- E senti o espírito inundado por um mistério de luz que é Deus e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora! - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu! (escreve a irmã Lúcia a 3 de janeiro de 1944, em "O Meu Caminho," I, p. 158 – 160 – Carmelo de Coimbra)
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Bento XVI pede empenho das religiões pela paz no encontro em Jerusalém com o Presidente de Israel Shimon Pere
Bento XVI defendeu hoje em Jerusalém a necessidade de promover o diálogo e o compromisso comum em favor da paz e da justiça, por parte dos líderes religiosos da Terra Santa.
Num encontro com o presidente de Israel, Shimon Peres, Bento XVI apresentou-se novamente como um peregrino de paz e disse que nenhum objectivo político pode ser servido pela violência.
“Ouço o grito dos que vivem neste país, que invocam justiça, paz, respeito pela sua dignidade, segurança estável, uma vida quotidiana livre do medo das ameaças exteriores e da violência insensata”, apontou.
Para o Papa, a paz é um “dom divino”, pelo que o primeiro contributo das várias religiões passa pela “busca apaixonada” de Deus. Neste contexto, alertou para o facto de “qualquer divisão ou tensão”, “tendência para a introversão ou a suspeita” poderem gerar confrontos entre as comunidades religiosas.
Jerusalém, acrescentou Bento XVI, “permite a judeus, cristãos e muçulmanos assumir o dever e gozar o privilégio de dar conjuntamente um testemunho de coexistência pacífica, desejada há tanto tempo pelos adoradores do Deus único”.
“Empenhemo-nos para assegurar que, mediante o ensino e a guia das nossas respectivas comunidades, as sustentemos na fidelidade ao que são verdadeiramente como crentes, conscientes da infinita bondade de Deus, da dignidade inviolável de cada ser humano e da unidade de toda a família humana”, prosseguiu, falando aos líderes religiosos presentes.
O Papa falou em especial da questão da segurança, recorrendo ao termo hebraico, “batah”, para explicar que “a segurança deriva da confiança e não se refere apenas à ausência de ameaças”.
“Segurança, integridade, justiça e paz são inseparáveis no desenho de Deus para o mundo”, precisou.
Bento XVI indicou que ninguém está dispensado do “dever de viver na justiça e de trabalhar pela paz”. Por isso, agradeceu a todos os que se empenham pela paz e a solidariedade, com a humildade de “perdoar”.
“Naturalmente, espera-se que os líderes civis e políticos assegurem uma justa e adequada segurança para o povo ao serviço do qual foram eleitos. O verdadeiro interesse de uma nação é servido através da persecução da justiça para todos”, acrescentou.
No início do encontro, o Papa falou do “ilustre testemunho” público ao serviço da justiça e da paz de Peres, com quem se encontrara em privado durante largos minutos.