Portanto meus filhos, ouvi-me: Felizes os que seguem os meus caminhos e as minhas instruções para serem sábios. Felizes os que me ouvem e velam todos os dias à porta de minha casa. Nunca a desprezeis… Quem me encontra, encontra a vida, e a salvação no Senhor; quem me perde, arruína a própria alma; quem me odeia opta pela morte».
“Maria é a obra-prima por excelência do Altíssimo, cuja sabedoria e elevação reservou para Si” (Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem, São Luis Maria Grignion de Montfort).
Por isto, já vislumbrar a especial parte de Maria no esplendor da Criação de Deus é uma graça. Tanto mais acolher a sequência dos seus sinais, como foram dados em Paris (na Capela de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, na rue du Bac), na Montanha deLa Salette e finalmenteem Fátima. São luminosos sinais de salvação para os nossos tempos.
«Feliz o homem que encontrou a sabedoria e alcançou a prudência. Adquiri-las vale mais que prata; rende mais que fino ouro; é mais preciosa do que qualquer pérola, Nenhum valor se iguala a ela. Na mão direita ela é vida longa; na esquerda, riqueza e honra. Formosos são os seus caminhos e de paz as suas veredas. Ela é árvore de vida para os que dela colherem e de felicidade para os que a cultivarem. O Senhor fundou a Terra na sabedoria, e firmou o céu na prudência. Pela sabedoria são superados abismos e das nuvens destila o orvalho» (Pr. 3, 13-20)
Capela da Rue du Bac
Capela da Rue du Bac
Sobre a Imaculada São Pio X ensinou:
“No meio deste dilúvio de males, nos aparece diante dos olhos a Virgem clementíssima, como arbitra de paz entre Deus e os homens – Colocarei o meu arco-íris nas nuvens e será o sinal do pacto entre Mim e a terra. Desabe a tempestade e se obscureça o céu: ninguém desespere. À vista de Maria, Deus se aplacará e perdoará. [...] Creiam os povos e confessem abertamente que Maria Virgem, desde o primeiro instante da sua concepção, foi isenta de toda mancha; com isto mesmo será necessário admitir também o pecado original, e a redenção dos homens por obra de Cristo, o Evangelho, a Igreja, e até a mesma lei da dor: assim, quanto queira a “racionalismo” e “materialismo” será arrancado e destruído, e permanecerá para a doutrina cristã o mérito de guardar e defender a verdade… ‘O arco-íris estará nas nuvens e Eu, ao contemplá-lo, lembrar-Me-ei do pacto eterno. E não retornarão as vagas do dilúvio para exterminar os vivos. Sem dúvida, se como convêm, confiamos em Maria… presenciaremos que ela é sempre aquela Virgem potentíssima – que com o seu pé virginal esmagou a cabeça da serpente” (Enc. Ad diem illum laetissimum, 2/2/1904). 
Não haverá magia demoníaca que poderá vingar por muito tempo na presença de Maria.
Como diz o Papa Leão XIII (Carta Encíclica Augustissimae Virginis Mariae, 12 de Setembro de 1897, sigla AVM):
«Não sentirá a alma fiel quando refletir que o Sangue de Cristo, derramado por nós, e os membros nos quais ele mostra ao Pai as feridas recebidas “como penhor da nossa liberdade”, não são outra coisa senão carne e sangue da Virgem? Na realidade: “A carne de Jesus é carne de Maria; e, embora sublimada pela glória de ressurreição, todavia a natureza dessa carne permaneceu e permanece a mesma que foi tomada de Maria” (De Assumptione B. M. V., c. V, inter operas S. Augustini, PL, XL, Incerti Auctoris ac Pii, col. 1141-1145).
«Quem quer que considere o grau sublime de dignidade e glória a que Deus elevou a augustíssima Virgem Maria, facilmente pode compreender que vantagem traz à vida pública e privada o contínuo desenvolvimento e a sempre mais ardente difusão do seu culto. De fato, Deus escolheu-a desde a eternidade para vir a ser Mãe do Verbo, que se encarnaria; e, por este motivo, entre todas as criaturas mais belas na ordem da natureza, da graça e da glória, Ele a distinguiu com privilégios tais, que a Igreja com razão aplica a ela aquelas palavras: “Saí da boca do Altíssimo, primogênita antes de toda criatura” (Ecli. 24, 5). Quando, pois, se iniciou o curso dos séculos, aos progenitores do gênero humano, caídos na culpa, e aos descendentes, marcados pela mesma mancha, ela foi dada como penhor da futura reconciliação e da salvação».
«Depois, o Filho de Deus, por sua vez, fez sua santíssima Mãe objeto de demonstrações evidentes de honra. De fato, durante a sua vida privada, Ele escolheu-a como sua cooperadora nos dois primeiros milagres por Ele operados. O primeiro foi um milagre de graça, e teve lugar quando, à saudação de Maria, a criança exultou no seio de Isabel; o segundo foi um milagre na ordem da natureza; e teve lugar quando, nas bodas de Caná, Cristo transformou a água em vinho. Chegado, depois, ao termo da sua vida pública, quando estava em via de estabelecer e selar com o seu sangue divino o Novo Testamento, Ele confiou-a ao seu Apóstolo predileto, com aquelas suavíssimas palavras: “Eis aí tua mãe!” (Jo. 19, 27). Portanto, Nós, que, embora indignamente, representamos na terra Jesus Cristo, Filho de Deus, enquanto tivermos vida nunca cessaremos de promover a glória dela. E, como sentimos que, pelo peso grande dos anos, a Nossa vida não poderá durar ainda muito, não podemos deixar de repetir a todos os Nossos filhos e a cada um deles em particular as últimas palavras que Cristo nos deixou como testamento, enquanto pendia da cruz: “Eis aí tua Mãe!”. Oh! como nos consideraríamos felizes se as Nossas recomendações chegassem a fazer com que cada fiel não tivesse na terra nada mais importante ou mais caro do que a devoção a Nossa Senhora, e pudesse aplicar a si mesmo as palavras que João escreveu de si: “O discípulo tomou-a consigo” (Jo. 19, 27).
“De Maria, como de um caudal pleno, desce a onda das graças celestes: “nas suas mãos se acham os tesouros das divinas misericórdias” (S. João Damasceno, Sermo I de Nativitate).
“É vontade divina que ela seja o princípio de todo bem” (S. Ireneu, Contra Valent. 1, III, c. 33).
“Nós esperamos firmemente que com todas as nossas forças possamos cultivar e estender sempre mais na vida terrena o amor incomparável de nossa terníssima Mãe e Medianeira (Leão XIII).
«Como ensina o Angélico, “nada proíbe que algum outro se chame, sob certos aspectos, mediador entre Deus e os homens, quando dispositiva e ministerialmente coopera para a união do homem com Deus” (S. Thomas de Aquino, 3 q. 26 a. 1), como é o caso dos Anjos, dos Santos, dos profetas e dos sacerdotes do velho e do novo Testamento, sem dúvida alguma tal título de glória convém, em medida ainda maior, à Virgem excelsa. De fato, é impossível imaginar outra criatura que tenha realizado ou esteja para realizar uma obra semelhante à dela, na reconciliação dos homens com Deus. Foi ela que, para os homens fadados à eterna ruína, gerou o Salvador; quando, ao anúncio do mistério de paz trazido à terra pelo Anjo, ela deu o seu admirável assentimento, “em nome de todo o gênero humano” (S. Thomas de Aquino, 3 q. 30 a. 1). Ela é aquela “da qual nasceu Jesus”, sua verdadeira Mãe, e por isto digna e agradabilíssima “Mediadora junto ao Mediador” (AVM).
O Rosário fortifica a nossa fé com lições de penitência 
Neste mês de Setembro, lembramos as dores de Nossa Senhora ligadas à Sua glória inefável.
«Impelido pelo constante desejo de manifestar ao povo cristão o poder e a grandeza do Rosário mariano, Nós recordamos antes de tudo a origem, mais celeste que humana, desta oração. E, para este fim, pusemos em evidência que esta maravilhosa coroa é um enredo de saudações angélicas, intercaladas pela oração dominical, unidas pela meditação. Assim composto, o Rosário constitui a mais excelente forma de oração, e o meio mais eficaz para alcançar a vida eterna, visto como, além da excelência das suas orações, ele nos oferece uma sólida defesa da nossa fé e um sublime modelo de virtude, nos mistérios propostos à nossa contemplação. Além disto demonstramos que o Rosário é uma prática fácil e adaptada à índole do povo, a qual apresenta, outrossim, na recordação da Família de Nazaré, o ideal mais perfeito da vida doméstica. Por tais motivos os fiéis sempre lhe experimentaram o salutar poder» (Carta Encíclica “Diuturni Temporis” do Papa Leão XIII, 5 de Setembro de 1898).
«Aqui afigura-se oportuno uma chamada aos deveres das virtudes que a fé justamente impõe. Entre estas, é obrigatória e salutar, por diversos motivos, a virtude da penitência, da qual é uma manifestação a “abstinência”. Se a Igreja mostra, sobre este ponto, sempre maior brandura para com seus filhos, é entretanto dever destes compensar com outras obras meritórias a sua maternal indulgência. Ora, também para tal fim apraz-nos, em primeiro lugar, inculcar a prática do Rosário, que pode produzir “bons frutos de penitência”, especialmente pela meditação dos sofrimentos de Jesus e de sua Mãe Santíssima».
«Aqueles, pois, que se esforçam por atingir o seu bem supremo, um admirável desígnio da Providência ofereceu o auxílio do Rosário: auxilio mais fácil e mais prático do que qualquer outro. Porque basta um conhecimento, mesmo modesto, da religião, para se aprender a rezar com fruto o Rosário; e, por outro lado, isso requer tão pouco tempo, que na realidade não pode acarretar prejuízo a outros afazeres. Além de que isto é confirmado por oportunos e luminosos exemplos da história da Igreja; onde se lê que em todos os tempos houve pessoas que, embora desempenhassem ofícios muito pesados, ou fossem empenhadas em fatigantes ocupações, nem sequer por um só dia relaxaram esta piedosa devoção.
«Isto se explica por esse íntimo sentimento de piedade que leva as almas à esta sagrada coroa, até a amá-la ternamente e a considerá-la como a companheira inseparável e fiel amparo da sua vida. Apertando-a entre os dedos nas supremas agonias, eles estão mais seguros de ter em mão um penhor da “imarcescível coroa de glória”. Tal esperança é ainda grandemente reforçada pelos tesouros “das indulgências” com que o Rosário foi enriquecido na mais larga medida pelos Nossos Predecessores e por Nós mesmo; sempre que, entende-se, delas se tenha a devida estima. Não há dúvida que essas indulgências, como que dispensadas pelas mãos da Virgem       misericordiosa, ajudam muito os moribundos e os defuntos, apressando para eles as alegrias da suspirada paz e da luz eterna. Para o retorno dos dissidentes. Eis aí, ó Veneráveis Irmãos, os motivos que nos impelem a não desistir de louvar e de recomendar aos católicos uma forma tão excelente de piedade, uma devoção tão útil para chegar ao porto da salvação. Mas a isto somos movido também por outra razão de extraordinária importância sobre a qual já muitas vezes temos manifestado o nosso pensamento em Cartas e Alocuções, como segue: – Sentindo-nos cada dia mais fortemente estimulado e impelido á obra pelo ardente desejo – em nós ateado pelo sacratíssimo Coração de Jesus – favorecer a reconciliação dos dissidentes, por compreender que esta admirável unidade não pode ser mais bem preparada e realizada do que em virtude da oração. Temos presente ao Nosso espírito o exemplo de Cristo, que suplicou longamente seu Pai para que os seguidores da sua doutrina fossem “uma coisa só” na fé e na caridade. Depois disso, que a prece da Virgem também seja eficacíssima para este fim, disto temos uma prova eloqüente na história apostólica. Aquela página que, enquanto nos apresenta a primeira reunião dos Discípulos, em suplicante espera da prometida efusão do Espírito Santo, faz especial menção de Maria, em oração com eles: “Todos eles perseveravam unânimes na oração com Maria, Mãe de Jesus” (At 1, 14). Portanto, assim como a Igreja nascente justamente se uniu na oração a ela – a mais nobre fautora e guardiã da unidade, – o mais possível oportuno é que outro tanto façam, nos nossos dias, os católicos; especialmente durante o mês de Outubro, que Nós, já de longa data, temos querido dedicar e consagrar à divina Mãe, com a recitação solene do Rosário, para implorar o auxílio dela nas presentes angústias da Igreja. Acenda-se, pois, por toda parte o ardor por esta oração, com a finalidade precípua de alcançar a santa unidade. Nada poderá ser mais suave e mais grato a Maria. Unida intimamente a Cristo, sobretudo ela deseja e quer que aqueles que receberam o dom do mesmo batismo, por Ele instituído, estejam também unidos, por uma mesma fé e por uma perfeita caridade, com Cristo e entre si mesmos.
«Que, mediante o Rosário, os mistérios augustos desta fé penetrem tão profundamente nas almas, que nós possamos – queira-o Deus! -”imitar aquilo que manifestam, alcançando aquilo que prometem!” 

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