domingo, 2 de maio de 2010

Bento XVI em Turim: permanecer firmes na fé recebida que dá sentido á vida; nunca perder a luz da esperança em Cristo Ressuscitado que é capaz de transformar a realidade e tornar novas todas as coisas

 


(2/5/2010) Bento XVI visita este Domingo a cidade italiana de Turim para venerar o Santo Sudário, exposto publicamente pela primeira vez nos últimos anos.
O Sudário, uma das relíquias mais famosas do Cristianismo, é um pano de linho puro que alguns afirmam ter sido utilizado para envolver o corpo de Jesus Cristo após sua crucificação.
À imagem do que fez João Paulo II, em Maio de 1998, Bento XVI irá venerar esta tarde , o Sudário; o programa desta visita a Turim inclui ainda o encontro com jovens e uma visita a um centro para pessoas com deficiência, no fim da tarde.
Constituiu uma palavra de fé, de esperança e de exortação à caridade fraterna – como Jesus nos amou, a homilia do Papa, na celebração eucarística, a partir das leituras deste quinto domingo do Tempo pascal, uma celebração que teve lugar na Praça de São Carlos.

No Evangelho proclamado, Jesus fala de um “mandamento novo”. Mas “qual é a sua novidade?” – interrogou-se Bento XVI, logo recordando as palavras do próprio Jesus: “Como eu vos amei, amai-vos assim também vós uns aos outros”.
“O que há de novo é precisamente este amar como Jesus amou. Todo o nosso amar é precedido do seu amor e insere-se, realiza-se precisamente por este amor. O Antigo Testamento não apresentava nenhum modelo de amor, mas formulava apenas o preceito de amar. Jesus deu-se a si mesmo como modelo e como fonte de amor”.
Trata-se ( acrescentou ainda o Papa) de um amor sem limites, universal, capaz de transformar até mesmo todas as circunstâncias negativas e todos os obstáculos em ocasiões para progredir no amor”.

Neste contexto, e como tinham já feito o presidente da Câmara de Turim e o respectivo arcebispo, nas saudações iniciais, também Bento XVI evocou “a rica tradição de santidade e de generoso serviço aos irmãos” de que a Igreja que está em Turim deu provas nos séculos passados, na pessoa de padres, religiosas e mesmo leigos. E aqui o Papa quis deixar uma palavra especial de grande encorajamento aos padres e diáconos, como também aos Religiosos e Religiosas:

“Por vezes, ser operário na vinha do Senhor pode parecer duro, multiplicam-se os empenhos, muitos são os apelos, não faltam problemas. Sabei encontrar quotidianamente na relação de amor com Deus e na oração a força para levar o anúncio profético da salvação; centrai de novo a vossa existência sobre o essencial do Evangelho, cultivai uma real dimensão de comunhão e fraternidade no interior do presbitério, das vossas comunidades, nas relações com o Povo de Deus; testemunhai no ministério a potência do amor que vem do Alto, vem do Senhor presente no meio de nós”.

Bento XVI não esqueceu as “dificuldades, problemas, preocupações” de tantas pessoas em situação de “precariedade, por falta de trabalho, incerteza pelo futuro, sofrimento físico e moral”, referindo as famílias, os jovens, as pessoas idosas, sós ou marginalizadas, os imigrados.
Às famílias, o Papa pediu que vivam “a dimensão cristã do amor nas simples acções quotidianas, nas relações familiares, superando divisões e incompreensões, cultivando a fé”. Ao “rico e variegado mundo da Universidade e da cultura”, Bento XVI pediu um “testemunho de amor”, com “a escuta atenta e o diálogo humilde, na busca da Verdade, na certeza de que é a própria Verdade que vem ao nosso encontro”.

Não faltou um encorajamento às autoridades públicas:
“Desejo também encorajar o esforço, muitas vezes difícil, de quem está chamado a administrar a coisa pública: a colaboração para alcançar o bem comum e tornar a Cidade cada vez mais humana e vivível, é um sinal de que o pensamento cristão sobre o homem nunca é contra a sua liberdade, mas a favor de uma maior plenitude que só numa civilização do amor encontra a sua concretização”.

Bento XVI concluiu, deixando uma exortação à “Igreja que está em Turim”:

“Vim ao meio de vós para vos confirmar na fé. Desejo exortar-vos, com força e afecto, a permanecerdes firmes naquela fé que recebestes e que dá sentido à vida; a não perderdes nunca a luz da esperança em Cristo Ressuscitado, que é capaz de transformar a realidade e de tornar novas todas as coisas; a viverdes na cidade, nos bairros, nas comunidades, nas famílias, de modo concreto e simples, o amor de Deus: Como eu vos amei, amai-vos assim uns aos outros”.
fonte:radio vaticano