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Neste domingo ao
meio-dia, por ocasião do Angelus, na mesma praça de São Pedro, onde sábado à
noite teve lugar uma concorrida Vigília de Oração pela paz na Síria, no Médio
Oriente e em todo o mundo, Papa Francisco voltou a referir-se ao tema da paz,
sublinhando que a pior das guerras que há que combater é a do mal que germina
nos nossos corações. Agradecendo a todos os que aderiram à sua iniciativa
participando na participação na Jornada de jejum e oração pela paz, não só em
Roma mas em tantas partes do mundo, o Papa pediu que se prossiga com a oração e
com obras de paz.
Como quase sempre antes do Angelus, o Santo Padre começou
por evocar o Evangelho deste domingo, em que Jesus insiste sobre as condições
para ser seu discípulo: nada antepor ao amor por Ele, levar a própria cruz e
segui-Lo.
Seguir Jesus não significa participar num cortejo triunfal!
Significa partilhar o seu amor misericordioso, entrar na sua grande obra de
misericórdia por cada homem e por todos os homens. E este perdão universal passa
através da cruz.
O que exige a renúncia, para seguir Jesus como o bem
supremo…
O discípulo de Jesus renuncia a todos os bens porque encontrou n’Ele
o Bem maior, no qual todo e qualquer outro bem recebe o seu pleno valor e
significado: os elos familiares, as outras relações, o trabalho, os bens
culturais e económicos… O cristão desprende-se de tudo e reencontra tudo na
lógica do Evangelho, a lógica do amor e do serviço.
No evangelho deste
domingo, para explicar esta exigência, Jesus usa duas parábolas: a de uma torre
a construir e a do rei que parte para a guerra. Neste caso, Jesus não enfrenta o
tema da guerra, mas simplesmente usa uma parábola, como quem diz:
Há uma
guerra mais profunda que todos temos que combater! É a decisão forte e corajosa
de renunciar ao mal e às suas seduções e de escolher o bem, prontos a pagar em
primeira pessoa: é isso seguir Cristo, tomar a sua própria Cruz!Isto
comporta, nomeadamente, dizer não ao ódio fratricida e às falsidades de que se
serve, às violências sob todas as suas formas, à proliferação das armas e ao seu
comércio ilegal. São estes os inimigos a combater, unidos e com coerência, não
seguindo outros interesses que não sejam os da paz e do bem comum
A concluir
a sua alocução antes das Ave-Marias, o Papa recordou que se celebra neste dia 8
de Setembro a natividade de Maria, festa particularmente cara às Igrejas
Orientais, que saudou efusivamente, em todas as suas componentes – patriarcas
(ortodoxos ou católicos), monges e monjas, fiéis leigos… Recordando a Vigília de
oração, pela paz na Síria e em todo o Médio Oriente, convidou a invocar Maria
como Rainha da Paz.
Foi já depois do Angelus, que o Papa quis agradecer a
todos os que, de diversos modos, aderiram à vigília de oração e jejum pela paz:
todos os que uniram a oferta dos seus sofrimentos; as autoridades; e também os
membros de outras comunidades cristãs e de outras religiões, e mesmo os homens e
mulheres de boa vontade que viveram, nesta ocasião, momentos de oração, de
jejum, de reflexão. Mas advertiu: agora o empenho continua:
Prossigamos com a
oração e com obras de paz! Convido-vos a continuar a rezar para que cesse
imediatamente a violência e a devastação, na Síria, e se trabalhe com renovado
empenho para uma solução justa ao conflito fratricida. Rezemos também pelos
outros países do Médio Oriente, particularmente pelo Líbano, para que encontre a
desejada estabilidade e continue a ser um modelo de convivência; pelo Iraque,
para que a violência sectária dê lugar à reconciliação; e pelo processo de paz
entre Israelitas e Palestinianos, para que progrida com decisão e coragem. E
rezemos pelo Egipto, para que todos os egípcio, muçulmanos e cristãos, se
empenhem em construir conjuntamente a sociedade para o bem de toda a população.
A busca da paz é longa, e exige paciência e perseverança.
O Papa recordou
ainda a beatificação, neste sábado, em Rovigo, de Maria Bolognese, leiga dali
natural, que nasceu em 1924 e morreu em 1980:
Gastou toda a sua vida ao
serviço dos outros, especialmente pobres e doentes, suportando grandes
sofrimentos em profunda união com a paixão de Cristo. Demos graças a Deus por
esta testemunha do Evangelho.
- E senti o espírito inundado por um mistério de luz que é Deus e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora! - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu! (escreve a irmã Lúcia a 3 de janeiro de 1944, em "O Meu Caminho," I, p. 158 – 160 – Carmelo de Coimbra)