- E senti o espírito inundado por um mistério de luz que é Deus e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora! - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu! (escreve a irmã Lúcia a 3 de janeiro de 1944, em "O Meu Caminho," I, p. 158 – 160 – Carmelo de Coimbra)
domingo, 7 de junho de 2009
Deus é Amor. E a sua marca está no nosso "genoma", no micro e no macro-universo: Bento XVI, por ocasião do Angelus deste domingo da Santíssima Trinda
“Deus é todo amor, só amor, amor puríssimo, infinito e eterno. Não vive numa esplêndida solidão, mas é – isso sim – fonte inexaurível de vida que incessantemente se doa e se comunica”: Bento XVI, neste domingo da Santíssima Trindade, na alocução pronunciada ao meio-dia, na Praça de São Pedro, antes da recitação do Angelus.
O Papa começou por evocar as "três solenidades do Senhor" que a liturgia nos propõe logo depois do Pentecostes: Santíssima Trindade, Corpo de Deus e Sagrado Coração de Jesus. “Cada uma destas ocorrências – observou - sublinha uma perspectiva a partir da qual se abrange todo o mistério da fé cristã: a realidade de Deus Uno e Trino, o Sacramento da Eucaristia e o centro divino-humano da Pessoa de Cristo”. Trata-se, na verdade, de “aspectos do único mistério da salvação”. “Num certo sentido, resumem todo o itinerário da revelação de Jesus”.
Bento XVI deteve-se então sobre “a Santíssima Trindade tal como a fez conhecer Jesus”: “Criador e Pai misericordioso; Filho Unigénito, eterna Sabedoria incarnada, morto e ressuscitado…; Espírito Santo que tudo faz mover, cosmos e história, em direcção à recapitulação final”
“Três Pessoas que são um só Deus porque o Pai é amor, o Filho é amor, o Espírito é amor. Deus é todo amor, só amor, amor puríssimo, infinito e eterno”.
Deus “não vive numa esplêndida solidão. É fonte inexaurível de vida que incessantemente se doa e se comunica” – insistiu o Papa, que observou que, em certa medida, isso o podemos intuir observando tanto o micro-universo dos átomos, das partículas elementares, como o macro-universo das estrelas e das galáxias.
“Em tudo o que existe está impresso o nome da Santíssima Trindade, porque todo o ser, até à ínfima partícula, é ser-em-relação e assim transparece o Deus-relação, transparece em última análise o Deus-Criador, tudo provém do amor, tudo tende ao amor, tudo se move impulsionado pelo amor, naturalmente com diversos graus de consciência e de liberdade”.
O Amor é, na verdade, o nome de Deus, a sua identidade mais autêntica, que entretece tudo o somos e vivemos. Como disse Paulo no Areópago de Atenas, “nele vivemos, nos movemos e existimos”.
“A prova mais forte que somos feitos à imagem da Trindade é esta: só o amor nos faz felizes, porque vivemos em relação, vivemos para amar e ser amados”.
Recorrendo a uma analogia sugerida pela biologia, pode-se dizer que no DNA do homem se encontra a marca profunda da Trindade, do Deus-Amor, considerou o Papa, que concluiu dirigindo o olhar à Virgem Maria, que na sua doce humildade, se fez escrava do Amor divino:
“(Ela) acolheu a vontade do Pai e concebeu o Filho por obra do Espírito Santo. Nela o Omnipotente construiu um templo digno de si, fazendo dela modelo e imagem da Igreja, mistério e casa de comunhão para todos os homens. Que Maria, espelho da Santíssima Trindade, nos ajude a crescer na fé no mistério trinitário