segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A civilização cristã e a sociedade perfeita ‒ A Cristandade : Caminhamos para a civilização católica que poderá nascer dos escombros do mundo de hoje, como dos escombros do mundo romano nasceu a civilização medieval. Caminhamos para a conquista deste ideal, com a coragem, a perseverança, a resolução de enfrentar e vencer todos os obstáculos, com que os Cruzados marcharam para Jerusalém.


A civilização cristã é a sociedade perfeita?

Sim. Se Jesus Cristo é o verdadeiro ideal de perfeição de todos os homens, uma sociedade que aplique todas as Suas leis tem de ser uma sociedade perfeita, a cultura e a civilização nascidas da Igreja de Cristo tem de ser forçosamente, não só a melhor civilização, mas, a única verdadeira. Dí-lo o Santo Pontífice Pio X:

"Não há verdadeira civilização sem civilização moral, e não há verdadeira civilização moral senão com a Religião verdadeira". (Carta ao Episcopado Francês, de 28-VIII-1910, sobre "Le Sillon"). 

De onde decorre com evidência cristalina que não há verdadeira civilização senão como decorrência e fruto da verdadeira Religião.



A ação da Igreja sobre os homens é só individual?

Não, Ela forma também povos, culturas, civilizações.



Por quê?

Porque Deus criou o homem naturalmente sociável, e quis que os homens, em sociedade, trabalhassem uns pela santificação dos outros.



Os demais homens nos influenciam?

Sim. Temos todos, pela própria pressão do instinto de sociabilidade, a tendência a comunicar em certa medida nossas idéias aos outros, e, em certa medida, em receber a influência deles. Isto se pode afirmar nas relações de indivíduo a indivíduo, e do indivíduo com a sociedade.



As leis, costumes, culturas nos influenciam?

Os ambientes, as leis, as instituições em que vivemos exercem efeito sobre nós, têm sobre nós uma ação pedagógica. Resistir inteiramente ao ambiente ruim, cuja influência nos penetra até por osmose e como que pela pele, é obra de alta e árdua virtude. E por isto os primitivos cristãos não foram mais admiráveis enfrentando as feras do Coliseu, do que mantendo íntegro seu espírito católico embora vivessem no seio de uma sociedade pagã.



A cultura e a civilização são meios de salvação da alma?

Sim. A cultura e a civilização são fortíssimos meios para agir sobre as almas. Agir para a sua ruína, quando a cultura e a civilização são pagãs. Para a sua edificação e sua salvação, quando são católicas. Por isso, a Igreja não pode desinteressar-se em produzir uma cultura e uma civilização, e se contentar em agir sobre cada alma a título meramente individual.



Todo cristão é um foco de Civilização Cristã?

Sim. Toda a alma sobre a qual a Igreja age, e que corresponde generosamente a tal ação, é como que um foco ou uma semente da civilização cristã, que ela expande ativa e energicamente em torno de si. A virtude transparece e contagia. Contagiando, propaga-se. Agindo e propagando-se tende a transformar-se em cultura e civilização católica.



A Igreja pode não produzir uma Civilização e uma cultura católicas?

Não. O próprio da Igreja é de produzir uma cultura e uma civilização cristã. É de produzir todos os seus frutos numa atmosfera social plenamente católica.



O fiel deve desejar a Civilização Cristã?

Sim. O católico deve aspirar a uma civilização católica como o homem encarcerado num subterrâneo deseja o ar livre, e o pássaro aprisionado anseia por recuperar os espaços infinitos do Céu.



Qual é, em resumo, o ideal católico hoje?

E é esta nossa finalidade, nosso grande ideal. Caminhamos para a civilização católica que poderá nascer dos escombros do mundo de hoje, como dos escombros do mundo romano nasceu a civilização medieval. Caminhamos para a conquista deste ideal, com a coragem, a perseverança, a resolução de enfrentar e vencer todos os obstáculos, com que os Cruzados marcharam para Jerusalém.

Porque, se nossos maiores souberam morrer para reconquistar o sepulcro de Cristo, como não queremos nós filhos da Igreja como eles lutar e morrer para restaurar algo que vale infinitamente mais do que o preciosíssimo sepulcro do Salvador, isto é, seu reinado sobre as almas e as sociedades, que Ele criou e salvou para O amarem eternamente?

(Fonte: Plinio Corrêa de Oliveira, “A Cruzada do século XX”, Catolicismo nº 1, Janeiro de 1951) 
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