Giuseppe Sarto, a eleição de um santo
As razões por trás da eleição

O Patriarca de Veneza parecia ser a pessoa mais satisfatória. Seus traços biográficos representavam uma espécie de garantia. Ele era um homem do povo, muito humilde, e não da nobreza; havia nascido não nos Estados Papais, mas no Reino da Lombardia-Venécia; ele nunca servira como diplomata pontifício; era um homem discretamente culto, mas não um intelectual; passara toda a sua carreira na cura das almas; era de conhecimento geral que, se necessário, ele sabia mandar e fazer-se obedecido. Além do mais, era conhecido por sua profunda piedade; totalmente distante dos lobbies romanos e desprovido de interesses pessoais. Por último, mas não menos importante, ele tinha exatamente a idade certa (68) para dar a todos as necessárias garantias de discernimento e prudência”. [Romanato, “Pio X: profile storico”, in Sulle orme di Pio X, p. 13.] LER...
Há 111 anos, a coroação de São Pio X.
Em todos os detalhes, o ritual de uma cerimônia hoje simplificada em missa de entronização.

A atitude pessoal de São Pio X para com os modernistas.
Na festa de São Pio X, pedimos a intercessão de tão insígne Pontífice para que imitemos o seu exemplo de caridade e zelo.
Desde sua primeira encíclica, Pio X urgia por caridade mesmo para com “aqueles que se nos opõem e perseguem, vistos, talvez, como piores do que realmente são”. Esta caridade não era um sinal de fraqueza, mas estava fundamentada na esperança: “a esperança”, escreveu o Papa, “de que a chama da caridade Cristã, paciente e afável, dissipará as trevas de suas almas e trará a luz e a paz de Deus”.

Pio X também tinha sua esperança – de ver os adversários da Igreja emendando seus caminhos e renunciando seus erros – no que diz respeito aos modernistas.
Os testemunhos que citaremos o provarão de maneira incontestável. Mas Pio X fez mais: discretamente deu assistência financeira a alguns deles ou lhes arranjou outros ofícios; em outros casos, mostrou-se prudente antes de condená-los. Era esta generosidade, nada excepcional, incompatível com sua determinação na luta contra o modernismo? Como pode o mesmo homem que impõe sanções, depõe clérigos, excomunga, simultaneamente mostrar-se caridoso e contido? Durante o processo de beatificação, o Promotor da Fé apresentou uma série de objeções; uma delas era: “Sejamos francos: a questão, a única questão que, a meu ver, parece se levantar neste grande inquérito, é saber se Pio X, em sua luta contra o modernismo, ultrapassou as fronteiras da prudência e da justiça, particularmente em seus últimos anos…” [Novae Animadversiones, citado em Conduite de s. Pie X, p. 14] A isso, o Postulador da Causa respondeu com um volumoso dossiê de mais de 300 páginas no qual mostrava que Pio X era “firme em seus princípios, correto em suas intenções e paciente e afável com aqueles com quem lidava, mesmo se tivesse razões justas para expressar sua angústia por causa deles”. [Ibid., p. 20]ler...