Roma, 05 mai (SIR) – Uma nova bem-aventurada que em seu perfil biográfico apresenta uma misteriosa possessão diabólica. Junto com a experiência do exorcismo que a libertou, mas ao preço de sofrimentos inimagináveis, existe também este traço um tanto incomum na biografia de Maria Bolognesi, humilde mística italiana do século XX para a qual o Papa abriu nos últimos dias o caminho à honra dos altares, aprovando o decreto que atribui um milagre à sua intercessão. A de Maria Bolognesi é a história de uma mulher muito simples chamada a ser, de uma maneira singular, sinal de presença de Deus. Nasceu em 1924 em Bosaro, na província de Rovigo, no nordeste da Itália, de uma família pobre e numa situação difícil. Frequentou as escolhas até o segundo ano primário; mas através da avó aprendeu a sabedoria da fé e o amor pela oração. Por isso desde menina sua assiduidade à missa cotidiana, ao catecismo, à Ação católica, enquanto ajuda a família no trabalho da terra. A 21 de junho de 1940, porém, acontece, algo misterioso: para Maria começa um período de trevas, que se caracteriza por um profundo mal-estar. Existe nela uma força que lhe impede de colocar o pé na paróquia de são Caseiro onde era de casa; as amigas contaram que “é como se uma força poderosa a arrastasse longe da igreja e de qualquer sacerdote”. No verão de 1941 o pai a imobiliza: é a única maneira para realizar um exorcismo por um sacerdote, antes, e – poucas horas depois (não tendo surtido efeito) – também pelo bispo. A possessão diabólica – informam os biógrafos – a partir daquele momento se atenua, também se continua a se manifestar até janeiro de 1942. Mas a partir de 1º de abril daquele mesmo ano, a situação muda radicalmente: iniciam as visões místicas durante as quais Cristo lhe entrega três alianças. Todos puderam constatar os fenômenos acompanhados de formas de participação física aos sofrimentos de Jesus no Calvário. A pedido do diretor espiritual começa também a tomar nota, num caderno, de suas experiências místicas: escreverá mais de 2 mil páginas. A partir de 1942 a vida de Maria Bolognesi é marcada por uma série de doenças, que a acompanharão por quase quarenta anos. Mas continua sempre uma mulher muito ativa: continua seu compromisso na Ação católica e seu serviço como catequista paroquial. E alimenta uma atenção particular pelos doentes, Faleceria a 30 de janeiro de 1980. “Maria – escreveu o postulador de sua causa de beatificação, padre Tito Maria Sartori – continua sendo pobres entre os pobres, sinal da presença divina nas almas humildes. Também se os dons místicos que enriquecem a relação com Deus continuam longe da nossa experiência, o amor pelos necessitados, sua dedicação aos doentes, sua participação aos sofrimentos dos demais são também para nós um exemplo a ser imitado e um motivo a mais para pedir a ela que interceda junto a deus em nosso favor”. |