domingo, 8 de setembro de 2013

Ao Angelus Papa agradece participação na vigília de ontem e pede que se continue a rezar e a actuar a favor da paz na Síria, Líbano, Terra Santa e Egip

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Neste domingo ao meio-dia, por ocasião do Angelus, na mesma praça de São Pedro, onde sábado à noite teve lugar uma concorrida Vigília de Oração pela paz na Síria, no Médio Oriente e em todo o mundo, Papa Francisco voltou a referir-se ao tema da paz, sublinhando que a pior das guerras que há que combater é a do mal que germina nos nossos corações. Agradecendo a todos os que aderiram à sua iniciativa participando na participação na Jornada de jejum e oração pela paz, não só em Roma mas em tantas partes do mundo, o Papa pediu que se prossiga com a oração e com obras de paz.
Como quase sempre antes do Angelus, o Santo Padre começou por evocar o Evangelho deste domingo, em que Jesus insiste sobre as condições para ser seu discípulo: nada antepor ao amor por Ele, levar a própria cruz e segui-Lo.
Seguir Jesus não significa participar num cortejo triunfal! Significa partilhar o seu amor misericordioso, entrar na sua grande obra de misericórdia por cada homem e por todos os homens. E este perdão universal passa através da cruz.
O que exige a renúncia, para seguir Jesus como o bem supremo…
O discípulo de Jesus renuncia a todos os bens porque encontrou n’Ele o Bem maior, no qual todo e qualquer outro bem recebe o seu pleno valor e significado: os elos familiares, as outras relações, o trabalho, os bens culturais e económicos… O cristão desprende-se de tudo e reencontra tudo na lógica do Evangelho, a lógica do amor e do serviço.
No evangelho deste domingo, para explicar esta exigência, Jesus usa duas parábolas: a de uma torre a construir e a do rei que parte para a guerra. Neste caso, Jesus não enfrenta o tema da guerra, mas simplesmente usa uma parábola, como quem diz:
Há uma guerra mais profunda que todos temos que combater! É a decisão forte e corajosa de renunciar ao mal e às suas seduções e de escolher o bem, prontos a pagar em primeira pessoa: é isso seguir Cristo, tomar a sua própria Cruz!Isto comporta, nomeadamente, dizer não ao ódio fratricida e às falsidades de que se serve, às violências sob todas as suas formas, à proliferação das armas e ao seu comércio ilegal. São estes os inimigos a combater, unidos e com coerência, não seguindo outros interesses que não sejam os da paz e do bem comum
A concluir a sua alocução antes das Ave-Marias, o Papa recordou que se celebra neste dia 8 de Setembro a natividade de Maria, festa particularmente cara às Igrejas Orientais, que saudou efusivamente, em todas as suas componentes – patriarcas (ortodoxos ou católicos), monges e monjas, fiéis leigos… Recordando a Vigília de oração, pela paz na Síria e em todo o Médio Oriente, convidou a invocar Maria como Rainha da Paz.
Foi já depois do Angelus, que o Papa quis agradecer a todos os que, de diversos modos, aderiram à vigília de oração e jejum pela paz: todos os que uniram a oferta dos seus sofrimentos; as autoridades; e também os membros de outras comunidades cristãs e de outras religiões, e mesmo os homens e mulheres de boa vontade que viveram, nesta ocasião, momentos de oração, de jejum, de reflexão. Mas advertiu: agora o empenho continua:
Prossigamos com a oração e com obras de paz! Convido-vos a continuar a rezar para que cesse imediatamente a violência e a devastação, na Síria, e se trabalhe com renovado empenho para uma solução justa ao conflito fratricida. Rezemos também pelos outros países do Médio Oriente, particularmente pelo Líbano, para que encontre a desejada estabilidade e continue a ser um modelo de convivência; pelo Iraque, para que a violência sectária dê lugar à reconciliação; e pelo processo de paz entre Israelitas e Palestinianos, para que progrida com decisão e coragem. E rezemos pelo Egipto, para que todos os egípcio, muçulmanos e cristãos, se empenhem em construir conjuntamente a sociedade para o bem de toda a população. A busca da paz é longa, e exige paciência e perseverança.
O Papa recordou ainda a beatificação, neste sábado, em Rovigo, de Maria Bolognese, leiga dali natural, que nasceu em 1924 e morreu em 1980:
Gastou toda a sua vida ao serviço dos outros, especialmente pobres e doentes, suportando grandes sofrimentos em profunda união com a paixão de Cristo. Demos graças a Deus por esta testemunha do Evangelho.