Ao Angelus, Bento XVI confia a N.Senhora e ao santo Padre Pio o Ano Sacerdotal. E pede acolhimento e orações para os refugiados
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(21/6/2009) No final da celebração, passado já o meio-dia, o Papa recitou como todos os domingos a oração mariana do Angelus, precedida de uma breve alocução. Citando o Padre Pio, que dizia “Amai Nossa Senhora e fazei-a amar”, Bento XVI sublinhou “a profunda devoção à Mãe celeste” sempre revelada pelo santo capuchinho, e recordou o Ano Sacerdotal agora iniciado:
“À intercessão de nossa Senhora e de são Pio da Pietralcina desejaria confiar de modo particular o Ano Sacerdotal que inaugurei sexta-feira passada, Solenidade do Sagrado Coração de Jesus. Que seja uma ocasião privilegiada para pôr em evidência o valor da missão e da santidade dos sacerdotes ao serviço da Igreja e da humanidade do terceiro milénio”.
O Santo Padre reservou também uma referência ao Dia Mundial do Refugiado, sábado 20 de Junho, pedindo que se reze “pela situação difícil e por vezes dramática dos refugiados”:
“São muitas as pessoas que procuram refúgio noutros países fugindo de situações de guerra, perseguição e calamidade. Acolhê-las é um dever, não obstante as tantas dificuldades que isso constitui. Queira Deus que, com o empenho de todos, se consiga o mais rapidamente possível remover as causas de tão triste fenómeno”:
O empenho da ciência ao tratar do doente nunca se deve separar de uma filial confiança para com Deus, infinitamente cheio de ternura e de misericórdia”. Bento XVI durante a visita á “Casa Alivio do Sofrimento”
(21/6/2009) Na tarde deste Domingo Bento XVI reuniu-se com os doentes, os médicos, os enfermeiros e os dirigentes da "Casa Alívio do Sofrimento".
No discurso proferido nesta ocasião o Papa recordou que esta foi pensada pelo Padre Pio como lugar de oração e de ciência onde o género humano se reencontre em Cristo Crucificado com um só rebanho com um o pastor.
"Padre Pio queria que nesta estrutura sanitária bem apetrechada se pudesse verificar, de forma concreta, que o empenho da ciência ao tratar o doente nunca se deve separar de uma filial confiança para com Deus, infinitamente cheio de ternura e de misericórdia", apontou.
Na impossibilidade de passar como desejaria por cada uma das secções desta enorme Casa de Saúde, o Santo Padre fez questão de dirigir a todos e a cada um – doentes, médicos, familiares, pessoal sanitário e pastoral - uma palavra de conforto paterno e de encorajamento a prosseguirem conjuntamente esta obra evangélica, para aliviar a vida sofredora, valorizando todos os recursos, para o bem humano e espiritual dos doentes e dos seus familiares.
Aludindo ao mistério da doença e do sofrimento, á esperança da cura e ao inestimável valor da saúde, observou o Papa:
“Nos hospitais vê-se de perto como é preciosa a nossa existência, mas também até que ponto é frágil. Seguindo o exemplo de Jesus, que percorria toda a Galileia, curando toda a espécie de doenças e enfermidades no povo”, desde as suas origens que a Igreja, movida pelo Espírito Santo, considerou seu dever e privilégio estar ao lado de quem sofre, cultivando uma atenção preferencial para com os doentes”.
Referindo algumas das “inquietantes questões” que a doença suscita - Por que sofremos? Pode considerar-se positiva a experiência da dor? Quem nos pode libertar do sofrimento e da morte? – “interrogações existenciais, que, humanamente falando, permanecem na maior parte dos casos sem resposta”, o Papa recordou que “sofrer faz parte do próprio mistério da pessoa”.
“Sem dúvida que há que fazer todo o possível para diminuir o sofrimento. Contudo, eliminá-lo completamente do mundo, não está ao nosso alcance, pela simples razão de que nenhum de nós pode eliminar o poder do mal, permanente fonte de sofrimento. Só Deus pode eliminar o poder do mal”.
Neste contexto, Bento XVI recordou que a fé nos ajuda a penetrar no sentido de tudo o que é humano, portanto também do sofrimento. Ora, “existe uma íntima relação entre a Cruz de Cristo – símbolo do máximo sofrimento e preço da nossa verdadeira liberdade – e o nosso sofrimento, que se transforma e sublima quando é vivido na consciência da proximidade e da solidariedade de Deus”. Padre Pio tinha intuído esta profunda verdade e convidava os internados, médicos e padres da Casa Alívio do Sofrimento a serem todos, uns para os outros “reservas de amor”, que tanto maior será, mais se comunicará aos outros.
“Ser reservas de amor. Eis, caros irmãos e irmãs, a missão que esta tarde o nosso Santo exige de vós, que de algum modo formais a grande família desta Casa Alívio do Sofrimento. O Senhor vos ajude a realizar o projecto lançado por Padre Pio, com o contributo de todos”.
Todos sem excepção: médicos e investigadores, agentes de saúde e pessoal dos diversos serviços, voluntários, benfeitores, Padre Capuchinhos e outros padres. Sem esquecer também os “grupos de oração”, que – como dizia o Padre Pio – “são a vanguarda desta Cidadela da caridade, viverios de fé, focos de amor”.
No ultimo encontro da visita a San Giovanni Rotondo o Papa fala do valor e da necessidade da oração, e pede aos padres que não se resignem a ver os confessionários desertos
Bento XVI concluiu a sua visita a San Giovanni Rotondo encontrando ontem na Igreja de São Pio de Pietrelcina os sacerdotes, religiosos, religiosas e jovens.
O Papa voltou a recordar a abertura sexta feira do ano sacerdotal, sublinhando uma vez mais a importância da santidade dos padres para a vida e a missão da Igreja.
Do amor pela Eucaristia - disse Bento XVI – brotava no Padre Pio e no Cura d’Ars uma disponibilidade total a acolher os fiéis sobretudo os pecadores.
O sacramento da penitencia, disse mais adiante o Santo Padre deve ser ainda mais valorizado e os padres nunca deveriam resignar-se a ver desertos os confessionários, nem limitar-se a verificar o desamor dos fiéis por esta extraordinária fonte de serenidade e de paz.
Prosseguindo o seu discurso o Papa referiu depois outro grande ensinamento que nos vem da vida do Padre Pio: o valor e a necessidade da oração.
Às vezes poderemos ser assaltados por uma atitude de desencorajamento perante o enfraquecimento e até mesmo pelo abandono da fé que se verifica nas nossas sociedades secularizadas. Certamente – acrescentou – é necessário encontrar novos canais para comunicar a verdade evangélica aos homens e ás mulheres do nosso tempo, voltar á fonte original, Jesus Cristo que é o mesmo, ontem hoje e sempre.
A vicissitude humana e espiritual de Padre Pio ensina que somente uma alma intimamente unida ao Crucificado, consegue transmitir também aos que se encontram longe, a alegria e a riqueza do Evangelho.