Depois de frequentar os estudos secundários no Colégio El Pilar (Madrid), frequentou a Escola de Engenharia Civil, Canais e Portos, e terminou o curso em 1941. Em seguida, trabalhou em vários organismos públicos com jurisdição no sector hidrográfico. Ao mesmo tempo, estudou Filosofia e Letras (Secção de História) e doutorou-se em 1944 com a tese
Descobrimentos e explorações no litoral da Califórnia.
Em 1935 incorporou-se no Opus Dei, instituição da Igreja Católica fundada sete anos antes por S. Josemaria Escrivá. Ele recebeu diretamente do fundador a formação e o espírito próprios daquele novo caminho na Igreja. Desenvolveu um amplo trabalho de evangelização entre os colegas de estudo e de trabalho, e desde 1939 fez várias viagens de carácter apostólico a diferentes cidades de Espanha.
No dia 25 de junho de 1944 foi ordenado sacerdote pelo Bispo de Madrid, D. Leopoldo Eijo y Garay, juntamente com José Maria Hernández Garnica e José Luis Múzquiz: são os três primeiros sacerdotes do Opus Dei, depois do fundador.
Em 1946 mudou-se para Roma, poucos meses antes de S. Josemaria, com quem viveu também nos anos seguintes. Trata-se de um período crucial para o Opus Dei, que, então, recebeu as primeiras aprovações jurídicas da Santa Sé. Para D. Álvaro del Portillo começou também uma época decisiva, em que, entre outras coisas, realizou − com a sua atividade intelectual perto de S. Josemaria e com o seu trabalho na Santa Sé − uma profunda reflexão sobre o papel e a responsabilidade dos fiéis leigos na missão da Igreja, através do trabalho profissional e das relações sociais e familiares. " Num hospital − escreve anos mais tarde para exemplificar esta realidade − a Igreja não está só presente pelo capelão: também atua através dos fiéis que, como médicos ou enfermeiros, procuram prestar um bom serviço profissional e uma delicada atenção humana aos doentes; num bairro, o templo será sempre um ponto de referência fundamental, mas a única maneira de chegar aos que não o frequentam será através de outras famílias".
Entre 1947 e 1950 incentivou a expansão apostólica do Opus Dei em Roma, Milão, Nápoles, Palermo e outras cidades italianas. Promoveu atividades de formação cristã e atendeu sacerdotalmente inúmeras pessoas. Sinal do trabalho marcante que fez em Itália são as várias ruas e praças que lhe foram dedicadas em diversas localidades do país.
A 29 de junho de 1948, o fundador do Opus Dei em Roma erigiu o Colégio Romano da Santa Cruz, centro internacional de formação do qual Álvaro del Portillo foi o primeiro reitor e onde ensinou Teologia moral (1948-1953). Em 1948 doutorou-se em Direito Canónico na Universidade Pontifícia de S. Tomás.
Durante os seus anos em Roma, os vários Papas, de Pio XII a João Paulo II, chamaram-no para desempenhar numerosos encargos como membro ou consultor de 13 organismos da Santa Sé. Participou ativamente no Concílio Vaticano II. João XXIII nomeou-o consultor da Sagrada Congregação do Concílio (1959-66). Nas fases anteriores ao Concílio Vaticano II, foi presidente da Comissão para o Laicado. Já durante o Concílio (1962-65) foi secretário da Comissão sobre a Disciplina do Clero e do Povo Cristão. Após este evento eclesial, Paulo VI nomeou-o consultor da Comissão pós-conciliar dos Bispos e Governo das Dioceses (1966). Foi também, durante muitos anos, consultor da Congregação para a Doutrina da Fé.
A vida de Álvaro del Portillo está estreitamente ligada ao fundador do Opus Dei. Permaneceu sempre ao seu lado até o momento da morte em 26 de junho de 1975, colaborando com S. Josemaria nas tarefas de evangelização e de governo pastoral. Com ele foi a numerosos países para iniciar e orientar os diversos apostolados. "Vendo a sua presença amável e discreta ao lado da figura dinâmica de Mons. Escrivá, vinha-me ao pensamento a modéstia de S. José ", escreverá depois da sua morte um agostiniano irlandês, o Padre John O'Connor.
A 15 de setembro de 1975, no congresso geral convocado após a morte do fundador, Álvaro del Portillo foi eleito para lhe suceder à frente do Opus Dei. Em 28 de novembro de 1982, quando o Beato João Paulo II erigiu o Opus Dei como prelatura pessoal, nomeou-o Prelado da nova prelatura. Oito anos depois, a 7 de dezembro de 1990, nomeou-o bispo e, em 6 de janeiro de 1991, conferiu-lhe a ordenação episcopal na Basílica de São Pedro.
Ao longo dos anos em que esteve à frente do Opus Dei, D. Álvarodel Portillo promoveu o início da atividade da Prelatura em 20 novos países. Nas suas viagens pastorais, que o levaram aos cinco continentes, falou a milhares de pessoas do amor à Igreja e ao Papa, e anunciou com persuasiva simpatia a mensagem cristã de S. Josemaria sobre a santidade na vida corrente. Em Portugal esteve 12 vezes acompanhando S. Josemaria e 8 vezes sendo já Prelado do Opus Dei. Em todas as viagens visitou o Santuário de Nossa Senhora de Fátima.
Como Prelado do Opus Dei, D. Álvaro del Portillo estimulou o início de numerosas iniciativas sociais e educativas. O Centre Hospitalier Monkole (Kinshasa, Congo), o Center for Technology and Enterprise (CITE, em Cebú, Filipinas) e da Niger Foundation (Enugu, Nigéria) são exemplos de instituições de desenvolvimento social realizados por fieis do Opus Dei, com outras pessoas, sob o impulso direto de D. Álvaro del Portillo.
Também a Universidade Pontifícia da Santa Cruz (desde 1985) e o seminário internacional Sedes Sapientiae (desde 1990), ambos em Roma, assim como o Colégio Eclesiástico Internacional Bidasoa (Pamplona, Espanha), formaram para as dioceses milhares de candidatos ao sacerdócio enviados por bispos de todo o mundo. São um sinal da preocupação de D. Álvaro del Portillo pelo papel do sacerdote no mundo atual, tema a que dedicou grande parte das suas energias, como ficou bem patente nos anos do Concílio Vaticano II. "O sacerdócio não é uma carreira, escreveu em 1986, mas uma entrega generosa, plena, sem cálculos nem limitações, para ser semeadores de paz e alegria no mundo, e para abrir as portas do Céu a quem beneficia desse serviço e ministério".
D. Álvaro del Portillo faleceu em Roma na madrugada de 23 de março de 1994, poucas horas depois de regressar de uma peregrinação à Terra Santa. Na véspera, a 22 de março, celebrou a sua última Missa na Igreja do Cenáculo em Jerusalém.
Álvaro del Portillo é autor de publicações sobre questões teológicas, canónicas e pastorais: Fiéis e leigos na Igreja (1969), Escritos sobre o sacerdócio (1970) e numerosos textos dispersos, a maioria deles postumamente recolhidos no volume de Rendere amabile la Verità. Raccolta di scritti di Mons. Álvaro del Portillo, publicado em 1995 pela Libreria Editrice Vaticana. Em 1992, publicou-se o volumeIntervista sul Fondatore dell'Opus Dei, resultado das suas conversas com o jornalista italiano Cesare Cavalleri, sobre a figura de S. Josemaria Escrivá, que foi traduzido em várias línguas.
Depois da sua morte, em 1994, milhares de pessoas têm testemunhado por escrito as suas recordações de D. Álvaro del Portillo: a bondade, o calor do sorriso, a humildade, a audácia sobrenatural, a paz interior que a sua palavra comunicava.
Para mais informação: www.opusdei.org