- E senti o espírito inundado por um mistério de luz que é Deus e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora! - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu! (escreve a irmã Lúcia a 3 de janeiro de 1944, em "O Meu Caminho," I, p. 158 – 160 – Carmelo de Coimbra)
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
O não conformar-se com "o mundo" é verdadeiro amor do mundo: Bento XVI, aos seminaristas de Roma . Três orações de Jesus na Cruz:tema da audiência geral do Papa
(16/2/2012) O cristão está chamado ao não conformismo, mantendo-se livre. Não se conformar com o poder das finanças e dos meios de comunicação, que, embora necessários, correm o risco de oprimir o homem. Observações do Papa aos seminaristas de Roma, nesta quarta-feira, à tarde, na costumada visita ao Seminário Maior romano, por ocasião da festa da padroeira, Nossa Senhora da Confiança.
Acolhido por 190 seminaristas dos diversos Seminários de Roma, Bento XVI deteve-se inicialmente em oração silenciosa diante do Santíssimo Sacramento, na capela do Seminário, onde decorreu o encontro.
Como vem sendo tradição, o Santo Padre comentou, em palavras improvisadas, em jeito de Lectio divina, uma passagem bíblica, desta vez da Carta de São Paulo aos Romanos, que convida os cristãos a oferecerem o próprio corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, não se conformando com este mundo, deixando-se transformar para discernir a vontade de Deus, o que é bom e perfeito.
“Não se conformar – advertiu o Papa – não quer dizer fugir do mundo. É, isso sim, uma via para se ser verdadeiramente livre. O poder da finança e o poder dos mídia – observou Bento XVI – ambos necessários e úteis, por vezes correm o risco de dominar o homem.
“Vemos como o mundo das finanças pode dominar o homem: o ter e o aparecer dominam o mundo e escravizam-no. O mundo das finanças já não representa um instrumento para favorecer a vida do homem, mas torna-se um poder que o oprime, que deve ser como que adorado, como uma falsa divindade. Contra este conformismo, sejamos anti-conformistas! O que conta é o ser, não o ter!”
O mesmo se diga do poder da opinião pública – prosseguiu o Papa. Precisamos de notícias, de conhecer a realidade do mundo, mas os meios de comunicação podem-se tornar um poder em que o que conta é o que se diz e já não a realidade tal e qual. O mundo virtual corre o risco de ser tornar mais importante do que o real. Também aqui há lugar para o não conformismo cristão. Não queremos ser sempre modelados, louvados. Não queremos a aparência, mas sim a verdade, porque é esta que nos torna livres, a verdadeira liberdade cristã.
“O não conformismo do cristão redime-nos, restitui-nos à liberdade. Rezemos ao Senhor para que nos ajude a sermos homens livres, neste não conformismo que não é contra o mundo, mas sim o verdadeiro amor do mundo”.
Três orações de Jesus na Cruz:tema da audiência geral do Papa
(15/2/2012) Durante a audiência geral desta quarta feira Bento XVI prosseguiu a sua meditação sobre a oração de Jesus na Cruz. O Papa sublinhou que também nas provações mais difíceis nunca caímos fora das mãos da Deus.
Escutemos Bento XVI falando em português.
"Queridos irmãos e irmãs,
O Evangelho de São Lucas nos transmite três palavras de Jesus na Cruz. A primeira é um pedido de perdão para os seus algozes: «Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem». Deste modo, Jesus cumpre aquilo que ensinara no Sermão da Montanha: «Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam». A segunda palavra de Jesus na Cruz é a resposta ao pedido do “bom ladrão”, um dos homens que estavam crucificados com Ele: «Ainda hoje estarás comigo no Paraíso». Jesus está ciente de entrar diretamente na comunhão com o Pai e de abrir de novo ao homem a estrada para o Paraíso de Deus. A última palavra de Jesus é um grito de derradeira entrega a Deus, num ato de total abandono: «Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito». Ao colocar-Se inteiramente nas mãos do Pai, Jesus nos comunica a certeza de que por mais duras que sejam as provas, jamais nos encontraremos fora das mãos de Deus, as mesmas que nos criaram, sustentaram e acompanham no caminho da vida, com um amor infinito e fiel. Saúdo todos os peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente os fiéis brasileiros vindos de Curitiba, a quem exorto a aprender do exemplo da oração de Jesus, uma oração cheia de serena confiança e firme esperança no Pai do Céu, que nunca nos abandona. Que as Suas Bênçãos sempre vos acompanhem! Ide em paz!"
No momento das saudações o Papa dirigiu um pensamento particular á associação italiana Famílias numerosas. No actual contexto social, observou, os núcleos familiares com tantos filhos constituem um testemunho de fé, de coragem e de optimismo, porque sem filhos não há futuro.
“Faço votos de que sejam promovidos ulteriormente adequadas intervenções sociais e legislativas em defesa e apoio das famílias mais numerosas, que constituem uma riqueza e uma esperança para o país inteiro"